Junho é o mês de Conscientização da Afasia

Distúrbio afeta habilidade de comunicação, alterando capacidade de se expressar, compreender aquilo que ouve, ler e escrever
terça-feira, 23 de junho de 2020
por Thiago Lima*
Junho é o mês de Conscientização da Afasia

O mês de junho é dedicado à conscientização sobre Afasia. Em 2017, o Departamento de Linguagem, a partir de uma ação do Comitê de Linguagem Oral e Escrita do Adulto e do Idoso, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), em conjunto com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) elegeram junho como o mês de conscientização da Afasia no Brasil, campanha que já acontecia nos Estados Unidos e também em outros países. 

A Afasia é considerada um distúrbio que afeta a habilidade de comunicação alterando a capacidade do indivíduo de se expressar por meio da fala, de compreender aquilo que ouve, de ler e de escrever. Ela ocorre após alguma lesão no cérebro que atinge regiões responsáveis pela comunicação oral e escrita. A causa mais comum é o acidente vascular cerebral (AVC), mas a afasia também pode ser causada por traumas cranioencefálicos, tumores e outras doenças que afetam o cérebro. 

Sendo assim, a pessoa com Afasia passa a ter dificuldades que não apresentava antes da lesão, como: dificuldade para encontrar palavras ou elaborar frases ao conversar, dificuldade para compreender palavras, frases ou uma conversa, troca de letras ou palavras na leitura e na escrita e dificuldade de compreender o que leu. 

Imagine-se tentando chamar sua filha e trocar o nome dela pelo de outra pessoa ou ir a uma loja, e ao ser atendido pelo funcionário que lhe oferece ajuda responder de uma forma que não corresponda com o contexto como “Sim, meu filho está ótimo, o dia hoje está muito bonito”, e após essas situações perceber a estranheza no rosto das pessoas que estão por perto, já que a conversa parece não ter sentido. 

Por essas e outras dificuldades que uma pessoa com Afasia pode ter em seu dia a dia, tais indivíduos acabam sofrendo preconceitos ao tentarem se relacionar socialmente. Algumas pessoas com Afasia relatam que já foram confundidas com alguém que está embriagado ao tentarem se comunicar ou que as pessoas costumam não ter paciência para ouvi-las e tentar compreender o que estão dizendo. 

Muitas pessoas que não conhecem ou não entendem essa condição, acham que quem tem Afasia perdeu a capacidade de pensar e de tomar decisões ou são comparadas a indivíduos com transtornos mentais, algo que, infelizmente, acaba afastando a pessoa que tem afasia da sociedade, deixando-a isolada. 

Refletindo sobre isso, como incluir os indivíduos com afasia de maneira a evitar seu isolamento social? Um bom começo é saber que a afasia existe, o que é e quais as dificuldades que uma pessoa com Afasia tem. Apesar de ainda não haver leis em nosso país que resguardem especificamente os direitos das pessoas que têm Afasia, esses indivíduos devem ser respeitados pela sociedade. 

Por isso, caso algum dia você se depare com alguém com essa dificuldade, não o julgue, esteja aberto para conhecê-lo e procure respeitá-lo, pois como você, ele tem direitos como qualquer cidadão. 

Para a reabilitação desse indivíduo, é de extrema importância que ele ou ela continue a se comunicar, não importa de que forma, seja por gestos, expressões faciais, por meio de figuras, usando sua fala e/ou escrita como for possível e que seus familiares e amigos sejam parceiros nesse processo de recuperação das habilidades de comunicação. O fonoaudiólogo é o profissional capacitado para realizar o tratamento de pessoas com Afasia visando contribuir para sua recuperação e para que se mantenham presentes e ativos em seu meio social. 

A Liga Acadêmica de Linguagem Adulto/Idoso (Lilai), da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem como propósito disseminar o mês da conscientização da Afasia. Quem tiver interesse de saber um pouco mais sobre como se comunicar com uma pessoa afásica, entre em contato com as redes sociais da liga através do @lilaiuff e seja você também essa ponte #sejaessaponte.

*Estagiário sob a supervisão de Henrique Amorim

 

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TAGS: saúde