Blog de maxwolosker_18841

Festas religiosas: uma tradição que vem de tempos remotos

quarta-feira, 08 de junho de 2022

Nenhuma pretensão em transformar a minha coluna numa sucursal da Bíblia, mas o assunto a seguir é fruto, exclusivamente, da curiosidade do colunista. Existem festas desde os primórdios da humanidade, a partir do momento em que o homem passou a viver em sociedade, que se repetem tanto na época anterior a Cristo e persistem após Cristo, muitas vezes com significados diferentes. Isso me veio à memória, pois no dia 5 de junho, os católicos comemoraram o Dia de Pentecostes.

Nenhuma pretensão em transformar a minha coluna numa sucursal da Bíblia, mas o assunto a seguir é fruto, exclusivamente, da curiosidade do colunista. Existem festas desde os primórdios da humanidade, a partir do momento em que o homem passou a viver em sociedade, que se repetem tanto na época anterior a Cristo e persistem após Cristo, muitas vezes com significados diferentes. Isso me veio à memória, pois no dia 5 de junho, os católicos comemoraram o Dia de Pentecostes.

A origem dessa festa é na realidade baseada em uma antiga tradição hebraica, chamada Shavuoth, e que significa “Semanas”. Para os judeus, pentecostes era uma celebração de agradecimento a Deus pela colheita, além de homenagear a memória do dia em que Moisés recebeu as tábuas com as leis sagradas, conhecidas por Torah. Esse termo deriva da palavra grega pentēkostḗ, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias depois da Páscoa. No judaísmo durava sete dias e começava a partir da Pesah (festa da libertação do Egito). A Páscoa dos judeus, comemora o recebimento, por Moisés, das tábuas da lei, com os dez mandamentos, 50 dias após a fuga do Egito, aos pés do Monte Sinai. Tem outros nomes como Festa da Colheita ou Sega (Êxodo 23.16), Festa das Semanas (Deuteronômio 34.22) e Dia das Primícias dos Frutos (Números 28.26), pois era uma data festejada pelos judeus, portanto uma festa da religião judaica.

No Novo Testamento, a comemoração de Pentecostes é citada no livro dos Atos dos Apóstolos 2, episódio que narra o momento em que os apóstolos de Cristo receberam os dons do Espírito Santo, logo após a subida de Jesus aos céu. Já Corpus Christi, cujo significado literal é o Corpo de Cristo, é uma festa religiosa da Igreja Católica cujo objetivo é celebrar o mistério da Eucaristia, a presença do corpo e do sangue de Jesus. Ela ocorre sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à quinta-feira santa quando Jesus instituiu o sacramento da eucaristia.

 Na tradição católica, foi instituída pelo Papa Urbano IV no dia 8 de setembro de 1264. Sua procissão pelas vias públicas lembra a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com maná (pão de trigo sem fermento), no deserto. Com a instituição da eucaristia o povo é alimentado com o próprio corpo de Cristo.

Durante esta festa são celebradas missas festivas e as ruas são enfeitadas para a passagem da procissão onde o sacrário é conduzido geralmente pelo bispo, ou pelo pároco da Igreja, A tradição de enfeitar as ruas começou pela cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. A procissão pelas vias públicas, é uma recomendação do Código de Direito Canônico que determina ao bispo diocesano que tome as providências para que ocorra toda a celebração, para testemunhar a adoração e veneração para com a Santíssima Eucaristia. Esse acontecimento não tem correspondência no judaísmo, pois para o judeu Cristo, o Messias, ainda não veio à Terra, sendo essa uma das características marcantes entre o antigo e o novo testamentos.

Não podia me esquecer do Natal, festa de grande significado na tradição católica, pois celebra o nascimento de Jesus Cristo, a chegada do tão esperado Messias e marca o início da era cristã. No entanto, se pesquisarmos um pouco mais, vamos ver que sua origem se perde na antiguidade, nas primeiras e remotas crenças humanas, às quais, ao longo dos séculos, foram se incorporando às novas tradições

Por que celebramos o Natal em dezembro? O solstício de inverno (no Hemisfério Norte) é a noite mais longa do ano, o momento em que os dias começam de novo a crescer, uma vitória simbólica do Sol contra a escuridão. Acontece entre 21 e 22 de dezembro e é comemorado desde tempos imemoriais. Nessa mesma época do ano, em meados de dezembro, os antigos romanos festejavam a Saturnália, festival em que eles ofereciam presentes entre si, mas também trocavam os papéis sociais, uma mistura entre nosso Natal e o Carnaval.

A data do Natal foi fixada em 25 de dezembro pelo imperador Constantino, porque nesse dia era celebrada a grande festa solar em Roma”; assim, o imperador que transformou o cristianismo na religião de Roma e que governou entre 306 e 337, identificava de alguma maneira sua figura com o divino, aproveitando o antigo festival do Dia do Nascimento do Sol Invicto. Foi uma fusão do culto solar com o culto cristão.

Podemos concluir que na realidade as coisas se repetem, se modernizam, à medida que a humanidade cumpre seu destino no planeta Terra. Repetindo Lavoisier, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

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Não escutei Greta Thunberg e Leonardo di Caprio se manifestarem

quarta-feira, 01 de junho de 2022

Logo no início do governo atual, as viúvas desamparadas de Luís Inácio começaram a bater forte, logo que a derrota do poste Haddad se confirmou. Nessa época, um dos motes da campanha anti-bolsonarista era o desmatamento desenfreado da região amazônica, que acabaria com a mentirosa premissa de que o Brasil estava colabando (causar abalo) o pulmão do mundo. Esquerdistas, ambientalistas locais, insuflados por países com interesses outros na floresta amazônica, fizeram críticas, vieram com aquele papo maroto de internacionalizar toda a área.

