Taxa de desemprego entre jovens é o dobro do grupo acima dos 30

Constatação é de pesquisa baseada em dados do IBGE
terça-feira, 15 de abril de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Um levantamento realizado por pesquisadores do FGV Ibre, da Fundação Getúlio Vargas, revela que a taxa de desemprego entre jovens brasileiros de 18 a 29 anos é mais que o dobro da registrada em pessoas de 30 a 59 anos. O estudo utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora o desemprego no Brasil tenha alcançado seu menor nível em 2024, os jovens continuam enfrentando dificuldades para encontrar trabalho. O IBGE considera desocupadas as pessoas sem emprego que estão ativamente buscando uma vaga. Aqueles que não estão à procura de trabalho, como estudantes, não são incluídos nesta estatística.

De acordo com Janaína Feijó, autora da pesquisa, os jovens enfrentam desafios significativos na busca por emprego, incluindo a falta de experiência profissional, baixa qualificação e a precarização das condições de trabalho. Esses fatores dificultam ainda mais a inserção desse grupo no mercado de trabalho.

De acordo com o levantamento, do total de jovens de 18 a 29 anos que estavam ocupados no último trimestre de 2024, pelo menos 38,5% trabalhavam na informalidade. No grupo dos adultos de 30 a 59 anos, o percentual cai para 35,9%. Essa alta taxa de informalidade entre os jovens também reflete numa maior subocupação do grupo por insuficiência de horas trabalhadas.

No quarto trimestre do ano passado, os trabalhadores brasileiros ganhavam cerca de R$ 3.315 por mês. Entre os jovens, a média era de R$ 2.297. Assim, a pesquisa também mostra que as ocupações que mais concentram trabalhadores jovens no Brasil são consideradas de pouca qualificação e baixos salários.

Os desafios da nova geração

Além da necessidade de qualificação técnica, os pesquisadores do FGV Ibre destacam a falta de habilidades socioemocionais (as chamadas “soft skills”) como um obstáculo para os jovens ingressarem e permanecerem no mercado de trabalho.

Para a maioria das vagas, é importante que os funcionários saibam cumprir ordens, trabalhar em equipe, e ser resilientes e proativos, mesmo sem experiência profissional, comenta a economista Janaína Feijó. Isso faz com que, muitas vezes, as empresas prefiram contratar pessoas mais velhas e experientes, acreditando que elas se adequarão melhor à vaga ofertada, ressalta a pesquisa.

“E também existe um fator sociocultural, de que a geração Z chega ao mercado de trabalho com expectativas que não necessariamente se enquadram no que os empregadores estão demandando”, afirma Feijó. De janeiro a fevereiro deste ano, os pedidos de demissões de jovens entre 18 e 29 anos representaram quase metade do total de solicitações no país, segundo outro estudo da pesquisadora.

Caminho é educação de olho no mercado

A baixa inserção dos jovens no mercado de trabalho pode impactar o desenvolvimento econômico do país, especialmente em um contexto de envelhecimento populacional, destaca o estudo. Além de reduzir a força produtiva e comprometer a inovação e a competitividade do país, com menos jovens empregados formalmente, há uma diminuição na arrecadação de impostos e contribuições previdenciárias.

 

* Reportagem da estagiária Laís Lima com informações do G1. Supervisão de Henrique Amorim 

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