A chuva típica de verão que caiu em Nova Friburgo na tarde desta quarta-feira, 23, pode ter sido a despedida do mau tempo fechado e persistente, com acumulados volumosos, que vem castigando o Sudeste como um todo desde a virada do ano.
Até esta quinta, 24, ainda há risco de novos temporais, mas radares meteorológicos que costumam acertar a previsão do tempo indicam dias de sol, sem chuva, a partir desta sexta-feira, 25, até pelo menos quarta-feira, 2.
Apesar disso, a Defesa Civil Municipal emitiu mais dois alertas - um de chuva moderada a forte e outro de ocorrência de deslizamentos - na tarde desta quarta. Isso porque o solo está encharcado em muitas áreas de risco.
Segundo o Climatempo, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que vinha provocando grandes volumes de chuva na Região Serrana já se desconfigurou. Com o padrão de circulação atmosférica que se estabelece nos próximos dias, a chuva tende a diminuir de forma considerável no Sudeste.
Ainda há condições para pancadas pontualmente fortes, mas a chuva já não será tão persistente e volumosa como nas últimas semanas, destaca o Climatempo.
Os últimos dias foram marcados por muita chuva sobre o centro-sul mineiro e a Região Serrana do Rio. Na tarde de 15 de fevereiro, quando ocorreu a tragédia que já deixou quase 200 mortos, choveu 230mm em apenas três horas sobre a cidade de Petrópolis - onde o tempo também deve melhorar a partir de agora.
O volume de chuva extremamente elevado, caindo em tão pouco tempo, causou enormes deslizamentos de terra e rios de lama invadiram áreas da cidade.
Segundo o Climatempo, a chuva diminui consideravelmente no decorrer dos próximos dias e o sol volta aparecer mais. Ainda há previsão de pancadas de chuva forte, mas de forma isolada, mal distribuída e localizada. Não há previsão de grandes volumes nos próximos dias.
Como noticiou A VOZ DA SERRA, o corredor de umidade da Amazônia responsável por tantas chuvas em Nova Friburgo e no Sudeste de forma geral foi o terceiro episódio da famosa Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) neste início de ano. A primeira ZCAS de 2022 ocorreu na virada do ano e a segunda, em meados de janeiro, provocando nas pessoas a impressão de que o sol foi-se embora para sempre.
Como também vem explicando A VOZ DA SERRA, desde o início da primavera, em setembro, o Brasil está sob a influência do fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico), que continuará ativo durante todo o verão de 2022, ou seja, até março. A presença do La Niña facilita a formação de ZCASs, um dos principais sistemas meteorológicos que provocam chuva abundante durante o verão no Brasil. La Niña, no entanto, já teve seu pico e começou a perder a força.
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