Logo no início do governo atual, as viúvas desamparadas de Luís Inácio começaram a bater forte, logo que a derrota do poste Haddad se confirmou. Nessa época, um dos motes da campanha anti-bolsonarista era o desmatamento desenfreado da região amazônica, que acabaria com a mentirosa premissa de que o Brasil estava colabando (causar abalo) o pulmão do mundo. Esquerdistas, ambientalistas locais, insuflados por países com interesses outros na floresta amazônica, fizeram críticas, vieram com aquele papo maroto de internacionalizar toda a área. Assim, num passo de mágica surrupiavam uma extensão de terra genuinamente brasileira e abriam caminho para a exploração desenfreada de empresas estrangeiras, interessadas desde há muito, nas riquezas do subsolo amazônico.

A sueca tresloucada Greta Thunberg ganhou as manchetes internacionais, com sua cara de ódio, veias do pescoço estufadas e olhos arregalados, clamando contra o presidente do Brasil, desenhado portando uma serra elétrica e um machado em cada mão. O galã de Titanic, Leonardo di Cáprio, que de mato não deve entender nada, quanto mais de região amazônica, já que seus pares americanos ainda acham que a capital brasileira é Buenos Aires, também meteu sua colher de pau aonde não era chamado e desandou a falar besteiras contra o governo brasileiro. Até Macarron, desculpe, Macron, presidente da França foi um baluarte na luta pela retirada do domínio brasileiro da Amazônia pela sua incapacidade de preservá-la. Não olhou para o seu próprio quintal, com o escândalo que foi o projeto Montagne d´Or, de extração de ouro de aluvião, na Guiana Francesa.

Só que o mundo dá voltas e apesar da humanidade ter memória curta, ainda existem pessoas atentas aos mandos e desmandos dos países ricos. Semana passada foi publicada nas redes sociais, através do site www.frontliner.com.br a seguinte pérola: Alemanha destrói floresta de 12 mil anos e vilarejos, para extração de carvão mineral. “O grupo ativista Ende Gelände acusa empresas de energia e líderes políticos de instrumentalizar o conflito da Ucrânia como desculpa de continuar a minerar carvão marrom ou lignite, um dos combustíveis mais poluentes do mundo. Com a guerra na Ucrânia, teme-se uma crise energética de grandes proporções na Europa.

“Em 23 de abril, cerca de quatro mil manifestantes se reuniram na vila de Lützerath, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, o coração industrial da Alemanha, para protestar contra a expansão da mina de Garzweiler, que produz carvão marrom, ou lignite — um dos combustíveis fósseis mais poluentes do mundo”.

“A cicatriz marrom-cinza na terra que é a mina de Garzweiler já engoliu mais de uma dúzia de vilarejos. Igrejas centenárias, casas, rodovias foram demolidas e o solo sobre a qual foram construídas foi removido. Terras agrícolas desapareceram, os cemitérios foram esvaziados”. É nessa área que está incluída a Floresta Hambach, com mais de mais de 5.500 hectares, a maior floresta da região.

Única em sua ecologia, e uma das florestas mais antigas da Europa, é descrita como “o último remanescente de um ecossistema silvestre que ocupou esta parte da planície do Rio Reno entre Aachen e Colônia desde o final da última era glacial”. Aliás, esse protesto se deu depois que o último fazendeiro da vila, Eckhardt Heukamp, foi forçado a vender para a RWE sua propriedade do século 18, em que sua família viveu por gerações, após perder um processo judicial contra a desapropriação. O imóvel fica agora a poucos metros da borda da mina.

Como a justiça alemã é composta pelo mesmo naipe de juristas daqui, deu o seguinte despacho: ” Os tribunais decidiram que a lei de mineração do país dá à companhia de carvão o direito legal de expandir e que a legislação de eliminação do uso do carvão não contradiz essa decisão”. Dane-se o meio ambiente.

A Alemanha ainda é o país que mais queima carvão para produzir bens industriais e se por um lado parou com a produção do carvão duro, agora ele é importado, a maior parte vindo da Rússia, pelo menos não produz mais. No entanto, o carvão de lignite, para gerar eletricidade, ainda é produzido no mercado interno. Mas, quando o novo governo alemão, de esquerda, se formou em dezembro, prometeu a eliminação do uso desse mineral até 2030.

A administração também disse que apoiava a preservação das vilas ameaçadas pela expansão da mina Garzweiler, operada pela Rhenish-Westphalian Power Plant (RWE) AG, a segunda maior empresa de energia da Alemanha e uma das maiores concessionárias da Europa. Não é o que se vê, na prática, pois os interesses econômicos sempre estiveram na frente de qualquer campanha ecológica e o lema das nações mais ricas sempre foi o mesmo, ou seja, terceiro mundo faça o sacrifício para salvar o planeta, pois nossa economia não pode parar. Desde quando governos socialistas ou comunistas cumprem com a palavra.

Juro que gostaria de entrevistar essa debilóide da Greta Thunberg e o star de cinema Leonardo, para que emitam as suas opiniões a respeito; só não vale o bordão do que é bom para a Alemanha, não é bom para o Brasil.

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Na falta do que dizer, fala-se em golpe

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Li no portal de notícias Uol, na segunda feira, 16, a seguinte pérola: “Partidos veem risco de Jair Bolsonaro tentar golpe, e autoridades se calam”. Confesso que fico pasmo quando vejo esse tipo de assunto vir à baila, pois me parece coisa de quem não tem o que fazer e começa a disseminar boatos ou inverdades, com o intuito de disseminar o medo ou, o que é mais grave, para criar mais problemas com o objetivo de tumultuar por tumultuar.

Li no portal de notícias Uol, na segunda feira, 16, a seguinte pérola: “Partidos veem risco de Jair Bolsonaro tentar golpe, e autoridades se calam”. Confesso que fico pasmo quando vejo esse tipo de assunto vir à baila, pois me parece coisa de quem não tem o que fazer e começa a disseminar boatos ou inverdades, com o intuito de disseminar o medo ou, o que é mais grave, para criar mais problemas com o objetivo de tumultuar por tumultuar.

