Os trovadores estão em todas as paradas de sucesso!

João Costa, por exemplo, não somente cantou Nova Friburgo em trovas, mas se esmerou ao compor o soneto
sábado, 18 de julho de 2020
por Elizabeth Souza Cruz
Praça dos Suspiro (Foto: Henrique Pinheiro)
Praça dos Suspiro (Foto: Henrique Pinheiro)

Rodolpho Abbud acertou em cheio, quando disse que o trovador domina todo o formato de arte literária. Ele dizia claramente, com uma felicidade cheia de orgulho: “Os Trovadores estão em todas as paradas de sucesso!”. Os exemplos são incontáveis. João Costa, por exemplo, não somente cantou Nova Friburgo em trovas, mas se esmerou ao compor o soneto...

PRAÇA DO SUSPIRO

A Praça, o teleférico, a igrejinha...
À destra de quem segue fica a fonte
dos namorados. E o morro defronte
a natureza intensa expõe todinha.

Maior encanto que esse nem me conte.
Esse lugar onde é? Quem adivinha?
Fica bem antes de além do horizonte.
Fica em Friburgo essa linda pracinha.

E para dar mais encanto a essa praça,
foi acrescido com amor e graça
o recanto feliz dos Trovadores.

A Praça do Suspiro é assim, singela,
mágica, poética, e isso faz com que ela
encante mais a cidade das flores.

João Costa

O trovador Renato Alves, do Rio de Janeiro, na ocasião dos 200 anos de Nova Friburgo, enviou-nos uma linda crônica para nos declarar seu amor, de onde reproduzimos trechos:

Carta à Minha Bem-Amada  

Querida:

Neste dia tão especial eu queria te dar um abraço diferente... Diferente do que te dou quando estás comigo e fico a contemplar extasiado a tua beleza, tuas formas, teu encanto; diferente do que te dou todos os anos, no mês de maio, quando me enches a alma de poesia com as trovas que são trazidas pessoalmente pelos poetas que aqui chegam a cada outono assim como chegam as andorinhas aos verões.

O que eu quero, hoje, é te abraçar com as palavras mais doces que houver. O que eu quero hoje é dizer o quanto és importante para mim, o quanto te devo pela alegria que trazes ao meu coração, todas as vezes que subo, angustiado, tuas verdes encostas para, logo depois, descê-las, aliviado, leve, solto e cada vez mais teu amante.

Quero dizer-te o quanto sou feliz quando caminho por tua praça central e viajo na memória, vendo o trem de ferro da saudade avançar sobre os trilhos plantados pelos ideais do Barão, e, depois, resfolegando de cansaço pela longa subida, parar para o desembarque de centenas de visitantes, teus futuros admiradores...

Quero dizer-te que, todas as vezes que estou contigo, entendo o quanto valeu a pena o "Decreto do Rei" e, até mesmo, o enorme sofrimento daquelas famílias suíças que, numa saga incrível de determinação e vontade, chegaram a estas “brenhas do Morro Queimado” para nos deixar um legado maravilhoso de amor e dedicação a um ideal... (...)

Renato Alves – Rio de Janeiro

 

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