Depois que “descobriram” que o inverno de Nova Friburgo tem dias mais frios do que o verão no Alasca, tudo é possível em se tratando de meteorologia. Até mesmo imaginar que vá nevar em São Paulo ou em lugares de serra do Estado do Rio, incluindo Friburgo, até o fim desta semana. A previsão foi feita nesta segunda-feira, 17, pelo MetSul, um site de meteorologia do Sul do país. O fenômeno foi propalado como “de potencial histórico”, com força até para atravessar a linha do Equador, onde é verão atualmente.
O fato é que uma massa de ar polar de forte intensidade deve chegar ao Brasil nesta quarta-feira, 19, derrubando as temperaturas nos dias seguintes, à medida em que avançar pelo Sul e pelo Sudeste. No entanto, apesar do frio intenso, as temperaturas não serão as mais baixas que o Brasil já viveu. E a “Frozen de 2020” não será bem assim.
Como noticiou A VOZ DA SERRA em 19 de junho, o inverno 2020, além da pandemia, tem como diferencial ondas de frio tardias e espaçadas. O meteorologista Celso Oliveira, da Somar, explicou ao Canal Rural que é justamente o espaçamento entre as raras ondas de frio que deixa as temperaturas mais altas que o normal no Sudeste, como vem acontecendo. O leitor Rodrigo Heringer fez os registros de geada em Friburgo (fotos acima e abaixo).
Para Ricardo de Camargo, doutor em meteorologia pela Universidade de São Paulo (USP) ouvido pela revista Exame, a temperatura - que já está bem elevada nestes últimos dias - deve cair cerca de dez graus esta semana, nos estados mais afetados. Mas dificilmente haverá bonecos de neve em São Paulo - somente no Sul do país. Previsão semelhante foi feita pelo Climatempo.
Para Nova Friburgo, o Climatempo prevê temperaturas mais baixas, abaixo de dois dígitos, somente entre domingo e terça-feira que vem. As mínimas devem oscilar entre 7 e 11 graus.
O inverno em Friburgo
No ano passado, o frio do inverno também demorou a chegar. Junho de 2019 foi mais quente que o normal em boa parte do Brasil. Já este ano, uma onda de frio deu as caras em abril, mas logo se escondeu. Já em junho, apesar do início do mês com temperaturas bem baixas, a média da primeira quinzena ficou acima do normal. Em julho, as temperaturas ficaram bem acima da média, com raras ondas de frio. O mesmo aconteceu nesta primeira metade de agosto.
Como também previu a Somar, agosto deve ser um mês bem seco. O Oceano Pacífico em resfriamento deverá fazer com que as frentes frias avancem cada vez menos pelo Sul, com características de La Niña.
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