Em seu artigo "O Golpe de Bolsonaro", publicado na “Ilustríssima”, Wilson Gomes (professor da Universidade Federal da Bahia e autor de "Crônica de uma Tragédia Anunciada", domingo, 15, na Folha) ensina os dois significados da palavra, um estimulando o outro. Tem o mais comum, que é sinônimo de tramoia, farsa, embuste, logro, fraude. O outro, muito conhecido dos brasileiros desde a Proclamação da República, significa tomada violenta do poder pelos militares. "O governo Bolsonaro e os generais seus acólitos jogam com os dois sentidos do termo", constata Gomes. "Mas, afinal, o golpe virá, ou é só mais uma das enganações de um movimento político que não existe sem fraude ou engodo?". Longe de mim contestar um emérito professor da Universidade Federal da Bahia, apesar da Folha não especificar qual matéria por ele lecionada, mas posso entrar nessa discussão, sem medo de errar.

Primeiro doa a quem doer, o movimento político a que se refere o mestre existe sim, pois é o resultado de 57,8 milhões de votos que elegeram o presidente atual; se ele não existe sem fraudes ou engodo, saberemos nas próximas eleições. O que não se pode negar é o fato de apesar de sofrer uma oposição ferrenha, jamais vista na história da república brasileira, Jair Bolsonaro vai entregar ao sucessor ou a ele mesmo, um país muito melhor do que aquele oriundo de 14 anos de PT e mais dois de Temer.

O mestre baiano cita ainda: “Na dúvida, acho melhor parar de falar esta palavra porque é isso que os golpistas querem: disseminar o medo e a insegurança na população que irá às urnas em outubro, para desviar a atenção do que realmente interessa, a grave crise econômica que assola as famílias brasileiras”. Esquece ele que ao final do governo do PT, englobando Luís Inácio por oito anos e Dilma Rousseff por seis anos, a taxa de desemprego alcançou 12 milhões de cidadãos e a inflação ao final do ano de 2016 era de 10,71 % (fase final do governo Dilma). Esqueceu ainda que o governo petista não foi assolado por dois anos da pandemia do Covid 19, nem conviveu com a guerra da Ucrânia. A aludida crise econômica é mundial e não poupou nem mesmo os Estados Unidos, onde a inflação de 6,7% (em 2021) já pulou para 8,5 % nos primeiros cinco meses de 2022. Ela atingiu o maior nível desde 1982, refletindo desequilíbrios da pandemia; os preços altos levarão o Banco Central de lá a subir os juros. É bom que se diga também que a alta dos combustíveis na terra do Tio Sam é significativa. (O preço da gasolina nos EUA em 2022 está em R$ 5,13, o litro (US$ 4,17, o galão) em 6 de abril). Na Europa os preços da gasolina nos postos são bem mais altos, se aproximando de R$ 13, o litro em alguns países, atualizado em 6/4/2022). Na terra do Tio Sam, em 2019 era de US$ 2,56 por galão (um galão é igual a 3,78 litros). Mas, isso não interessa ser revelado por essas mentes tacanhas, pois como já foi dito, mostram que a crise é mundial.

Cumpre dizer, também, que um golpe para ser engendrado precisa do apoio dos chefes das forças armadas o que não parece ser o caso presente; eles podem e com certeza repudiam a maneira com que a figura do chefe da nação vem sendo atacada, mas não demonstram a mínima intenção de usar a força para apaziguar o país. Quem viveu 1964 sabe que a desordem reinante por aqui, com ameaça às instituições e mesmo à democracia brasileira foi o estopim para o 1º de abril.

No entanto, esse movimento não se iniciou num simples estalar de dedos, ele foi gestado durante meses e iniciado apenas no momento em que a situação de normalidade democrática estava sob ameaça. Nenhum presidente, seja do país que for, inicia um movimento sem o apoio das forças armadas e tenho certeza que nossos chefes militares jamais apoiarão uma tentativa de fechamento do Congresso Nacional pelo atual governo. Claro está que se a ordem pública e social estiver sob ameaça, aí sim, as forças armadas cumprirão o seu papel de garantir a ordem constitucional do Brasil.

O resto é conversa para boi dormir, fruto da inveja de 43 milhões de eleitores que não aceitam até hoje o resultado das urnas de 2018. Se tivessem antevisto a derrota de Haddad tudo fariam para fraudar aquelas eleições e, aí, isso seria normal pois pimenta só arde no do vizinho.

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Bodas de Prata comemoradas em Brasília

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Hoje não falarei nem de política, nem de futebol, nem de qualquer outro assunto que não seja o amor. No mundo atual é o componente que falta para melhorar as relações humanas; talvez muita coisa que acontece, de ruim para a humanidade, fosse minorado se houvesse mais fraternidade entre os povos, entre as pessoas. No meu caso, em particular, não poderia passar em branco, a data de 10 de maio de 2022, dia em que Oneli e eu completamos 25 anos de casados.

Hoje não falarei nem de política, nem de futebol, nem de qualquer outro assunto que não seja o amor. No mundo atual é o componente que falta para melhorar as relações humanas; talvez muita coisa que acontece, de ruim para a humanidade, fosse minorado se houvesse mais fraternidade entre os povos, entre as pessoas. No meu caso, em particular, não poderia passar em branco, a data de 10 de maio de 2022, dia em que Oneli e eu completamos 25 anos de casados. E assim como Nova Friburgo, no dia 10 de maio de 1997 foi palco de nosso casamento, Brasília foi a cidade escolhida para a comemoração das nossas Bodas de Prata.

Antes que me perguntem o porque de Brasília, devo responder que é a cidade onde moram nossos filhos mais velhos e, em sendo a capital federal, daria mais brilho à festa. Aliás, poderia ser em qualquer outro lugar, pois o mais importante no caso, é o amor, afinal 25 anos juntos, em que o companheirismo, a cumplicidade e ele, sempre ele, mostraram o acerto daquela união sacramentada no século passado e que se solidificou ao longo dos anos.

