Leitores ainda se queixam de ônibus cheios e passageiros viajando em pé

A VOZ DA SERRA já havia denunciado o problema semana passada, mas leitores continuam reclamando que Faol estaria descumprindo decreto
quinta-feira, 02 de abril de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
A superlotação na Estação Livre e dentro dos coletivos (Fotos: Henrique Pinheiro e leitores)
A superlotação na Estação Livre e dentro dos coletivos (Fotos: Henrique Pinheiro e leitores)

Na última sexta-feira, 27 de março, A VOZ DA SERRA publicou uma reportagem denunciando que a empresa de ônibus Faol  estaria descumprindo o decreto municipal de prevenção à pandemia mundial do novo coronavírus. De acordo com fotos e vídeos enviados por leitores, a concessionária não estaria respeitando a determinação feita pelo Governo Municipal através de decreto assinado pelo prefeito Renato Bravo.

Segundo o decreto, “entre 6h e 9h e 16h e 20h, a circulação dos ônibus deve ser com a frota integral”. Nos demais horários a circulação dos coletivos fica restrita a 30%. Além disso, “a lotação dos ônibus limita-se à capacidade de passageiros sentados, em todos os horários”.

No entanto, diariamente A VOZ DA SERRA tem recebido queixas de leitores, sobretudo com relação à lotação dos coletivos, que ainda estariam circulando com passageiros de pé – principalmente pela manhã -, contrariando o decreto municipal. O problema foi verificado na linha Olaria x Conselheiro e, mais recentemente, na linha Campo do Coelho (Conquista), como relatou a leitora Simone Cardoso, em mensagem enviada ao nosso WhatsApp (22 99213-9995).

“Dependo diariamente do transporte público. Como sou zeladora, não parei de trabalhar. Como a Faol retirou diversos horários, somos obrigados a viajar nos ônibus cheios. Se você não entra, não trabalha. Somos obrigados a nos sujeitar a isso. Se tivessem mais ônibus disponíveis, a gente não passaria por isso. Se não pode ônibus cheio, por que eles estão rodando lotados desse jeito?”, reclamou Simone Cardoso.

“Na verdade, não existem agentes públicos para fiscalizar. Como no engarrafamento para a vacinação, quando não havia sequer um agente de trânsito para organizar. São exemplos claros de ineficiência da gestão municipal”, comentou outro leitor, na página de A VOZ DA SERRA no Facebook.

Faol responde

Novamente procurada por A VOZ DA SERRA para comentar as denúncias, a empresa Friburgo Auto Ônibus se manifestou através do diretor Paulo Valente, que reconheceu o problema, mas disse ele está sendo solucionado: “Hoje (quarta-feira, 1º) já colocamos mais horários e nos próximos dias colocaremos mais ônibus nas linhas que apresentaram acréscimo de demanda. Temos equipes verificando isso dia a dia, pois trata-se de uma situação completamente nova, que não há como prever. Já foram reforçadas as linhas Riograndina, Conquista e Olaria x Conselheiro, que na última terça-feira, 31 de março, transportaram alguns passageiros em pé”, explicou Paulo Valente, que completou: “A empresa pede que as pessoas evitem se dirigir ao Centro para trabalhar, mas somente para fazer compras ou ir ao banco, por exemplo, e de preferência após 8h30, quando já passou a concentração de pessoas a caminho do trabalho, principalmente os idosos”, disse.

Higienização dos ônibus

O diretor Paulo Valente, da Faol, também revelou como está sendo feita a higienização dos coletivos nesse período de enfrentamento ao novo coronavírus. Segundo ele, em todos os ônibus que estão passando pela Estação Livre,– inclusive os que estão parando na Rua Galeano das Neves, ao lado do Friburgo Shopping, estão sendo limpos com um produto germicida a base de hipoclorito nos corrimões, encostos de bancos, validador dos cartões, e o pega-mão nas portas dos coletivos, por exemplo. “Toda viagem, das 5h às 22h, que é o horário que estamos operando hoje, o ônibus que chegar à Estação Livre está sendo higienizado”, concluiu Valente.

Vereador se posiciona

A VOZ DA SERRA também entrou em contato com o vereador Zezinho do Caminhão, que preside a Comissão Permanente de Acompanhamento e Fiscalização dos Serviços Públicos e Concedidos e Apoio aos Usuários da Câmara Municipal. O parlamentar voltou a criticar o descumprimento do decreto, mas culpou a prefeitura pela falta de fiscalização.

“Acho o decreto super necessário. Mas os serviços essenciais continuam funcionando normalmente e muitos trabalhadores ainda estão dependendo do transporte público. O decreto municipal diz que o passageiro só deve ser transportado sentado. Então o que está acontecendo? Por falta de fiscalização da prefeitura, a consequência disso é o descumprimento do decreto, que está só no papel. Entendemos que a empresa continua tendo suas despesas e precisa honrar com seus compromissos para pagar seus funcionários e manter a frota rodando, mas na situação atual, com a crise causada pelo coronavírus, vai ser difícil lucrar. Não só ela, mas a grande maioria das empresas. Mas como não há fiscalização, a situação corre de maneira frouxa e o decreto fica fictício. Falta ação do Governo Municipal”, afirmou o vereador.

O que diz a prefeitura

A VOZ DA SERRA procurou a Prefeitura de Nova Friburgo para comentar sobre a fiscalização ao cumprimento do decreto. Por meio de nota, o Governo Municipal informou que “a concessionária Faol foi notificada e advertida formalmente na tarde da última quarta-feira, 1º, para que dê efetivo cumprimento ao contrato de concessão, seus aditivos e regulamentos, como também as normas editadas pelo município”. 

 

 

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