Confiança e saúde mental

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Cientistas respeitados no mundo, como Harold Koenig, psiquiatra da Universidade Duke, na Carolina do Norte, John R. Peteet, psiquiatra da Universidade Harvard, Kenneth I. Pargament, professor de psicologia clínica na Universidade Estadual Bowling Green, estudam e pesquisam sobre a conexão entre saúde mental e espiritualidade. Um dos tópicos de estudo é a confiança e mente saudável. Confiar em pessoas confiáveis ajuda a reduzir o estresse. Confiar num Deus bom favorece a saúde mental. O que significa confiar? O que é confiar em Deus de modo que ajude a saúde mental?

Dicionários definem “confiar” assim: colocar algo, alguém ou a si próprio sob a guarda ou os cuidados de pessoa, instituição em quem se tenha confiança; crer, acreditar na verdade das intenções ou das palavras de alguém; entregar alguma coisa a alguém sem receio de perder ou de sofrer dano. Confiar é acreditar na confiabilidade, verdade, habilidade ou força de algo.

Quando se trata de confiar em Deus, isso significa crer em Sua confiabilidade, Sua Palavra, Sua capacidade e Sua força. Muitas décadas atrás existia um consenso social em que a palavra de uma pessoa era lei. Em negócios, por exemplo, quando alguém dava sua palavra dizendo que pagaria certo valor em dinheiro dentro de uma semana pela compra feita, se ele era um indivíduo honesto – “de palavra” – todos acreditavam e o negócio era feito verbalmente.

A corrupção e falta de confiança na palavra das pessoas caiu tanto que mesmo com documentos registrados em cartório praticam-se fraudes. Perdeu-se a confiança na palavra por surgir uma cultura de mentiras, tipo “levar vantagem”. Isto tem que ver, entre outras coisas, com a visão materialista da existência, o que é uma mediocridade.

Mas a Bíblia, o manual de vida dos cristãos, diz que Deus não pode mentir. Deus é de palavra, cumpre Suas promessas. Confiar em Deus significa acreditar no que Ele diz sobre Si mesmo, sobre o mundo visível e invisível, sobre a realidade e sobre cada um de nós.

Confiar em Deus é mais do que sentimento; é escolher ter fé no que Ele diz, mesmo quando seus sentimentos ou circunstâncias querem que você acredite em algo diferente. Confiar não é sentir, não é emoção. Sentimentos são importantes em nossa vida mental e de relacionamentos, mas eles não são confiáveis o suficiente para você basear sua vida neles. Sentimentos podem mudar de um minuto para outro. Assim, confiança não é sentimento, mas a certeza na palavra de alguém, na promessa que alguém fez, no que ela disse que faria e fará por você. Sentimentos ou emoções flutuam como o tempo atmosférico. O céu pode estar azul e com sol, e daqui a uma hora tudo pode mudar, vindo um céu nublado e chuva.

Por outro lado, Deus não muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e amanhã. Portanto, Ele é digno de confiança. Confiar em Deus não é ignorar seus sentimentos ou a realidade. Não significa fingir que está tudo bem quando não está. Confiar em Deus, que favorece sua saúde mental, quer dizer viver uma vida de crença e obediência a Deus, mesmo quando a situação está difícil.

Mesmo Sigmund Freud, que veio de uma família judia, mas parece que se tornou ateu, reconheceu que os crentes, ou seja, aqueles que confiam, tem melhores defesas contras certas aflições mentais.

Pense: a confiança em Deus que causa saúde mental não depende do que você sente. Depende de pensar racionalmente no que Ele prometeu fazer em sua vida e crer, sentindo isso ou aquilo. Na confiança está o descanso e a força para enfrentar, provações e sofrimentos. (Veja em Isaías 30:15).

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