Nossas histórias são semelhantes com relação ao fato de sermos oriundos de dois casamentos desfeitos, de termos filhos do primeiro enlace, eu com dois e a Oneli com três e, na  época, estarmos livres e desembaraçados. Trabalhávamos na mesma repartição federal, o INSS, portanto já nos conhecíamos apesar de não sabermos ainda, que estar juntos para sempre, seria o nosso destino. Mas, a vida nos reserva sempre surpresas e num feriadão de 1992 começamos a namorar até que, cinco anos depois, quando marcamos uma viagem para a Europa, fui comunicado pela Oneli, que ela só entraria no avião casada. Com a certeza de que quem manda são as mulheres, tive a confirmação de que aquela seria nossa viagem de lua de mel. E foi.

Não vou me ater ao que aconteceu nesses 25 anos, pois não creio ser muito diferente de casais que se amam e estão juntos porque esse foi o objetivo que traçaram, para constituir uma nova família. Vale apenas ressaltar que não tivemos filhos primeiro pela nossa idade, mais de 40 anos de idade e, segundo, porque nessa altura do campeonato, a meta principal é curtir a vida a dois, jamais aumentar uma prole que já totalizava cinco, quatro homens e uma mulher. Nunca foi do meu feitio, ser pai-avô.

Vou me estender sobre a festa, um acontecimento que nos reservou surpresas em cima de surpresas. Como se tratava de uma reunião mais íntima, teríamos poucos convidados, nossos filhos e netos (aqui em Brasília são cinco netos), um casal de amigos, dos tempos de Cabo Frio e a irmã de uma das minhas noras. Não pudemos ficar em casa, por ser uma das surpresas preparadas, e apesar dos meus protestos de que a lua de mel é depois do casório, fomos dormir num hotel. No dia, chegamos juntos com os convidados. Foi de cair o queixo, pois não conhecia o lado promoter da Wandrea, a dona da casa. Ela é uma conceituada uteísta neo-natorum, mas como organizadora de eventos deixa muito profissional no chinelo.

Como a minha outra nora, a Cristiane, também tem o dom de organizar festas, a união das duas foi de deixar a Oneli e eu de boca aberta e de embargar a voz. A ornamentação não deixava dúvidas do que se tratava, o painel com nossas fotos antigas e recentes, juntos, separados e com a família deixava claro a nossa personalidade e o talento da Wandrea para escolher entre as muitas fotos que lhe foram passadas. A ornamentação do salão, aproveitando o jardim interno, a disposição da comida, dos doces e salgados e da bebida, estavam perfeitas e, de novo, de trazer lágrimas aos olhos.

Foi um momento mágico e especial nessas nossas idas e vindas à Brasília, pois o Max já mora aqui desde 2006 e o Paulo Henrique se mudou em 2019. Oneli e eu só temos a agradecer o esforço e a dedicação da Wandrea e da Cristiane, por ter tornado esse momento tão mágico.

Mas, meu agradecimento maior é dedicado a você, minha adorada Oneli, pois sem você essa história não teria sido escrita, sem seu amor, sua paciência e sua compreensão não teríamos chegado tão longe. Não podemos fazer previsões muito elásticas para o futuro, pois já não somos tão jovens, mas creio que nossa próxima meta poderia ser nossas bodas de coral, 35 anos de casamento. As bodas de coral simbolizam o amadurecimento e a fortificação do relacionamento, assim como acontecem com os corais marinhos, que levam anos até se constituírem totalmente. Creio que eu com 82 e você com 83 anos, estaremos ainda lúcidos para mais uma data marcante. Obrigado minha querida por esses nossos 25 anos juntos e que Deus nos permita chegar lá, as bodas de corais ainda inteiros e com saúde. 

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A defesa de Daniel Silveira se manifesta contra Alexandre de Moraes

quarta-feira, 04 de maio de 2022

Em 21 de abril o presidente da República decretou uma Graça, ao deputado federal Daniel da Silveira, do PTB, em que suspendia sua prisão de 8 anos e 8 meses, em regime fechado, a multa de R$ 100 mil, o uso de tornozeleira eletrônica, restituindo-lhe, ainda, suas redes sociais e seus aparelhos celulares. Isso significa que a partir de tal Graça, Daniel é um homem livre em que para ir e vir não tem mais de prestar contas ao STF, nem a seu membro Alexandre de Moraes. Esse é o resultado da ADI 5874/DF.

Em 21 de abril o presidente da República decretou uma Graça, ao deputado federal Daniel da Silveira, do PTB, em que suspendia sua prisão de 8 anos e 8 meses, em regime fechado, a multa de R$ 100 mil, o uso de tornozeleira eletrônica, restituindo-lhe, ainda, suas redes sociais e seus aparelhos celulares. Isso significa que a partir de tal Graça, Daniel é um homem livre em que para ir e vir não tem mais de prestar contas ao STF, nem a seu membro Alexandre de Moraes. Esse é o resultado da ADI 5874/DF.

Portanto não cabe as muitas interpelações feitas ao STF pelos partidos nanicos de sempre, nem a solicitação da dra. Rosa Weber, a Bolsonaro, para que explique o porquê do seu ato; este deveria imitar o ex-presidente Jânio Quadros e responder-lhe somente: fi-lo porque qui-lo”. Graça, indulto, seja lá o que for, é uma prerrogativa constitucional do mandatário do país, sendo-lhe dispensada explicações. Aliás, quando o presidente Luís Inácio indultou Cesare Batisti, não vimos senadores tendo chiliques, partidos políticos nanicos entrando com ações contra o decreto presidencial, nem membros do STF pedindo explicações para tal ato.

