Botafogo tritura o urubu e cozinha o galo

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 09 de maio de 2023

Definitivamente o Botafogo não é muito chegado a aves. No último dia 30 de abril, um domingo, triturou o urubu (Flamengo) e no domingo seguinte, 7 de maio, cozinhou o galo (Atlético Mineiro). Com placares de 3 a 2 e 2 a 0, respectivamente, com cinco gols a favor e dois contra, o Fogão consolidou-se na liderança do campeonato Brasileiro de 2023 e continua com 100% de aproveitamento, com quatro vitórias em quatro jogos. Lógico que isso não vai ser uma constante, pois num campeonato equilibrado, que reúne a nata do futebol nacional e muito longo, são 38 rodadas, todos os times passarão por altos e baixos. Claro está que aquele que conseguir manter uma regularidade por mais tempo, terá grandes chances de chegar ao título, no final da competição.

Parece que o português Luís Castro, treinador do Glorioso, finalmente conseguiu encaixar seu estilo de jogo preferido num plantel qualificado e que soube absorver os desejos do mestre. O time não tem jogadores do quilate de um Palmeiras ou Flamengo, dois dos atuais disputantes do Brasileirão 2023 que se destacam pela qualidade do material humano que apresentam, mas tem no conjunto a sua arma preferida. No momento, é um time que sabe o que quer, dentro de campo, e não é a toa que se mantém invicto a 14 jogos, entre a final da Taça Rio, Brasileirão, Copa do Brasil e Taça Sul-americana.

Além disso, com a implantação da SAF (sociedade anônima) e a entrada de recursos para formar um bom plantel (titulares e reservas), o Botafogo conseguiu ter peças de reposição, um fator decisivo num calendário cansativo e desumano como é o do futebol brasileiro. Se bem que, no momento, não nos diferenciamos muito do europeu que, infelizmente, nos serve de modelo.

Da mesma maneira que o Fogão não rendeu o esperado contra a LDU, no estádio Nílton Santos, pois vinha de uma partida muito disputada contra o Flamengo, num intervalo de três dias, o Atlético sentiu esse mesmo esforço, contra o Botafogo, depois de enfrentar o Alianza de Lima, pela Libertadores das Américas, no mesmo intervalo de tempo. Aliás, está será uma constante durante toda a temporada, enquanto os times tiverem varias competições em disputa. Por exemplo, o Vasco da Gama já eliminado da Taça Brasil e fora da Sul-americana, pode se dedicar apenas ao Brasileirão, o que mantém o time da Cruz de Malta mais descansado.

Existe ainda um outro fator que deveria ser levado em consideração, quando da elaboração do calendário do futebol brasileiro, já que se trata de um evento profissional. Estou falando do bolso do torcedor, aquele que gosta de ir aos estádios e, portanto, tem de arcar com o preço dos ingressos. Por exemplo, nesse mês de maio o Botafogo em 28 dias, disputará nove jogos, ou seja, três a cada três dias.

Se levarmos em consideração que o ingresso mais barato custa R$ 60, o torcedor que for a todos os jogos gastará R$ 540 só com a entrada, sem contar com o desembolso para transporte e bebida ou algo para mastigar. O Flamengo como tem uma torcida mais numerosa, consegue uma média de público de 40 mil pessoas, no estádio do Maracanã.

Já o Botafogo mantém uma média de 20 mil torcedores, no estádio Nilton Santos. Se o preço da entrada fosse mais acessível, talvez a média de público fosse bem maior. Aliás, esse deveria se o ideal já que o futebol é um esporte de massa. Em função do preço dos ingressos ele vem sendo elitizado, o que não é o ideal, pois é muito mais gostoso e gratificante para um time de futebol ter o apoio em massa de seus torcedores.

Como torcedor do Fogão, espero que meu time se mantenha no topo da tabela e que consiga conquistar um título entre as competições que disputa. Se não for possível, que pelo menos chegue entre os melhores classificados.

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