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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 26 de julho de 2022

Nossa viagem pela edição do jornal do último fim de semana começou com um passeio bem diferente. Pudemos conhecer um pouco sobre a Clínica Santa Lúcia que ainda tem 111 pacientes internados. Quem nos guiou para esses conhecimentos foi a jornalista Adriana Oliveira, por meio de um emaranhado de situações dignas da nossa reflexão. A partir da criação de uma lei, de autoria do ex-deputado federal Paulo Delgado, foi determinada a desativação dos manicômios em todo o Brasil, inclusive, do Instituto Municipal Nise, no Rio de Janeiro. O Nise “fechou as portas em novembro de 2021”, definitivamente.   

Em Nova Friburgo, o fechamento de vagas na Clínica Santa Lúcia, segundo a promotora de Justiça, Sheilla Vargas, “é um caminho sem volta” e a “reabertura dessa porta é irreversível”. Contudo, o Ministério Público ainda vai “apurar os casos pontuais e tentar acolher adequadamente a demanda”. A primeira residência terapêutica em nossa cidade está prevista para “em breve”, embora a gravidade do tema requeira urgência. Sabe-se que “o processo de desinstitucionalização é lento justamente para dar tempo à organização dos familiares dos pacientes e demais entes envolvidos no processo...”. A intenção é “humanizar o tratamento dos pacientes, devolvendo-lhes a reinserção na comunidade, dentro do que é possível”. Contudo, para complicar a liberação, a triste realidade é que muitos institucionalizados não têm mais “onde morar”. Que barra!

Ter onde morar é um direito de todos. E, estando tudo bem, escolher morar sozinho é prazeroso. Assim, quase 11 milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil. Os dados foram destaque da reportagem de Thiago Lima, que nos trouxe informações da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua divulgada pelo IBGE. Thiago conversou com o médico André Soares, de 29 anos, que preferiu morar sozinho para proteger os pais no início da pandemia da Covid-19. A precaução acabou caindo no gosto do jovem doutor, que se descobriu mais independente, fazendo as coisas do seu jeito, aproveitando melhor os seus momentos. A aposentada Neuza Gonçalves reconheceu as vantagens e desvantagens, mas preza muito pela paz e tranquilidade no dia a dia.

Vivemos um tempo de coisas instantâneas, das comunicações rápidas e com isso ficamos mais expostos ao estresse da “polarização” que abala os relacionamentos. Eu sempre ouvi dizer que “ser feliz é mais importante do que ter razão”. Mas “a busca pela validação” tem mudado o dito popular. Christiane Coelho conversou com a psicóloga Cinthia Lima Ramos que destacou: “É importante ressaltar que no nosso atual cenário, ter razão se tornou mais importante do que cultivar as relações”. Em se tratando de redes sociais, principalmente em assuntos políticos, meia palavra pode gerar uma briga inteira. Assim, Cinthia recomenda: “Vale à pena correr o risco de perder uma amizade antiga ou brigar com algum parente pela política que muda a cada minuto?”

A charge de Silvério contemplou a data de 25 de julho, Dia do Motorista. E o Cão Sentado evocou a “Paz no Trânsito”. Na Igreja Católica, a data é dedicada a São Cristóvão, também padroeiro dos viajantes. O verdadeiro nome do santo era Réprobo, o guerreiro do rei. Pela sua força, ele atravessava, de bom grado, pessoas no rio. Sabendo, pelo exemplo do rei, que o demônio tinha medo da cruz, ao confrontá-lo com o sinal sagrado, o demônio fugiu, imediatamente. Um dia, Réprobo atravessou um menino no rio que, depois, ao ser identificado, era Jesus. O santo, então, prometeu que sempre serviria a Jesus e assim, ficou denominado como “o portador de Cristo, o São Cristóvão”. Que bonito!

Servir a Jesus é praticar o bem, trabalhando pela paz universal, imitando São Cristóvão, nos rios da vida, na travessia das pessoas, dos povos, acolhendo no coração a diversidade das nações. Nova Friburgo teve essa missão de acolhimento e tem recebido, desde sempre, o amor e a dedicação de seus imigrantes. Viva a Imigração! Viva o evento “Cadima Colônias” que está de volta! Viva a valorização das culturas de todos os povos que trouxeram, para a nossa terra, os valores, os sabores e os saberes de seus países!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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