Aliás, bato palmas para o dr. Paulo Faria, advogado de Daniel, que encaminhou a seguinte mensagem ao STF, na pessoa de Alexandre Moraes, em que pede pura e simplesmente o cumprimento do indulto. Colocou Alexandre no seu devido lugar e mostrou que sua autoridade termina onde surge outra de igual quilate, ou seja, a do presidente da República. Eis alguns pontos dessa cobrança, publicado no Jornal da Cidade Online: “Não havendo absolutamente nada mais a ser discutido no âmbito dessa vergonhosa ação penal, nos termos da ADI 5874/DF onde restou evidenciada e clara a desnecessidade do trânsito em julgado requer:

  1. O imediato arquivamento da ação penal 1044/DF, bem como seus “puxadinhos... ou outras quaisquer persecuções em andamento, de conhecimento ou não da defesa, em razão do sigilo;
  2. O imediato restabelecimento de todas as suas redes sociais... por ato ilegal desse relator, e que interferem no exercício de seu mandato;
  3. A devolução de todos os aparelhos celulares confiscados por ordem desse relator, imediatamente;
  4. A imediata devolução da fiança paga em 29/06/2022, no valor de R$ 100 mil com as devidas correções legais e sem deduções;
  5. O fim de todas as perseguições pessoais desse relator comprometendo-se a apagar o nome de Daniel Lúcio da Silveira de vossa mente, respeitando o devido processo legal e a Constituição Federal”.

O texto lembra ainda não ser necessário aguardar o famoso “trânsito em julgado” que advogados e juízes adoram proferir, pois tanto a defesa quanto a acusação não teriam mais como apresentar recursos contra o resultado do julgamento.

E termina com o magistral The End: ”No jargão popular, após o naufrágio nadar...nadar...nadar... e morrer na praia”. E lembra ainda: “Aceitar a realidade não é uma opção e sim um dever legal, vislumbrando a realidade constitucional posta. O desejo pessoal não pode se sobrepor à ordem constitucional. Respeite a Constituição Federal”.

É isso que dá quando advogados, muitas vezes medíocres, se transvestem de juízes, no caso do STF, pseudos juízes e se põem a uma falação verborrágica, muitas vezes sem sentido.Basta bater de frente com causídicos mais experientes e defendendo causas claras e justas, para que suas convicções sejam desnudadas e deixem claro, apenas, um desejo de vingança, preceito esse que é ensinado nas faculdades de Direito, não pertencerem ao dia a dia de um advogado.

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Toda ação é seguida por uma reação, está na física

quarta-feira, 27 de abril de 2022

A semana que passou foi cheia de surpresas no âmbito político, com o julgamento do deputado Daniel Silveira, pelo STF e os desdobramentos dessa ação. É preciso deixar bem claro que o julgamento, como veremos no decorrer dessa coluna, é inconstitucional, pois a suprema corte só pode julgar congressistas, após passar pelo crivo do Congresso Nacional. Isso, para manter a independência dos três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo, tripé da República.

A semana que passou foi cheia de surpresas no âmbito político, com o julgamento do deputado Daniel Silveira, pelo STF e os desdobramentos dessa ação. É preciso deixar bem claro que o julgamento, como veremos no decorrer dessa coluna, é inconstitucional, pois a suprema corte só pode julgar congressistas, após passar pelo crivo do Congresso Nacional. Isso, para manter a independência dos três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo, tripé da República.

É interessante notar que existem dois tipos de imunidade, a material e a formal. “Relativo à imunidade material, o ínclito doutrinador Alexandre de Moraes, ministro da Suprema Corte, leciona com exatidão: "A imunidade material implica subtração da responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar por suas opiniões, palavras e votos. Nas suas opiniões, palavras ou votos, jamais se poderá identificar, por parte do parlamentar, qualquer dos chamados crimes de opinião ou crimes da palavra, como os crimes contra a honra, incitamento ao crime, apologia de criminosos, vilipêndio oral a culto religioso etc., pois a imunidade material exclui o crime nos casos admitido; o fato típico deixa de constituir crime, porque a norma constitucional afasta, para a hipótese, a incidência da norma penal". (www.migalhas.com.br/de peso/348827/imunidade-parlamentar-um-instrumento-democrático). 

“Noutro giro, a imunidade formal é "o instituto que garante ao parlamentar a impossibilidade de ser ou permanecer preso ou, ainda, a possibilidade de sustação do andamento da ação penal por crimes praticados após a diplomação". "Art. 53. Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. § 1º Os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º Recebida a denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação” (www.migalhas.com.br/de peso/348827/imunidade-parlamentar-um-instrumento-democrático).

Vê-se, portanto, que o espetáculo de péssima qualidade encenado pelo STF, na última quarta feira, 20, foi apenas uma tentativa de mostrar poder, um poder que se deteriora com tantas demonstrações de apunhalamento à Constituição. Aliás, a função precípua do tribunal supremo é de garantir a carta magna do país e não rasgá-la diariamente.

Mas, essa picuinha de Alexandre Moraes, membro do STF e relator, vítima, acusador e julgador da malfadada “fakenews”, (pode?) vem desde o início do mandato do atual presidente Jair Bolsonaro. Naquela ocasião, Alexandre num gesto tresloucado, “decidiu suspender o decreto de nomeação e a posse do delegado Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). A solenidade estava marcada para as 15h desta quarta-feira”. (Publicado em 29/04/2020 - 11:02 Por Felipe Pontes - repórter da Agência Brasil – Brasília). Só que a nomeação do diretor da Polícia Federal, de acordo com a Constituição, é atribuição do presidente da República. Tivesse Bolsonaro nomeado, assim mesmo, Alexandre Ramagem, teria baixado a crista de Alexandre Moraes.

Por isso, a atitude do presidente da República de conceder graça (art. 3º - A graça inclui as penas privativas de liberdade, a multa, ainda que haja inadimplência ou inscrição de débitos na Dívida Ativa da União, e as penas restritivas de direitos. Brasília, 21 de abril de 2022; 201º da Independência e 134º da República), no dia 21 de abril ao deputado Daniel Silveira, é um ato constitucional. Segue na mesma linha do indulto concedido a Cesare Battisti pelo presidente de então, Luís Inácio da Silva (Lula para os íntimos), terrorista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, condenado à prisão perpétua, na Itália.

