Por um grau Celsius, Nova Friburgo perdeu para a vizinha Teresópolis o posto de cidade mais fria, entre as três principais da Região Serrana, na madrugada desta quinta-feira, 19. De acordo com as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e conforme previsto por A VOZ DA SERRA, a mínima oficial registrada em Friburgo foi de 5 graus, contra 4 graus em Teresópolis e 7 em Petrópolis.
A sensação térmica, no entanto, fez o frio sentido na pele ser bem mais cortante. Termômetros de rua, como o do Paissandu, registraram apenas 1 grau. Em localidades como Campo do Coelho e Stucky, moradores que acordaram cedo precisaram remover gelo do teto e do capô dos carros (foto abaixo, de Luiz Claudio Rosa). Várias cidades bateram recorde de frio neste ano.
Neste fim de semana as temperaturas continuam baixas, mas já não deverá fazer tanto frio. Os termômetros devem subir gradualmente no decorrer da próxima semana, voltando ao patamar entre 14 e 22 graus em Friburgo.
A tempestade subtropical Yakecan que ajudou a intensificar a atual massa de ar frio está agora se deslocando para alto-mar, afastando-se cada vez mais da costa brasileira. O sistema perdeu força, mas ainda pode provocar rajadas de vento no litoral do Rio.
Frio precoce é efeito do La Niña, que continua
O Climatempo já tinha previsto - e o jornal A VOZ DASERRA, noticiado - a primeira onda de frio intenso deste ano para a segunda quinzena de maio.
O frio precoce pode ser efeito do prolongamento do fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico), que se estabeleceu na primavera de 2021, atravessou todo o verão de 2022, já afeta o outono, promete ficar durante o inverno e ameaça se estender até o início de 2023.
Segundo o Climatempo, o fenômeno havia perdido força em fevereiro e março, mas voltou a se intensificar em abril, com o deslocamento de águas mais frias das camadas mais profundas do Pacífico em direção à superfície. Esse novo resfriamento indicou aos meteorologistas que o fenômeno poderá persistir por mais alguns meses.
Em março, como mostrou A VOZ DA SERRA, um relatório do Instituto de Pesquisas Internacionais para o Clima e Sociedade (IRI), ligado à Universidade de Columbia, nos EUA, já previa a continuidade do La Niña nos meses seguintes.
Ainda há divergências quanto à duração desse prolongamento. Enquanto alguns modelos meteorológicos indicam que o fenômeno deve atuar até o fim do inverno, em setembro, outros cogitam a possibilidade de La Niña se estender até o início de 2023. De certeza até agora, só há a alta probabilidade de La Niña continuar neste inverno, oscilando de fraco a moderado.
La Niña influencia o clima no mundo todo. No Brasil, define o regime de chuvas no verão, facilitando, o Sudeste, a formação de corredores de umidade que descem da Amazônia. Daí o verão altamente chuvoso que tivemos. Por causa do fenômeno, o verão friburguense só teve 24 dias quentes e ensolarados e dias com termômetros marcando apenas 12 graus em pleno fevereiro, como mostrou A VOZ DA SERRA. .
Assim como abril, maio é um mês de transição, com grandes variações térmicas e, consequentemente, mudanças bruscas de temperatura. Por isso nesta época ficam mais recorrentes os nevoeiros, que costumam se dissipar nas primeiras horas da manhã. Os dias ficam bem mais frios, mas nem tão secos: ainda ocorrem chuvas, porém rápidas.
Como um dos principais efeitos de La Niña é o frio precoce, em fevereiro o Climatempo já previa que maio poderia ser um mês com bastante oscilação de temperaturas, variando de dias muito quentes para dias frios devido ao avanço de massas de ar de origem polar.
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