Margens do Bengalas cheias de lixo e as lixeiras… vazias

Prefeitura tem feito a sua parte; o que falta é consciência ambiental de parte da população
sexta-feira, 24 de julho de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
Lixo no entorno da lixeira vazia (Fotos: Henrique Pinheiro)
Lixo no entorno da lixeira vazia (Fotos: Henrique Pinheiro)

No último dia 18 de junho, A VOZ DA SERRA publicou reportagem baseada na denúncia enviada por um leitor se queixando da falta de varrição e recolhimento do lixo depositado nas lixeiras que margeiam o Rio Bengalas ao longo das avenidas Comte Bittencourt e Galdino do Valle Filho, no Centro. Encontramos lixeiras abarrotadas de lixo e muitos detritos espalhados pelo chão, sobretudo na margem do rio, entre o muro de contenção e a grade de proteção.

Na ocasião, a Prefeitura de Nova Friburgo se manifestou através de nota, na qual informou que “a varrição e a retirada de lixo dos coletores são feitas diariamente. Pode ocorrer uma demora em função da necessidade de deslocamento ocasional de funcionários para outros serviços urgentes”. O Governo Municipal também informou que novas lixeiras seriam entregues pela Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA) e instaladas até este mês de julho, o que ainda não ocorreu.

Passado pouco mais de um mês, voltamos ao local para conferir a situação e o que constatamos foi uma inversão dos problemas. Se antes a queixa era quanto a falta de limpeza, o alvo agora é a falta de educação e de consciência de quem joga lixo no chão, sujando a cidade e contribuindo para a proliferação de ratos e baratas.

Percorremos toda a extensão das duas avenidas nas calçadas que margeiam o Rio Bengalas. Das oito lixeiras disponíveis – cinco na Avenida Comte Bittencourt e três na Avenida Galdino do Valle Filho -, todas estavam vazias, o que sugere que a limpeza havia sido realizada recentemente. Além disso, diversos sacos com o lixo retirado pelos varredores de rua estavam às margens da avenida aguardando pelo caminhão que faz o recolhimento.

Mesmo assim, encontramos dezenas de copos descartáveis, diversas garrafas pet e de vidro, sacolas plásticas, marmitas, restos de móveis, papéis de bala e embalagens de biscoito, latas, maços de cigarro vazios, caixotes de madeira, máscaras de barreira,  lingeries, uma calota de automóvel e até a embalagem de um teste de gravidez. Evidências claras de que, nesse caso, a prefeitura tem feito a sua parte, o que falta é educação e comprometimento ambiental de quem, em pleno 2020, ainda descarta lixo no chão.

“A falta de educação é pior que a falta de lixeiras”, definiu Cleide Maria Turque, em comentário na página do jornal no Facebook. “Falta de educação. Agora o que mais vejo são máscaras pelo chão”, denunciou Vanessa Costa. “Podem instalar 200 lixeiras que o povo vai continuar jogando o lixo no chão”, lamentou Fabiana Monteiro de Barros.

Lei municipal

Jogar lixo no chão é uma infração que poderia ser penalizada com multa em Nova Friburgo, mas falta fiscalização. Há uma lei municipal, de março de 2014, de autoria da vereadora Vanderléia Lima, que prevê multa de R$ 100 para quem infringir a norma. Além disso, o descarte irregular de lixo ou entulhos é considerado crime ambiental, passível de multa (que pode variar de R$ 3 mil a R$ 4 mil) e detenção de quem for pego em flagrante.

 

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