Em publicação no Diário Oficial Eletrônico da Prefeitura de Nova Friburgo, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Logística tornou pública a realização de uma pesquisa de mercado para aquisição de 26 medicamentos destinados a atender a demanda de pacientes com coronavírus, em caráter emergencial, que dispensa licitação.
O documento ressalta que devido ao aumento do consumo frente a pandemia da Covid-19, os estoques dos medicamentos descritos encontram-se insuficientes para o regular funcionamento do Hospital Municipal Raul Sertã, “haja vista a grande demanda existente no momento”.
A prefeitura justifica que além do cenário imprevisível da pandemia, a retomada gradual da economia no município também contribuiu para o aumento do consumo devido a proliferação de novos casos da doença. “Concluímos de forma interdisciplinar que para a segurança dos pacientes da unidade de saúde, torna-se indispensável a presente aquisição dos medicamentos, objeto do presente”. O gasto estimado com a compra desses medicamentos não foi informado pela prefeitura.
O quantitativo de medicamentos a ser adquirido visa suprir a demanda do Hospital Municipal Raul Sertã pelo período de 180 dias visando o enfrentamento da pandemia. Os remédios que serão adquiridos são: Alteplase,120 unidades; Aminofilina 24mg, 3.300 unidades; Aminofilina 50 mg, 84.218 unidades; Atropina ou hiosciamina, 3.000 unidades; Besilato de Atracurio, 930 unidades; Brometo, 96 unidades; Cefazolina sódica, 5.100 unidades; Clonidina, 125 unidades; Dextrocetamina, 54 unidades; Diazepam, 2.316 unidades; Dopamina, 3.180 unidades; Etomidato, 108 unidades; Fentalina, 4.950 unidades; Fentanila, 600 unidades; Heparina sódica, 1.225 unidades; Hidralazina, 300 unidades; Lidocaína, 9.900; Midazolam 15mg/3ml, 1.380 unidades; Midazolam 50mg/10ml, 18 mil unidades; Morfina, 1.200 unidades; Propofol, 1.548 unidades; Salbutamol, 900 unidades; Solução de Hidroxietilamino, 210 unidades; Sulfametoxazol, 1.200 unidades; Suxametônio , 318 unidades e Tociluzimabe, 180 unidades.
Eficiência do Tocilizumabe
A prefeitura ressaltou que o medicamento Tocilizumabe não é padronizado junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas que a administração deste medicamento além de colaborar com a melhora do quadro clínico do paciente, diminui os custos inerentes a ocupação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), justificando, portanto, sua necessária aquisição no atual cenário pandêmico.
Em junho deste ano, o reumatologista Davi Furtado, em entrevista para A VOZ DA SERRA, detalhou a eficácia que o medicamento Tocilizumabe vinha apresentando em pacientes friburguenses com Covid-19. O medicamento é indicado normalmente para tratar doenças reumáticas, mas ao ser usado em pacientes com coronavírus conseguiu recuperar, até então, todos os pacientes.
“Um estudo recente sugere que a substância Tocilizumabe é imunobiológica. Há ainda um estudo chinês sobre esse medicamento com boa resposta. Há também um estudo sendo feito pelo Hospital Albert Einstein. Vamos esperar mais notícias – até agora elas são muito positivas”, disse o médio na época.
Ainda de acordo com o reumatologista, o Tocilizumabe é uma medicação que age na terceira base, quando o paciente já tem acometimento pulmonar, indo para a síndrome de angústia respiratória ou ventilação mecânica. “Por isso os médicos já podem usar essa nova medicação com vários estudos corroborando. É óbvio que é preciso mais estudos e exames. Os estudos preliminares, ao contrário da cloroquina e hidroxicloroquina, mostram evidências positivas. Os hospitais Raul Sertã, Albert Einstein e outros pelo mundo já utilizam esse novo medicamento. É preciso menos política e mais ciência”, revelou.
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