Não encaro esse ato, como picuinha ou rebeldia, mas tão somente como um respeito à carta magna do país, gestada por deputados e senadores eleitos pelo povo, numa Assembleia Constituinte, em 1988, e não por 11 indivíduos escolhidos a dedo pelos presidentes da vez. Fossem eles oriundos de uma eleição popular, seguramente teriam outro tipo de atuação.

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O Brasil não é para principiantes

quarta-feira, 20 de abril de 2022

O Brasil mais parece o “samba do afrodescendente ensandecido” que antes da instalação do “politicamente correto”, era chamado de “Samba do Crioulo Doido”, obra do magistral Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta. Digo isso porque somos o único país do mundo em que o carnaval vai ocorrer após a Semana Santa. Pelo calendário católico cristão, a quaresma é o período de 40 dias após a festa pagã do carnaval, que termina no Domingo de Páscoa, ápice da Semana Santa.

O Brasil mais parece o “samba do afrodescendente ensandecido” que antes da instalação do “politicamente correto”, era chamado de “Samba do Crioulo Doido”, obra do magistral Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta. Digo isso porque somos o único país do mundo em que o carnaval vai ocorrer após a Semana Santa. Pelo calendário católico cristão, a quaresma é o período de 40 dias após a festa pagã do carnaval, que termina no Domingo de Páscoa, ápice da Semana Santa.

 Como na Terra de Cabral os acontecimentos mais marcantes acontecem em São Paulo ou no Rio de Janeiro, e como os desfiles das escolas de samba do grupo especial, nesses estados, serão nesta sexta-feira, 22, e no sábado 23, somado aos pontos facultativos de hoje, 20, e sexta feira, 22, decretados pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e a prefeitura da capital, teremos os quatro dias de festejos momescos no mês de abril, depois do Domingo de Páscoa.

Claro que algo está por detrás dessa aberração, uma vez que simples desfiles de escolas de samba não deveriam acarretar tamanho disparate. Dizem as más línguas que essa é uma exigência de milicianos e traficantes do Rio de Janeiro, desde que o comando das escolas saiu das mãos dos bicheiros e foi repousar em outras plagas. Pelo sim pelo não, é muito estranho que tanto o governador do Estado como o prefeito carioca aceitem pressões de quem quer que seja, principalmente, quando o país está saindo de uma grave crise financeira. Afinal, foram dois anos em que a economia mundial como um todo e a brasileira, em especial, foi afetada pela pandemia da Covid-19 e a salvação passa pela recuperação dos dias e horas perdidas e não por um aumento da ociosidade.

É falso dizer que o povo assim exigiu, pois, pesquisas feitas com relação ao adiamento dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro em decorrência da pandemia de Covid-19, não foi aprovado pelos fluminenses, segundo pesquisa Datafolha; de acordo com o levantamento, 69% dos entrevistados são contra a realização da festa agora em abril, enquanto 26% são a favor. Indiferentes são 4%, e 1% não soube opinar. Já sobre os blocos de rua, quando se perguntou aos entrevistados se participariam dos desfiles, 89% disseram que não pretendem participar, enquanto 10% disseram que devem ir curtir a folia nas ruas. Apenas 1% não soube responder. O Datafolha ouviu 1.218 pessoas, com 16 anos ou mais, entre os últimos dias 5 e 7 em 30 municípios fluminenses. A margem de erro é de três pontos percentuais.

O que salta aos olhos, nessa pesquisa, é que as pessoas ouvidas se mostram muito mais conscientes do que os responsáveis pelos destinos do estado e da cidade do Rio de Janeiro. Sem falar que se por um lado a pandemia está sob controle, sendo classificada agora como endemia, os casos não acabaram. Não se pode prever qual será o resultado da aglomeração de pessoas nas arquibancadas do sambódromo, em que a fiscalização para uso de máscaras será impossível.

Dois anos de “fique em casa”, de restrições ao ir e vir, realmente mexeram com a cabeça das pessoas, tanto é assim que os consultórios de psiquiatras e psicólogos nunca foram tão procurados. No entanto, a distensão tem de ser gradativa, sob o risco de vermos um retorno a enfermarias e UTIs cheios de contaminados pelo vírus da Covid-19. A volta à normalidade é algo que todos queremos e nos alegra muito, mas temos de ter sempre em mente de que todo cuidado é pouco.           

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Uma Páscoa marcada pela carestia

quarta-feira, 13 de abril de 2022

A Páscoa é um momento importante para os cristãos (aqueles que acreditam em Cristo). Morto numa sexta feira, segundo as escrituras, Jesus ressuscitou no terceiro dia (um domingo) e é esse seu novo despertar que é comemorado no Domingo de Páscoa, uma celebração que se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito.

A Páscoa é um momento importante para os cristãos (aqueles que acreditam em Cristo). Morto numa sexta feira, segundo as escrituras, Jesus ressuscitou no terceiro dia (um domingo) e é esse seu novo despertar que é comemorado no Domingo de Páscoa, uma celebração que se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo.

Já no Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). De qualquer maneira existe similaridade entre ambos os significados, pois “passagem” pode significar ir de um estágio para outro, como de um estado inanimado para um de vida plena.

O que explica a associação entre os símbolos do ovo e do coelho com a celebração da Páscoa, a crença na ressurreição de Jesus Cristo? Há controvérsias e diferentes versões circulam entre os religiosos.

Uma dessas versões, que tem sido disseminada ao longo dos séculos é a de que Maria Madalena teria ido antes do amanhecer de domingo ao sepulcro de Jesus de Nazaré, levando consigo material para ungir o corpo dele. Ao chegar ao local, teria visto a sepultura entreaberta com um coelho nas proximidades; ele teria ficado preso no túmulo aberto na rocha e seria o primeiro ser vivo a testemunhar a ressurreição de Jesus. O ovo, por sua vez, é um símbolo de vida e renascimento. Povos da antiguidade, como os romanos, propagavam a ideia de que o universo teria a sugestiva forma oval. Na Idade Média, houve quem acreditasse que o mundo teria surgido dentro da casca de um ovo. ( https://www.bbc.com/portuguese/geral).

