18 de outubro, Dia do Médico

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O dia do médico é comemorado em 18 de outubro, dia que a Igreja Católica comemora a memória de São Lucas, o evangelista, que tornou-se o padroeiro dos médicos. Ele nasceu na Antioquia, onde atualmente está a Turquia, e estudou medicina em Alexandria, tendo exercido sua profissão em Roma, onde foi médico do imperador Tibério. Apesar disso, buscava praticar a medicina entre os mais necessitados afastando-se por isso, depois de certo tempo, das atividades no palácio.

Na bíblia, as primeiras citações sobre Lucas estão nas epístolas de Paulo, que fazem referência a ele como "colaborador" e "o médico amado" (CO 4:14). Apesar disso, antes mesmo de se converter ao cristianismo, ele dedicava a vida aos humildes, pregando a solidariedade e o amor. Por isso, desde o século 15, comemora-se o Dia do Médico na data de seu nascimento, 18 de outubro.

Esse introito se faz necessário não só para explicar a razão da comemoração dessa data, mas também para deixar claro que, na realidade, o dia do médico é todo dia, pois esse profissional é imprescindível no exercício diário de zelar pela saúde do ser humano. Seja nas ações preventivas, seja nas ações curativas, seja na capacidade de ouvir e consolar seu semelhante, o médico tem de estar a postos, sempre que solicitado.

Nesses últimos dois fatídicos anos, em que o planeta foi assolado pela pandemia da Covid-19, esses profissionais, juntamente com toda a equipe de saúde, exerceram papel relevante na preservação da vida humana. Foi uma luta encarniçada em que muitos tombaram pelo caminho, mas dignificaram uma categoria que muitas vezes é criticada, mas que mostra sempre o seu valor, principalmente quando posta à prova. Muitos foram aqueles, durante o pico máximo da contaminação, que foram obrigados a dormirem fora de casa, para não arriscarem contaminar os seus entes queridos. Sacrificaram a própria família em razão de sua missão de cuidar dos seus semelhantes.

Como diz Pedro Rachid, “o médico não é mais especial do que nós, não ele não é, somos todos iguais, sem nenhuma distinção diante do Criador. Mas, possuem algo que não desfrutamos, enquanto humanos”. “O médico tem nas mãos vidas, a grande criação de Deus, por isso são extraordinários, exclusivos e essenciais aos planos do Senhor”. E continua: “Em patamar elevado, cuida de nós, sara nossas feridas, cura nossas doenças e salva vidas. Guiados pelas mãos divinas, são anjos disfarçados, dependentes de carinho e do amor da gente”. E conclui: “São exclusivos, mas naturais, o que os difere vem do perfume da alma, são como nós, apenas uma aura em seu estado áureo, sempre pronto a salvar vidas, o maior e mais importante presente de Deus”.

Tudo o que sou devo à medicina e ao período de 43 anos em que atuei como médico, seja no âmbito público ou no privado, onde fiz muitos amigos, pois ao longo da profissão não são poucos os pacientes que se tornam amigos de seus médicos. Encostei o estetoscópio em 2017, pois senti que os mais jovens que chegavam para engrossar a lista de endocrinologistas da cidade, eram capazes de conduzir o bastão com dignidade e, sobretudo, com capacidade.

Mas, não me desliguei totalmente da profissão, pois ser médico é para sempre. Assim, atendi ao convite de prestar ajuda à Adinf (Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo), me dedicando de novo aquilo que fiz durante toda a minha vida, agora num trabalho cuja remuneração maior é o reconhecimento daqueles que necessitam de cuidados e, sobretudo, de ajuda.

Um excelente Dia do Médico a todos os meus colegas de profissão, com ênfase naqueles que se desdobraram no combate ao maldito vírus chinês. Um especial agradecimento aos que perderam a vida para o coronavírus e a seus familiares, pois o sacrifício deles não foi em vão.

 

Max Wolosker é médico e jornalista. Escreve às quartas-feiras.

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