Blog de domedney_18830

Gratidão

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Caros amigos, no último dia 22 de janeiro o Santo Padre Papa Francisco aceitou meu pedido de renúncia ao governo da Diocese de Nova Friburgo. Louvo a Deus por ter me concedido a alegria de ter estado à frente desta tão amada e querida parcela do povo de Deus por dez anos.

Ao iniciar esta nova etapa de minha vida, alicerço meus passos na certeza de que aquele que nos chama, nos fortalece e nos conduz para águas mais profundas (cf. Lc 5, 1-11) e renovo a alegria do meu sim vivido inteiramente ao seu serviço.

Caros amigos, no último dia 22 de janeiro o Santo Padre Papa Francisco aceitou meu pedido de renúncia ao governo da Diocese de Nova Friburgo. Louvo a Deus por ter me concedido a alegria de ter estado à frente desta tão amada e querida parcela do povo de Deus por dez anos.

Ao iniciar esta nova etapa de minha vida, alicerço meus passos na certeza de que aquele que nos chama, nos fortalece e nos conduz para águas mais profundas (cf. Lc 5, 1-11) e renovo a alegria do meu sim vivido inteiramente ao seu serviço.

Servir a Deus é uma grande alegria para a alma, pois fomos criados para esta finalidade. Diz o Salmo 21: “Desde a minha concepção me conduzistes, e no seio maternal me agasalhastes. Desde quando vim à luz vos fui entregue; desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!” (v. 10-11).

Neste artigo, que encerra este ciclo de publicações, faço memória de todos aqueles que marcaram minha caminhada. Meus pais, meus primeiros amigos e catequistas, que sem o seu sim à vida e a Deus, eu não conheceria os caminhos do Senhor.

Com particular carinho lembro o saudoso Eminentíssimo Dom Eugênio de Araújo Cardeal Sales, bispo que me ordenou sacerdote, homem de entrega dedicada e sem reservas ao serviço do reino de Deus. Com ele aprendi muito mais do que ser bispo, aprendi e esforço-me por ser um bom discípulo do mestre.

O que hoje motiva minha alegria são especialmente duas coisas. Primeiro, lembro-me com gratidão que pude trabalhar com todo empenho pelo Evangelho, esta causa mais sublime de Deus. Em segundo lugar por ter lutado, em inúmeras ocasiões em defesa da verdade e da justiça. Anunciando o magistério da Igreja, nas mais diversas áreas da sociedade. Denunciando os crimes contra a dignidade humana e contra o bem comum, defendendo a escola cristã, os direitos e dignidade da mulher, cuja nobreza é a dignificação da sociedade humana, o valor da família como escola primordial do amor e da alegria e única fonte verdadeira do futuro de um país.

Não poderia jamais deixar de agradecer ao jornal A VOZ DA SERRA, bem como todos os canais de comunicação social, que, abrindo espaço, permitiram a reverberação de minhas mensagens. Aos leitores, cujo interesse animou e gratificou este trabalho.

Coloco também diante de Deus os meus mais profundos agradecimentos ao clero desta amada Diocese, que com zelo e competência, ajudaram nos meus esforços de conduzir esta parcela do Povo de Deus. E ao queridíssimo Povo espalhado pelos 19 municípios que compõem a Diocese de Nova Friburgo, que me acolheu com tanto carinho, manifestando amor e fé em cada celebração.

O pedido de perdão também faz parte desta reflexão, pois sei que quando o Senhor me escolheu, não foi por ser perfeito, mas porque ele próprio queria fazer em mim uma obra nova. Quantas vezes precisei me arrepender e repensar minhas decisões, sentar-me e aprender, reconsiderar e retificar! Mas por tudo isso louvo a Deus, que foi o meu mestre paciente e exigente em cada passo. Anima-me as palavras do salmista: “Para mim foi muito bom ser humilhado, porque assim eu aprendi vossa vontade! A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata. Vossas mãos me modelaram, me fizeram, fazei-me sábio e aprenderei a vossa lei!” (Sl 118.71-73).

