O Friburguense está garantido na Seletiva do Campeonato Carioca de 2021. Uma vitória com o coração, entrega e o toque de dois jogadores fundamentais desde a campanha do título da Série B1. Autores dos gols, Jorge Luiz e Toshyia são símbolos de um grupo que volta a consolidar o Tricolor da Serra entre os principais clubes do Rio de Janeiro, afastando qualquer risco de queda neste ano.
A vitória por 2 a 1 sobre o Americano na tarde da última quarta-feira, 19, no Ferreirão, em Cardoso Moreira, mantém o Frizão bem próximo da fase principal do estadual. Mais do que isso: elimina a possibilidade de uma nova e dispendiosa participação na segundona estadual.
Os próximos passos do futebol profissional do Friburguense ainda serão anunciados, mas a competição seguinte será a Copa Rio, provavelmente no segundo semestre. Com o respaldo da manutenção na Seletiva, o clube vai participar de competições de base a partir do próximo mês.
O jogo
O Friburguense se acostumou com o clima de decisão nesses últimos meses. Desde a arrancada na Taça Corcovado até o título da Série B1 do Campeonato Carioca de 2019, o Tricolor da Serra encarou jogos complicados, conquistou vitórias que pareciam improváveis e conseguiu atingir quase todos os objetivos. O da vez era a permanência na Seletiva para 2021, sem a necessidade de enfrentar o grupo Z.
Se há um paralelo entre as situações decisivas, também é possível comparar as reconstruções pelas quais o time comandado por Cadão passou nas duas competições. Na reta final da B1, a lesão de Vitinho, por exemplo, foi um obstáculo a ser superado. Já no grupo Z, a perda de titulares como Murillo, Digão e Dedé novamente desafiaram a criatividade do treinador, em meio a um elenco jovem e de opções limitadas.
Sem Bruno e Diogo, que não se recuperaram a tempo das lesões sofridas contra o Nova Iguaçu, as opções foram Magrão e Mancini. Se Ricardo estava disponível, Jeffinho era mais um desfalque.
Pelo lado do Americano, alguns jogadores importantes também não estavam à disposição de Rafael Soriano. A ausência mais sentida, sem dúvidas, era do artilheiro Cláudio Maradona. A primeira tentativa perigosa do time da casa foi a cobrança de falta de Espinho aos 14 minutos, no canto direito, para a bela defesa de Afonso. Se o Friburguense tentou propor o jogo nos minutos iniciais, o Cano adiantou a marcação e dificultou a saída de bola tricolor.
Toshyia, pelo lado direito, passou a ser uma válvula de escape, sofrendo inclusive algumas faltas mais fortes. O japonês fez boa jogada aos 26 minutos, mas não conseguiu fazer o levantamento. A resposta alvinegra veio com Sanderson, em boa finalização defendida por Afonso. Na sequência do lance, após cobrança de escanteio, Espinho teve a chance de bater em gol, mas errou o alvo.
Foi o momento em que o fator Jorge Luiz pesou novamente a favor do Friburguense: o camisa dez cobrou falta e balançou as redes aos 32 minutos. Se o maestro resolveu no ataque, no setor ofensivo, Magrão, Raniel e Afonso de destacavam ao segurar as investidas do Americano. Os minutos finais foram movimentados, mas o placar não mexeu novamente no calor de Cardoso Moreira.
Segundo tempo
Em busca do empate, que já o livraria do grupo Z, o Americano iniciou o segundo tempo no ataque. As investidas de Sanderson e Vandinho pelas pontas desafiavam a marcação tricolor, reforçada pelos atacantes na intermediária. Prova disso foi o cartão amarelo apresentado a Toshyia com apenas quatro minutos da etapa final.
Quando não conseguiu alcançar a bola, Afonso teve sorte: Vandinho cobrou falta com categoria aos 12 minutos e acertou o travessão. O alvinegro do Norte Fluminense chegava com frequência nas proximidades da grande área tricolor, mas parava nas interceptações de Magrão e Raniel.
A pressão surtiu efeito aos 18 minutos, quando o árbitro assinalou pênalti de Raniel, em bola que desviou no braço do zagueiro. Pixote cobrou e igualou o marcador.
Na base do coração e da entrega, o Friburguense encontrou forças para, logo depois do tempo técnico, voltar a liderar o placar: Estevão cobrou falta e Toshyia apareceu na grande área para marcar o segundo gol do Frizão.
Assim como é típico em jogos decisivos, ainda havia emoção de sobra pela frente. Aos 29 minutos, Pixote ficou cara a cara com Afonso e bateu para fora. Esse foi o mesmo destino da tentativa de Romário pouco depois. Se o Cano se atirava ao ataque, o Friburguense buscava um contra-ataque para matar a partida. A oportunidade veio na jogada de João, mas Rodriguinho não conseguiu concluir.
Com o relógio a favor, o Tricolor da Serra cozinhou a partida e suportou a pressão nos cinco minutos de acréscimo. Se não conseguiu chegar à fase principal, ao menos cumpre o objetivo de se firmar em um degrau acima da Série B1. A elite carioca continua sendo uma realidade bem próxima do time de Nova Friburgo.
Ficha Técnica
Americano 1 x 2 Friburguense
Campeonato Carioca Série A 2020
Grupo X – 6ª rodada
19/02/2020 - 15h
Estádio Antônio Ferreira, Cardoso Moreira-RJ
Público: 400 pagantes (401 presentes)
Renda: R$ 4.520
Árbitro: Maurício Machado Júnior
Assistentes: André Silveira e Flávio Manoel da Silva
Americano: Patrick; Sanderson, Espinho, Gabriel e Gonçalves (Gustavo Tonoli): Abuda, Vandinho, Gean Miller e Alex Pixote; Franklin (Lucas Abreu) e Gabriel Carrera (Romário).
Técnico: Rafael Soriano
Friburguense: Afonso; Rodriguinho, Raniel, Magrão e Ricardo; Mancini (João), Estevão (Miguel) e Jorge Luiz; Lucas (Igor), Jhonathan e Toshiya.
Técnico: Cadão
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