Bar do Vovô

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

quarta-feira, 06 de dezembro de 2023

A despedida. O anúncio, repentino, chocou muita gente, fãs das segundas sem lei, da música boa, dos deliciosos petiscos, do melaço e da cervejinha única temperadas pelo inigualável espaço. Completando 40 anos neste mês de dezembro, com 15 anos da famosa Segunda Sem Lei, que só foi interrompida na época da pandemia, o Bar do Vovô, ponto turístico de Lumiar, vai continuar. Quem se despede é seu icônico proprietário, Dercy Klein - o Vovô. 

Aposentadoria merecida

Difícil imaginar o Bar do Vovô sem o Vovô. Afinal, ele é o próprio bar, gerenciando a cozinha, o caixa, escolhendo os músicos e ainda indo de mesa em mesa para servir, dar aquela atenção, trocar meio dedo de prosa. Mas a decisão não foi repentina. E a despedida não será tão abrupta. Vovô relata que no início do ano, ao perceber que seria o 40º ano de bar, somados a outros anos de trabalho, quase que de domingo a domingo, que era hora de parar.     

Transição

Fechar o icônico bar, referência em Lumiar, nunca esteve em cogitação. A missão mais difícil então era encontrar um sócio que entendesse o valor cultural de um dos espaços mais famosos do distrito. Sócios encontrados. O Vovô, portanto, seguirá com participação no empreendimento. Porém, se afastará pouco a pouco, se dando a aposentadoria. 

A despedida de Dercy

A despedida oficial começa neste sábado, 9, às 17h, com apresentação de Lavada da Terra & Sapo no Seco. Já na segunda, 11, a última Segunda Sem Lei com o Vovô no comando, com a tradicional roda de samba que agita Lumiar e traz turistas e friburguenses de todas as partes. A partir daí, será mais difícil ver o Vovô por lá, que garante, dará todo o auxílio para uma passagem que mantenha os propósitos do seu reconhecido bar, que será sempre o Bar do Vovô.    


 

Na Rede com Scheila

O livro da 1ª Mostra da Socioagrobiodiversidade de Nova Friburgo, iniciativa do movimento Na Rede com Scheila, será apresentado no próximo dia 16, às 10h, na Usina Cultural. A mostra se destinou a exibição, sociabilização e a documentação de conhecimentos e produções construídas a partir da inter-relação entre as diversidades biológica e de sistemas socioculturais variados da cadeia socioprodutiva. A Ação de Extensão foi programada para reunir em uma publicação impressa relatos e registros de informações relevantes resultantes dos debates realizados entre fevereiro e julho deste ano. O livro é gratuito, conta com 124 páginas e foi editado pela In Media Res. 

 

 

Velha Guarda

Com ensaios gerais e de segmentos específicos, as escolas de samba seguem em ritmo acelerado para o Carnaval 2024. Neste domingo, 10, o destaque fica para o almoço da respeitada velha guarda da Unidos da Saudade. Na ocasião, será prestada homenagem a um de seus baluartes, Candinho. O almoço a R$ 20 será embalado pela roda de samba da casa.   


 

 

Esperança F.C.

O Esperança Futebol Clube, cujo um dos fundadores é o patrono e fundador de A VOZ DA SERRA, Américo Ventura, e grande paixão do nosso saudoso diretor, Laercio Ventura, foi celebrado em evento realizado pelo Nova Friburgo Futebol Clube, por ocasião dos seus 108 anos de fundação, que seriam completados no último dia 5. Foram homenageadas várias figuras históricas do clube, entre ex-jogadores e ex-dirigentes, inclusive “in memorian”.  

Memórias

A família do ex-prefeito Amâncio Azevedo esteve presente, sendo ele um dos homenageados. O Nova Friburgo Futebol Clube é resultado da fusão de Esperança, Friburgo e Conselheiro e tem em seu estatuto a obrigação de manter vivas as memórias dos três clubes extintos. O evento foi organizado por Edson Tavares (Edinho), um dos desportistas que mais se empenha em preservar a história do esporte friburguense. 

