A Secretaria estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro iniciou nesta sexta-feira, 17, a distribuição de mais 495.260 doses das vacinas contra a Covid-19 que serão repassadas ainda neste fim de semana para todos os municípios fluminenses. A nova remessa contém 325.260 doses da Pfizer para primeira e segunda aplicação e 170 mil da Oxford/AstraZeneca para aplicação da segunda dose.
A SES não informou quantas doses de ambas as vacinas serão destinadas para Nova Friburgo. A prefeitura do município aguarda a chegada dos lotes ainda neste sábado, 18, para poder elaborar o calendário de vacinação de segunda dose da próxima semana e possíveis repescagens de primeira dose para quem ainda não se vacinou. Nova Friburgo já concluiu o esquema vacinal de primeira aplicação em toda a população adulta e também em adolescentes de 12 a 17 anos.
Nesta sexta-feira, 17, a Secretaria de Saúde realizou uma ação de repescagem de primeira dose nos ginásios do Cordoeira e de Conselheiro Paulino, posto de saúde de São Geraldo e na quadra da escola de samba Imperatriz de Olaria com doses da CoronaVac e Pfizer. No campus local da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que funciona na Fábrica Filó, foi aplicada a segunda dose da CoronaVac em jovens de 18 a 20 anos que tomaram a primeira aplicação no mês passado, na ação especial Dia D contra a Covid-19.
Até agora Fiocruz já liberou mais de 96,5 milhões de doses da AstraZeneca
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que com a entrega nesta sexta-feira, 17, ao Ministério da Saúde de mais 700 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca completou a liberação de mais de 4,5 milhões de doses do imunizante para o Brasil. Outros lotes haviam sido distribuídos pela Fiocruz nas últimas quarta-feira, 15, e quinta-feira, 16.
Todas as doses da AstraZeneca estão sendo produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), na Zona Norte do Rio de Janeiro. Com a entrega, a Fundação alcança a marca de 96,5 milhões de doses disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI). O Bio-Manguinhos/Fiocruz conta também com mais de dez milhões de doses em controle de qualidade, para serem entregues à população, por meio do MS, tão logo ocorram as suas liberações. Com o reforço é esperado que estados e municípios com falta de doses da AstraZeneca, como Nova Friburgo, possam retomar as aplicações deste imunizante na próxima semana.
Efetividade das vacinas será avaliada
Um estudo rcente da Fiocruz com dados colhidos entre 17 de janeiro e 19 de julho reforçou que as vacinas CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer preveniram casos graves e óbitos causados pela doença no Brasil. Confirmando conclusões de outros pesquisadores, a análise indicou que a proteção é maior quando o esquema vacinal é completo, mas diminui conforme aumenta a idade dos vacinados. A pesquisa ainda precisa ser revisada por outros cientistas e foi publicada em formato preprint na plataforma medRxiv.
Foram usadas as bases de dados do PNI e do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), com mais de 66 milhões de registros no total, abrangendo doses aplicadas e casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Os pesquisadores incluíram no estudo os vacinados com primeira e segunda doses das três vacinas para medir a taxa de efetividade. Diferentemente da eficácia, calculada nos testes clínicos de desenvolvimento da vacina a partir da comparação de voluntários vacinados e não vacinados, a efetividade mede a proteção que o imunizante confere quando passa a ser usado em larga escala na população, já com a aprovação das autoridades sanitárias.
Óbitos
A análise dos adultos com esquema vacinal completo da AstraZeneca apontou que a efetividade contra óbitos varia de 97,9%, entre as pessoas com 20 a 39 anos, a 84,6%, entre quem tem mais de 80 anos. Para os casos graves, a efetividade mais alta foi na população de 40 a 59 anos (90,4%), e a mais baixa também ocorreu entre os maiores de 80 anos: 66,7%.
No caso do esquema completo da CoronaVac, a efetividade contra óbitos foi de 82,7% na população de 40 a 59 anos, e de 45% na população com mais de 80 anos. Contra casos graves, a efetividade do esquema completo dessa vacina chega a 60,8% entre os idosos de 60 a 79 anos, mas cai para 29,6% com mais de 80 anos.
Com uma base de dados encerrada em julho, a pesquisa analisou também a efetividade dos vacinados com a primeira dose da Pfizer, que começou a ser aplicada em maio, quando o calendário de vacinação já tinha contemplado idosos e parte dos grupos com comorbidades. Essa vacina é administrada no país com intervalo de 12 semanas entre as duas doses, e com o baixo número de segundas doses aplicadas no período estudado, a efetividade do esquema vacinal completo da Pfizer não foi avaliada separadamente.
Imunização
Segundo a pesquisa, a efetividade da primeira dose desse imunizante contra mortes chegou a 89% nas faixas etárias de 40 a 59 anos e, de 60 a 79 anos foi de cerca de 81%. Entre os mais jovens, a efetividade atingiu 86,1% contra mortes e 64,7% contra casos graves.
O estudo também produziu uma análise de efetividade do plano de imunização como um todo, incluindo as três vacinas. Nesse caso, a efetividade dos esquemas vacinais completos contra mortes é de 51,4% nos idosos com mais de 80 anos, de 71,8% na faixa etária de 60 a 79 anos, e de 84,5% para a população de 40 a 59 anos. Esses percentuais caem para 35,9%, 61% e 73,6% na efetividade contra casos graves.
(Com informações e da Fiocruz Notícias e Agência Brasil)
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