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Gripe aviária e comum: alerta máximo ligado

Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
Você talvez já tenha ouvido falar da gripe aviária, mas se perguntou o que ela tem a ver com a sua vida. Afinal, parece coisa distante, de fazendas lá do outro lado do mundo, certo? Errado. A gripe aviária voltou a preocupar o Brasil — e, sim, ela pode afetar a nossa rotina aqui em Nova Friburgo também.
O alarme foi soado depois que casos do vírus H5N1, um subtipo da gripe aviária, foram confirmados em aves comerciais no Rio Grande do Sul. O Brasil já tinha registrado episódios em aves silvestres, mas agora o vírus chegou às criações que alimentam famílias brasileiras e movimentam a economia. E aí, o sinal vermelho acendeu.
A gripe aviária é uma infecção causada por vírus que geralmente circulam entre aves, especialmente as aquáticas. O tipo H5N1 é um dos mais conhecidos e perigosos. Ele pode infectar aves domésticas, como galinhas e perus. Recentemente, no entanto, o H5N1 deu um passo evolutivo inquietante na direção dos seres humanos.
Em 2022, ele devastou uma população de elefantes marinhos na Argentina, matando milhares com uma taxa de mortalidade de 97%. Foi a primeira vez que se sabe que o H5N1 se instalou em uma espécie de mamífero. Até então, as pessoas e outros mamíferos que adoeciam contraíram o vírus por meio do contato com aves. Os elefantes-marinhos estavam transmitindo o vírus uns aos outros – algo preocupante.
Nos Estados Unidos, pelo menos 66 pessoas contraíram o vírus na última crise, a maioria por meio de contato direto com aves ou vacas. Em dezembro, uma criança no condado de Marin que bebeu leite cru (ou seja, não pasteurizado), teve febre e vomitou, e depois testou positivo para H5N1.
Não se trata de um simples resfriado. Febre alta, dor no corpo, tosse e falta de ar são alguns dos sinais. E o pior: a taxa de mortalidade em humanos infectados pelo H5N1 é alta. Até hoje, o vírus não é de fácil transmissão entre pessoas, mas o temor global é que ele sofra mutações e ganhe essa capacidade.
Riscos na economia
O vírus da gripe aviária surgiu pela primeira vez em fazendas de aves em Hong Kong em 1997, onde matou quase 100% das galinhas, causando hemorragia interna e destruindo vários órgãos de uma forma que lembra assustadoramente o Ebola em humanos. Desde então, sucessivas ondas de infecção, disseminadas por aves selvagens, têm assolado granjas de aves em todo o mundo.
Com os casos em aves de granja, o Brasil — maior exportador de carne de frango do mundo — viu vários países suspenderem temporariamente as compras. China, Argentina, África do Sul e até membros da União Europeia deram um passo atrás. E isso gera impacto direto na economia do país, afetando empregos, produção e, claro, o preço que você paga no supermercado.,
E o que Nova Friburgo tem a ver com isso?
Muito mais do que parece. Nova Friburgo tem tradição agrícola, com produção relevante de hortaliças, flores, laticínios — e também de aves. Existem granjas familiares, pequenos produtores independentes e até criadores informais que abastecem o comércio local. Esses produtores estão agora em alerta máximo.
Se o vírus chega a alguma propriedade em Friburgo, as medidas são duras: todas as aves infectadas precisam ser sacrificadas, o local precisa ser isolado, e os produtores podem perder meses — até anos — de trabalho. Além disso, existe o impacto para o comércio: granjas fechadas, fornecedores em pausa, açougues e mercados com menos oferta. A cadeia produtiva da avicultura é extensa e envolve gente de todos os cantos: desde o criador que alimenta as aves até o motorista que entrega a ração. Se uma granja para, muita gente sente o baque.
O risco para a saúde pública
Não há motivo para pânico. Mais cuidados extremos devem ser tomados. É extremamente importante deixar claro que há uma epidemia de H1NI (gripe comum) que vem com força total em todo o país. Algumas cidades de Santa Catarina e de outros estados vem apresentando altos índices de internação face aos sintomas respiratórios apresentados. O que já tem causado grande volume de pessoas nos hospitais.
No entanto, o vírus da H5N1 ainda não foi registrado entre humanos no Brasil, mas o risco existe e deve ser levado a sério. Quem trabalha em contato direto com aves deve redobrar os cuidados. Luvas, máscaras, roupas protetoras e higienização adequada são medidas importantes para evitar a contaminação. E se alguém tiver contato com aves doentes e apresentar sintomas como febre, tosse ou dor no corpo, o ideal é procurar atendimento médico imediatamente e informar o contato com aves.
Não há motivo de alarde, mas de cuidados! Não há alarde para deixar de comer frango ou ovos cozidos, o consumo continua sendo seguro. O vírus é sensível ao calor e morre quando a carne é bem cozida.
O papel da população friburguense
Aqui em Nova Friburgo, é essencial que a população ajude a prevenir a chegada do vírus. Isso começa pelo cuidado com aves domésticas. Se você cria galinhas no quintal, mantenha o local limpo, evite o contato com aves silvestres e fique atento a qualquer sinal de doença. Além disso, na prevenção da gripe comum (H1NI) é extremamente importante que a população busque realizar a vacinação. A nova cepa da gripe comum tem apresentados sintomas graves e levado pessoas ao hospital em estágios delicados. Sempre é melhor prevenir do que remediar.
O Brasil já está tomando medidas, como o monitoramento das granjas, controle de trânsito de aves e reforço na biossegurança. Em Friburgo, cabe às autoridades municipais acompanharem de perto a situação e prepararem estratégias de resposta rápida, caso o vírus apareça na região.
Enquanto isso, a gente faz a nossa parte. Informação, cuidado e responsabilidade são os melhores aliados contra essa e outras doenças. E mesmo que a gripe aviária ainda pareça distante, é importante lembrar: em um mundo cada vez mais conectado, os problemas também chegam mais rápido.

Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
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