Ao longo dos anos, dar de presente, sobretudo para as crianças, um ovo de Páscoa, virou tradição no mundo inteiro, pelo menos entre aquele que professam o cristianismo. Mas, de uns tempos para cá, no Brasil, os preços dos ovos de chocolate têm aumentado muito até chegar aos dias de hoje, quando ele se tornou um verdadeiro assalto. Aqueles de tamanho médio, não saem por menos de R$ 50, nas melhores casas do ramo. Se levarmos em consideração que ano passado o preço girava em torno de R$ 30, teremos um aumento de quase 100% em alguns casos. Claro, talvez fábricas e comerciantes estejam querendo tirar o pé do lodo, depois de amargarem dois anos de incertezas, com a Covid 19. Mas, tudo tem um limite.

Para fugir dessa carestia só nos resta ou apelar para os ovos artesanais, muitas vezes mais saborosos e com preço mais acessível, ou para as caixas de bombons, em média, seis vezes mais baratas. Aqui, entra a criatividade do brasileiro, pois o chocolate apenas muda de formato e com sabores variados. As famosas brincadeiras de caça ao tesouro (um ovo de Páscoa) seriam substituídas pela caça à caixa de bombons.

Abrindo um parênteses no assunto, assustador está, também, o preço do queijo minas curado, que nos supermercados, pelo menos do Cônego, estão sendo vendidos em média a R$ 50. Um absurdo, daí ser preferível substituí-lo por requeijão ou queijo prato ou muçarela (essa é a forma registrada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, apesar da consagrada forma “mussarela”) fatiada que será comprado na quantidade desejada.

Aliás, o Brasil é um país desmemoriado, pois aqui o preço dos combustíveis sobe em função da variação do dólar e do barril de petróleo. No entanto, mesmo que eles diminuam, como é o caso atual, esquecem de abater a percentagem de queda, nas bombas dos postos de gasolina. O mesmo se dá com o botijão de gás.

Como, para felicidade geral, o brasileiro é muito criativo, muitos farão em casa os próprios ovos, para alegria da garotada, ou recorrerão aos ovos artesanais, ou confeccionarão uma embalagem em formato de um ovo e colocarão dentro uma caixa de bombons. Mas, muitos pensarão ser essa comemoração apenas uma vez por ano e que vale a pena qualquer sacrifício. De qualquer maneira, a alegria de crianças e adultos, estará garantida, pois o doce sabor do chocolate estará presente.

Uma feliz Páscoa para todos.

 

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A federação está contente, um dos seus escolhidos é o campeão

quarta-feira, 06 de abril de 2022

Com o título ganho no último sábado, 2, o Fluminense tirou o sonho do Flamengo de se tornar tetra campeão do Estado do Rio de Janeiro. Com os títulos de 1932, 1933, 1934 e 1935 esta primazia pertence ao Botafogo, o que vai continuar assim, por muito tempo mais. Nos dias de hoje é muito difícil um clube se manter no topo, por quatro anos seguidos, em campeonatos tão competitivos como os de hoje. O Fluminense tem também um tetracampeonato, em 1906, 1907, 1908 e 1909, mas da época do amadorismo, no Estado.

Com o título ganho no último sábado, 2, o Fluminense tirou o sonho do Flamengo de se tornar tetra campeão do Estado do Rio de Janeiro. Com os títulos de 1932, 1933, 1934 e 1935 esta primazia pertence ao Botafogo, o que vai continuar assim, por muito tempo mais. Nos dias de hoje é muito difícil um clube se manter no topo, por quatro anos seguidos, em campeonatos tão competitivos como os de hoje. O Fluminense tem também um tetracampeonato, em 1906, 1907, 1908 e 1909, mas da época do amadorismo, no Estado.

Que o Fluminense tem méritos, ninguém duvida, mas as cartas já estavam marcadas desde o início do certame, para que Flamengo e Fluminense fossem os finalistas. Afinal das contas, o futebol de hoje em dia é feito de números e sendo a final um Fla X Flu, a percentagem que entraria nos cofres da federação estaria garantida. Mesmo que o campeonato seja deficitário, os dois jogos das finais compensariam os prejuízos ao longo da competição, se é que os cartolas da entidade máxima do futebol do Rio de Janeiro tenham prejuízo. É a mesma situação de quando uma firma entra em falência, pois quem vai falir é a firma, jamais o dono ou donos.

É claro que o tricolor mereceu esse título, pois dos 32 pontos disputados na Taça Guanabara, o tricolor das Laranjeiras conquistou 28, dois a mais que seu rival Flamengo, com 26. No turno final, dos 12 pontos em disputa, ganhou nove ficando à frente do vice por três pontos. Por falar em vice, o rubro negro da Gávea está se especializando em chegar em segundo lugar. De dezembro do ano passado até o último fim de semana, foram cinco vices campeonatos, a saber em 2021 vice da Libertadores e do Brasileirão, em 2022 vice da Super Copa, da Taça Guanabara e do Carioca. Na atualidade, tem mais vices do que seu rival Vasco da Gama.

O que entristece e torna o campeonato do Rio de Janeiro ridículo e sem credibilidade é que muitos jogos são “arranjados” nos bastidores, fazendo com que o público se afaste da maioria deles, todos deficitários. Só os clássicos, em função da rivalidade presente, escapam do vermelho. Os jogos entre os times pequenos, verdadeiros participantes e, nada mais, são acompanhados por menos de 200 “testemunhas”. São times montados para disputar o campeonato do estado e garantir os votos para que os dirigentes da federação se perpetuem no poder. Num tempo já distante os clubes grandes, que detêm o maior número de campeonatos, o Flamengo levantou a taça por 37 vezes, o Fluminense por 32, Vasco da Gama foi campeão em 24 ocasiões e o Botafogo em 21 tinham um percentual no total de votos na entidade máxima, do futebol do Rio.

