Segue o vice, pois o líder disparou

Max Wolosker

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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 27 de junho de 2023

A performance do Botafogo no que está sendo chamado de Brasileirão Rei, em homenagem a Pelé é incontestável. Passadas 12 rodadas do campeonato, o alvinegro tem 30 pontos ganhos e seis perdidos, consequência de dez vitórias e apenas duas derrotas. O Grêmio, vice-líder tem 23 pontos, sendo sete vitórias, dois empates e três derrotas. Uma diferença de sete pontos em relação ao segundo colocado e oito em relação ao Flamengo que é o terceiro, na tabela com 22 pontos. É engraçado porque logo após a estreia no campeonato, derrotando o São Paulo por 2 a 1, no estádio Nílton Santos, o “coleguinha” Arnaldo Ribeiro comparou o Fogão a um lixo e o chamou, ainda, de adversário fraco. Passadas essas 12 rodadas o Botafogo venceu, excetuando o Santos, os principais clubes de São Paulo, a saber Palmeiras, Corinthians e o próprio tricolor do Morumbi. Quem é o lixo?

Após um campeonato carioca ruim, em que se classificou em quinto lugar, atrás do Volta Redonda, e um início de Taça Brasil pior ainda, levando a uma desclassificação precoce, o técnico Luís Castro conseguiu se fazer entender pelo grupo de jogadores. Esse entendimento propiciou uma integração importante entre jogadores e técnico e os resultados começaram a aparecer. Diga-se de passagem, que a torcida, após os resultados ruins da equipe, pediu o afastamento do técnico e se não fosse John Textor, dono da SAF Botafogo, isso teria acontecido, pois é uma tônica no futebol brasileiro a cabeça do técnico rolar com os maus resultados da equipe. Que o diga o Corinthians paulista que, desde o início da temporada, já trocou cinco comandantes. Hoje, a fila de pedido de perdão a Luís Castro dá a volta no estádio Nilton Santos e a possível saída dele, para o futebol árabe, assusta os torcedores.

Esse é um problema para o futebol brasileiro, a meu ver sem solução, as famosas janelas de transferência que são abertas em janeiro e julho. Tanto o futebol europeu como agora o árabe, têm muito mais bala na agulha para levar jogadores brasileiros que se destacam em seus clubes. No caso do alvinegro da Rua General Severiano, podemos destacar o goleiro Lucas Perry, o defensor Arielson, o meio campista Eduardo e o atacante Tiquinho Soares como possíveis alvos dessa janela. Quase meio time podendo ser desfeito pelos dólares árabes ou os euros europeus.

O último jogo, contra o Palmeiras, mostrou o progresso do Botafogo, um time com uma defesa sólida, é a terceira menos vazada do campeonato, um meio campo que sabe sair rápido da defesa para o ataque, a chamada transição, e um ataque veloz com dois pontas “rapdézidos” e dribladores e um atacante que tem faro de gol e é o atual artilheiro do campeonato, com 11 gols em dez jogos, pois em dois ele não marcou. Desde o início da temporada são 20 no total. Na realidade, no duelo entre os dois técnicos portugueses, Abel do Palmeiras e Luís Castro do Botafogo, este último deu um nó tático no primeiro, pois apesar do Palmeiras ter maior posse de bola durante o jogo, foi o Botafogo que venceu com um gol de Tiquinho aos 27 minutos do segundo tempo. Diga-se de passagem, que a equipe palmeirense perdeu um pênalti com a bola sendo chutada para fora por Raphael Veiga, também no segundo tempo.

Creio que a desconfiança e os deboches de alguns comentaristas esportivos, em relação ao time da estrela solitária deveriam ser revistos, pois tanto o Atlético Mineiro, como Flamengo e Palmeiras que foram apontados como os melhores times desse brasileirão, foram derrotados pelo Botafogo. O campeonato é longo, muita água vai rolar por baixo da ponte, mas no momento atual, quer queiram quer não queiram, o glorioso é sim um postulante ao título.

Aliás, um torcedor botafoguense procurou um oftalmologista e esse lhe perguntou qual era o problema, ao que ele respondeu estar preocupado, pois não enxergava ninguém a sua frente.

Segue o vice, pois o líder disparou. 

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