O futebol começou aqui

O atual presidente do clube, Luiz Fernando Bachini, se emocionou em diversas ocasiões ao relembrar a sua própria passagem como jogador pelos campos de uma Nova Friburgo que não existe mais. O presidente do Conselho Deliberativo, Juca Berbert, manteve a tradição de contar a história do esporte friburguense, que no caso do futebol, remete à chegada dos padres jesuítas na fundação do Colégio Anchieta.

1º jogo em 1886

Aliás, o futebol, definitivamente, não chegou ao Brasil pelas mãos de Charles Müller, como se virou costume falar. Enquanto os ingleses chegaram com o futebol em 1895, em 1886, nove anos antes, os diários do Colégio Anchieta relatam uma partida de futebol entre padres jesuítas, em Nova Friburgo. No mesmo Colégio Anchieta, se guardam diários do extinto Colégio Jesuíta, em Itu-SP. Por lá, o futebol foi jogado antes daqui. 

A importância dos jesuítas

Historiadores têm consenso, portanto, que a paixão nacional chegou ao Brasil pelos padres jesuítas, tendo o primeiro jogo de futebol, em Itu. No entanto, não desprezam a importância daquele 14 de abril de 1895, na Várzea do Carmo, no Brás, em São Paulo. Ali, aconteceu a primeira partida de forma organizada dentro das regras oficiais. Portanto, o futebol no Brasil começou com as populares peladas e só mais de uma década depois teve o jogo dentro das regras.   

Friburguense

Por falar em futebol, o Friburguense segue atuando nas divisões de base nas competições oficiais da Fferj. Quanto ao time profissional, o que não falta é tempo para planejar o retorno à segunda divisão. 2023 foi um dos, se não o pior ano da história para o clube. O Friburguense teve o inédito rebaixamento da segundona para a terceirona, e, disputando a divisão inferior no mesmo ano, não conseguiu o retorno imediato. 

Fora da Copa Rio

Com o 5º lugar na terceirona - por conta de apenas um gol,  não se classificou para as semifinais - o Friburguense também ficou fora da Copa Rio, competição mata-mata que dá vaga na Copa do Brasil ou na Série D do Brasileiro. Apenas os quatro primeiros da terceirona garantem vaga. Sendo assim, a única competição de 2024 será a terceira divisão, que só começa em setembro. Sem os entreveros políticos ocorridos neste ano e com a segurança jurídica devida, a confiança é seguir nas divisões de base e montar time para ter o acesso. 

Ano de recomeço

Triste dizer, portanto, que 2024 é ano de recuperação, para quem sabe em 2025 voltar com tudo, como um meteoro. Exemplos de clubes que tiveram ascensão rápida não faltam. O que falta ao Friburguense é dinheiro. Independente disso, a credibilidade no mercado e o trabalho que vem sendo feito na base, são cartas na manga da direção de futebol. Conquistando o acesso em 2024, o Friburguense volta à segundona de 2025, podendo subir para a elite em 2026. Volta à Copa Rio de 2025, podendo retornar a uma competição nacional no ano seguinte. 2026 é logo ali, ou não. 

Terceirona 2024

A terceira divisão do Rio de Janeiro já tem dez times definidos. Além do Friburguense, estão os outros sete times deste ano que não conseguiram o acesso e nem foram rebaixados, portanto, Barra da Tijuca, Nova Cidade, Goytacaz, Macaé, Paduano, São Gonçalo e Pérolas Negras. Somam-se a estes, os dois que ascenderam da quarta divisão: Belford Roxo e São Cristóvão. Os outros dois que completam os 12 participantes, virão da segundona, disputada entre maio e agosto.              

 

Palavreando

“Pudera pendurar sonhos nas árvores de natal. Mas estrelas cadentes não são Papai Noel em seu trenó. Na maior parte do mundo não neva no dia 25 de dezembro. Mas mesmo sem neve, há corações congelados que nenhuma lareira pode derreter. Sensibilidade salva mais do que Cristo”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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