Como eram eles que mandavam, espertamente, um dirigente o famoso Caixa D´água (Eduardo Viana), em 2006 mudou as regras e a atual, regida pela Lei Pelé, determina que a diferença entre os pesos dos votos dentro das federações não tenha uma proporção maior que seis para um. Na Ferj, por exemplo, a divisão é a seguinte: seis votos para times de série A, quatro para times de série B, dois para times de série C e um para os demais times amadores e ligas. Ou seja, o poder dos grandes foi diluído e até times amadores e ligas, muitas vezes fantasmas, influem na eleição do dirigente máximo da entidade. E haja promessas por debaixo dos panos.

Em São Paulo, onde impera um profissionalismo mais arejado, o nível do campeonato paulista é muito maior, os times do interior são melhor estruturados e mais fortes e cumprem de maneira mais atuante o papel de formar jogadores para os times da capital e o Santos, da cidade de Santos. Para se ter um exemplo, o Guarani de Campinas já foi campeão do Brasileiro e o Bragantino, de Bragança Paulista, atual Red Bull primeiro time a se tornar SAF (Sociedade Anônima Futebol), no Brasil foi vice-campeão da Copa Sul Americana, do ano passado.

Como já disse, nada tira os méritos do Fluminense, campeão do Estado do Rio de Janeiro, versão 2022; não é um plantel milionário como o do Flamengo, mas muito bem treinado pelo experiente Abel Braga, curiosamente o técnico campeão do último título estadual do pó de arroz, em 2012, quando, também, levantou a taça do Brasileiro.

Parabéns ao Fluminense e que ao longo dos próximos 12 meses, lute para uma melhoria acentuada do combalido futebol do Estado do Rio de Janeiro.

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Mais uma vez o Botafogo é prejudicado acintosamente

quarta-feira, 30 de março de 2022

Alguém precisa informar a John Textor, investidor que comprou a SAF Botafogo (Sociedade Anônima Futebol Botafogo), que no combalido esporte bretão do Estado do Rio de Janeiro, não basta comprar jogadores, é preciso comprar sopradores de apito e a própria Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), para se ter alguma chance de ser campeão desse campeonatinho falido.

Alguém precisa informar a John Textor, investidor que comprou a SAF Botafogo (Sociedade Anônima Futebol Botafogo), que no combalido esporte bretão do Estado do Rio de Janeiro, não basta comprar jogadores, é preciso comprar sopradores de apito e a própria Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), para se ter alguma chance de ser campeão desse campeonatinho falido.

No último fim de semana, durante um almoço com meus colegas da faculdade de medicina, comentei que no jogo Botafogo x Fluminense, se o Fogão estivesse vencendo por dois gols de diferença, resultado que colocaria o time da estrela solitária na final contra o Flamengo, o juizeco do clássico entraria em cena. Não deu outra coisa, com o tempo regulamentar esgotado, ele inventou uma falta para o Fluminense que resultou no gol do tricolor. Deixou o jogo seguir e, imediatamente, marcou uma falta frontal a favor do Botafogo. Deve ter sido avisado pela alta direção da federação, pois encerrou o jogo antes da cobrança dessa penalidade. Pensou: e se acontecesse outro gol do Botafogo, o que arrebentaria com o esquema já, previamente, arranjado de ter um Fla X Flu, na finalíssima.

No primeiro jogo da semifinal, apesar de ter sido derrotado, o Botafogo já tinha jogado melhor e também foi prejudicado, ao não ter um pênalti claro ignorado pelo árbitro e acobertado pelo VAR cuja sigla deve significar “vigília a favor do roubo”. No jogo de domingo passado, o time da estrela solitária foi muito melhor em campo, prova disso que teve dois outros gols anulados, por impedimento. A favor do Fogão, o VAR não erra nunca. O técnico do pó de arroz já era vaiado pelos torcedores, vaia essa que aumentou após o segundo gol. Saiu envergonhado do campo, pois só com a ajuda extra campo, chegou a final.

Aliás, de bobo John Textor não tem nada, pois após o final da partida, disse que ano que vem o time da estrela solitária vai disputar o campeonato do Rio com o time B. Vai manter o time A em treinamento para a Copa do Brasil, o Brasileirão e um dos campeonatos da Conmebol (Confederação Sul Americana de Futebol), a Libertadores ou a Sul Americana. Não vale mais a pena expor o time principal ao ridículo de um campeonato deficitário e sem atrativos.

Mas, temos de ver sempre o lado bom das coisas. Afinal, o novo treinador do Botafogo, o português Luís Castro chegou hoje ao Brasil e poderá iniciar o seu trabalho, com dez dias de treinamento, ainda mais que são seis os novos contratados, muitos vindo da Europa e da Ásia, que chegaram com status de titulares. Vai ter de correr contra o tempo, pois a estreia será contra o Corinthians, em São Paulo. Aliás, ele foi eliminado hoje, das finais do campeonato paulista, esse um torneio muito mais interessante e com um nível técnico muito melhor, além de mais rentável.

Portanto, quando o Brasileirão começar todos os novos jogadores estarão regularizados e em condições de entrarem em campo, o que não aconteceria se tivéssemos chegado as finais do atual torneio que serão disputadas nesta quarta-feira, 30,  e no domingo que vem, 3 de abril.

De qualquer maneira, os jogadores e comissão técnica atual estão de parabéns, pois o time, em campo, nos dois últimos jogos honraram a camisa preta e branca do glorioso e se não foram adiante, deve-se aos acontecimentos extra campo já citados e que jogam lama num dos campeonatos que já foi um dos mais charmosos do país. É uma pena, mas cada povo tem aquilo que merece e para o que contribui.

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