Glossário de Investimentos III - COE

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Sempre falo da importância em diversificar sua carteira de investimentos e como a alocação em diferentes ativos podem promover mais segurança e consistência de rentabilidade. Para complementar essa ideia, hoje vou explicar como um único produto pode possibilitar todas essas características num único investimento: o Certificado de Operações Estruturadas (COE).

Na prática, os COEs são produtos capazes de unir investimentos de renda fixa e variável num único ativo. O objetivo? Promover boa rentabilidade com riscos calculados dentro dos parâmetros da estrutura em questão. Outra forte característica dos COEs é a liquidez: estes ativos têm prazo predefinido e podem ser bastante variáveis, desde pequenos períodos – três meses, por exemplo – até prazos mais longos – seis anos, também como exemplo. Por se tratar de um produto amplo, as possibilidades de estruturação são muitas e abrangem diferentes perfis de investidor; desde os mais conservadores que buscam estruturas simples e com razoável rentabilidade, até os arrojados com apetite à risco que buscam estruturas mais complexas.

Os certificados de operações estruturadas ainda são produtos relativamente novos no mercado financeiro brasileiro e começaram a ser ofertados publicamente apenas a partir de 2015. Antes, estas estruturas ficavam restritas a investidores de alta renda e não havia nenhum tipo de publicidade envolvendo a venda das ofertas. Hoje, esta modalidade já está mais difundida e por ser regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apenas precisa seguir determinadas normas para manter a padronização durante a distribuição. Dentre as normas, o principal ponto para você se atentar, como investidor, é acerca da divulgação do Documento de Informações Essenciais (DIE), documento responsável por especificar todas as características do COE. Neste material, algumas informações são indispensáveis, dentre elas: funcionamento do produto, riscos envolvidos, garantias, fluxo de pagamentos, prazo e expectativa de rentabilidade. Portanto atente-se, sempre, aos dados e informações presentes no DIE.

Após entender o que é um COE e estudar se é algo cabível dentro da sua estratégia de investimentos, é hora de buscar entender as relações de rentabilidade e segurança do ativo. Aqui, falar em rentabilidade é deveras complicado, pois como já vimos esta modalidade é bastante flexível e pode abordar diversas estratégias mais ou menos rentáveis ao longo do período predefinido. Contudo, todo COE – da DIE – explana diferentes cenários (geralmente três) e suas respectivas possibilidades de retorno.

Analisados os possíveis cenários de ganhos, é hora de entender a segurança do produto e este é um ponto que divide os COEs em dois diferentes grupos: COE de Valor Nominal Protegido e COE de Valor Nominal em Risco. A primeira possibilidade é bastante atrativa para investidores mais conservadores, pois garante a segurança do capital investido e no pior dos cenários você resgata o seu investimento inicial. A segunda possibilidade, por sua vez, costuma compensar o risco do capital investido inicialmente com maior expectativa de ganhos, mas como não há a garantia do seu investimento esta acaba sendo opção para investidores mais arrojados e experientes.

Estes são os Certificados de Operações Estruturadas, produtos atrativos e cada vez mais populares no mercado financeiro. O que achou do ativo? Cabe na sua estratégia de investimentos? Conseguiu compreender a relação entre segurança e expectativa de ganhos? Estas são perguntas que só podem ser respondidas por você antes de fazer uma nova alocação em sua carteira. Portando, reflita e estude!

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