Por fim, lembrando o ensinamento de Nosso Senhor digo: Sou um servo inútil, fiz o que deveria fazer (cf. Lc 17, 10). A Ele toda honra e toda glória!

Com esta última mensagem, a voz deste pastor se cala para que um outro bispo, em um futuro próximo, possa continuar fazer chegar a todos a voz do único e supremo pastor de todos nós: Jesus Cristo!

Deus os abençoe e os guarde em seu amor.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Somos peregrinos ou turistas?

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Os turistas viajam calculando os pormenores de seu caminho para evitar os imprevistos que podem complicar o périplo. Pelo contrário, os peregrinos deixam-se levar por outro, Outro com letra maiúscula mesmo. Postos nas mãos de Deus lhe deixam uma grande margem para que seja ele quem venha surpreendê-los com um dom, uma graça, aparentes desventuras que não entram nos cálculos humanos de quem transita por mundos desconhecidos.

Os turistas viajam calculando os pormenores de seu caminho para evitar os imprevistos que podem complicar o périplo. Pelo contrário, os peregrinos deixam-se levar por outro, Outro com letra maiúscula mesmo. Postos nas mãos de Deus lhe deixam uma grande margem para que seja ele quem venha surpreendê-los com um dom, uma graça, aparentes desventuras que não entram nos cálculos humanos de quem transita por mundos desconhecidos.

O horizonte do mundo, da Igreja é maior que as diárias fronteiras de nossa vida. Nova Friburgo é uma terra particularmente bela por sua história e geografia, com um povo aguerrido e marcado pela nobreza de sua bondade e receptividade. A Diocese de Nova Friburgo, composta por seus 19 municípios, completará 60 anos de um caminho que gera santos para o céu, mártires do silêncio, do sorriso, da perseverança e dos sonhos, e tantos cristãos com suas diferentes vocações que dão a vida por um ideal repleto de esperança: repartir com as mãos cheias, dando a Deus e ao próximo.

Mas, apesar destas verdades tão gratificantes, Deus nos mostra que o mundo e a Igreja possuem um mapa mais complexo e imenso, que dilata o nosso olhar e ajuda a compreender que as situações da vida, as provas e a compreensão de sucessivos sinais não esgotam a boa-nova do amor de Deus, que nos ensina a ver com as pupilas do coração o “faça-se segundo a sua vontade”.

Um peregrino rumo ao céu sempre dá tudo e nunca deixará de receber 100 vezes mais ao ponto de constranger-se e ficar comovido com gratidão sincera. Quantas coisas recebemos ao longo de anos através de crianças, jovens, casais, idosos, famílias... de pessoas que começavam a caminhar na fé e de muitos outros que levavam anos professando seu amor por Jesus Cristo.

Especialmente o domingo é o dia do peregrino que segue as pegadas do Mestre da Galileia e tenho a feliz recordação de inúmeras vezes, entre matrizes e capelas, perceber o povo de Deus que celebrava o dia do Senhor com a alegria que brotava da alma, aquela que contagiava e ressuscitava, aquela que nos fazia recordar o anúncio cristão da igreja primitiva: veja como se amam!

Quem está a caminho, peregrinando rumo a Deus, descobre que existem lágrimas que não desesperam, mas risos que confiam, há perseguições que não levam à conversão e silêncios que não acalentam, porém existem amigos que tiram de si sem debilitar-se e irmãos que estão ao lado para sustentar.

Cabe a nós decidirmos entre turistas ao céu ou peregrinos que terminarão a jornada como bem-aventurados. Se optarmos por sermos peregrinos teremos entre muitos amigos, os santos, o exemplo dos que viveram e agradeceram fazendo-se sábios pela humilde gratidão com a perseverança de todo recomeço.

Viver como peregrinos de Cristo é sempre desejar uma feliz boa-nova de uma missão que não termina... até o céu somos testemunhas de uma fé inabalável como católicos, apostólicos e romanos. Feliz missão que não termina!

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