O Governo Federal vai financiar pesquisas sobre novos métodos de diagnóstico, tratamento e interrupção da transmissão do coronavírus. Serão destinados R$ 50 milhões pelos ministérios da Saúde e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Podem participar pesquisadores vinculados a instituições científicas, tecnológicas ou de inovação tanto públicas quanto privadas. A Chamada Pública Nacional de Pesquisa em Saúde sobre o coronavírus será publicada na plataforma do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
A iniciativa engloba pesquisas relacionadas à história natural da doença; desenvolvimento e avaliação de testes, de alternativas terapêuticas e de vacinas contra à Covid-19; avaliação da atenção à saúde nos três níveis de complexidade frente à epidemia; uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nas ações de prevenção, controle e manejo; adesão e cumprimento das medidas de prevenção e controle, entre outros temas relacionados à doença.
As linhas de pesquisa foram definidas a partir de diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), alinhadas às prioridades nacionais em discussão entre o Ministério da Saúde e especialistas de todo o país, considerando a necessidade de resposta rápida e investimentos em estudos mais promissores. Além disso, o Ministério da Saúde criou e-mail para receber contribuições externas de pesquisa e inovação: é o pesquisacovid19@saude.gov.br.
Desde o final de janeiro, após declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os protocolos de pesquisas relacionados ao coronavírus submetidos à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) tem sido analisados em caráter de urgência. Desde então, foram submetidos na Plataforma Brasil aproximadamente 100 projetos de pesquisa relacionados ao coronavírus.
Ensaio clínico
O Ministério da Saúde está participando do “ensaio clínico Solidarity”, da Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar a eficácia de quatro medicamentos no tratamento da Covid-19. O ministério convidou o Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para coordenar o ensaio clínico. Desde a semana passada, pacientes diagnosticados e hospitalizados em 18 hospitais de 12 estados do país já começaram a fazer uso de um dos quatro medicamentos que fazem parte da pesquisa. Os medicamentos que terão a sua eficácia testada no tratamento de coronavírus são: Cloroquina e a Hidroxicloroquina, usadas contra a malária e doenças autoimunes; Combinação de remédios contra HIV, formada por Lopinavir e Ritonavir; Combinação de Lopinavir e Ritonavir em conjunto com a substância Interferon beta-1b, usada no tratamento de esclerose múltipla; o antiviral Remdesivir, desenvolvido para casos de ebola, sendo este último o único a não possuir registro no Brasil.
Além do Brasil, participam da iniciativa da OMS outros 45 países, como Argentina, França, Noruega, Espanha e Suíça. Os dados coletados de milhares de pacientes serão centralizados em uma plataforma única, gerenciada pela OMS. ( por Amanda Costa, da Agência Saúde).
Deixe o seu comentário