Dá gosto de ver o Friburguense Sub-20 jogar. Em um campeonato de nível bastante elevado – como há alguns anos não se observava na Série A2 ou antiga B1 de juniores no Rio de Janeiro -, os garotos de Nova Friburgo fazem o torcedor se lembrar dos grandes momentos do clube. Quando não tinha desenvoltura em campo, por conta de uma tarde de desencaixe ou mesmo por méritos do adversário, o Tricolor se superava. E geralmente não perdia no estádio Eduardo Guinle. Historicamente, desde a base, é difícil derrotar o Frizão quando joga em casa. E o time Sub-20 segue à risca a cartilha para manter vivo esse fator histórico.
Pelas semifinais da Taça Santos Dumont, o primeiro turno do Campeonato Carioca da Série A2 Sub-20, o Friburguense teve pela frente um tradicional e difícil adversário. O América lutou bastante, e chegou a abrir o placar com apenas três minutos de jogo no último sábado, 3. Vantagem esta que pouco durou: sete minutos depois, o Tricolor da Serra já liderava o placar. Embora precipitado em alguns momentos e afobado com a posse de bola, o time comandado por Vaguinho soube se segurar na defesa e, já no final da partida, encontrar o gol que decretou a vitória por 3 a 1 e carimbou o passaporte na final.
O jogo que vale a taça do primeiro turno acontece no próximo sábado, 10, em mando de campo a ser definido por sorteio pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. O rival será o Olaria, que na outra semifinal, na Rua Bariri, bateu o Maricá pelo placar de 2 a 0. Promessa de grande jogo, e oportunidade para os garotos do Frizão seguirem escrevendo uma bela história nesta temporada de 2022.
Antes de disputar o título, o Friburguense terá como compromisso o duelo com o Boavista, no jogo de ida pela segunda fase da Copa Rio Sub-20/Torneio Otávio Pinto Guimarães. O primeiro duelo será em casa nesta quarta-feira, 7, às 15h, com entrada gratuita. A partida de volta será no dia 14, fora de casa. Caso haja igualdade na soma dos placares, a definição do classificado será nos pênaltis.
O jogo
O Eduardo Guinle contou com a presença de um belo público. Superior, até mesmo, a diversos jogos do time profissional neste ano. Em campo, contudo, estava uma base do time comandado por Gerson Andreotti e depois por Afonso. Ryan, Igor, Barrozo, Cachoeiras, Wellerson e vários outros jogaram com frequência na Série A2 principal, e na categoria que lhes é correta, sobressaem e comandam os demais. Um trabalho consistente e resiliente feito pelo Friburguense, capaz de se reinventar e descobrir garotos de muito potencial, ano após ano.
O América, com um time bastante alto, iniciou a partida investindo na bola alta, que de fato daria o tom para o time visitante durante praticamente os 90 minutos. E obteve sucesso logo aos dois minutos, com uma bela e difícil finalização. A desvantagem não abateu o Tricolor, que na base da empolgação, logo foi buscar o empate, aos cinco, com Wellerson, e a virada, apenas dois minutos depois, aproveitando saída equivocada do goleiro adversário.
O primeiro tempo foi bastante acelerado, em especial pelo lado tricolor. Na ansiedade por resolver os lances, o Friburguense ficou pouco com a bola – embora sustentasse até mesmo a vantagem de jogar por empate. O América, por sua vez, aproveitou a correria para recuperar a posse e conseguir algumas faltas nas proximidades da área. Aos 30 e aos 40 minutos levou algum perigo à meta tricolor, mas sem sucesso.
Na etapa final, o Friburguense começou marcando mais forte, no campo de ataque, e conseguiu boas finalizações, primeiro com Barrozo e depois com Cachoeiras. As mudanças foram acontecendo dos dois lados, e o América, precisando de dois gols, se atirou ao ataque. Sempre explorando as jogadas pelo alto, foi perigoso em diversos momentos.
Com dificuldades para reter a bola, o Frizão foi guerreiro, segurou as pontas e se defendeu com pôde. O prêmio veio aos 44 minutos do segundo tempo, quando o esperado contra ataque encaixou e o terceiro gol selou a classificação. Muita festa em campo, nas arquibancadas e nos vestiários do Eduardo Guinle.
Os jogos do Campeonato Carioca da Série A2 prosseguem até outubro, e o regulamento é semelhante ao dos profissionais, com as taças Santos Dumont (1º turno) e Corcovado (2º turno). Neste turno inicial, os times jogaram contra adversários dentro do próprio grupo, enquanto no segundo, as chaves se enfrentam.
Os times campeões das taças Santos Dumont e Corcovado se enfrentam na grande decisão em duas partidas, em sistema de ida e volta. Caso uma única equipe fature os dois turnos, e um time tenha obtido maior número de pontos do que a campeã na soma das taças, a final será realizada entre elas.
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