Em meados de dezembro passado, a prefeitura de Nova Friburgo recebeu um castramóvel, adquirido por meio de licitação com recursos do Ministério da Saúde para controle de zoonoses. O veículo foi destinado à Subsecretaria de Bem Estar Animal (Ssubea) para promover campanhas itinerantes de castração de cães e gatos.
O trailer é dotado de três salas: antessala para recepção, sala de cirurgia e de repouso. A unidade possui uma mesa cirúrgica e oito gaiolas de repouso e recuperação dos animais. Toda a configuração do veículo cumpre a regulamentação estabelecida pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, o que garante as exigências técnicas de biossegurança e higiênico-sanitárias.
A aquisição deste equipamento era uma reivindicação antiga dos protetores de animais do município, tendo sido inclusive aprovada pela Câmara de Vereadores de Nova Friburgo uma lei, que leva o nome da cuidadora de animais Valéria Lima, que faleceu em junho, vítima de um câncer.
Com a aquisição do equipamento, o município atende às determinações da lei, que ainda prevê a realização de palestras e distribuição de material educativo sobre os benefícios da castração, prevenção de doenças e de cuidados com os animais domésticos. Bem como informações sobre os crimes de abandono e maus-tratos.
A licitação foi iniciada em setembro, na forma de pregão eletrônico, tendo como meta a compra do equipamento pelo menor preço, com valor estimado em R$ 120 mil.
A realidade
Em entrevista concedida a este jornal, publicada no último dia 26 de fevereiro, a secretária municipal de Meio Ambiente, Vivian de Assis, à qual a Ssubea está subordinada, comentou: “O castramóvel deixado pela gestão passada não tem luz, água, placa, nem motorista”.
Segundo ela, a sala da Ssubea estava completamente abandonada, e o equipamento chegou sem previsão orçamentária, sem insumos ou programa de atuação, e ainda sem dados sobre a quantidade de animais sob os cuidados da entidade.
“O veículo veio sem placa e estamos resolvendo essa situação. Nesse caso do castramóvel não há outra definição que não seja a de uma medida eleitoreira. A secretaria não tem um carro para puxar o castramóvel, não há motorista no quadro que tenha a carteira ‘D’. Não havia um plano para seu funcionamento e, por fim, não tem luz, água, nem previsão orçamentária. Conseguimos autorização para contratar um funcionário para que a Ssubea comece a funcionar, porque não havia nem expediente na Ssubea. Encontramos apenas dois armários destinados à pasta”, completou a secretária.
Atualização
Na quarta-feira, 10, a subsecretária do Bem-Estar Animal, Luciana Pires, informou que está agendada uma reunião com o prefeito para a próxima segunda-feira, 15.
“Na medida do possível, pretendemos adquirir equipamentos para o castramóvel, como insumos, por exemplo, e organizando a equipe de trabalho. Para a contratação de um veterinário, o castramóvel tem que estar preparado para funcionamento. Infelizmente, ainda não é possível colocar o veículo nas ruas, pois, na prática, temos apenas o trailer.”
Ela reiterou que nem o carro para puxá-lo foi programado para compra, “configurando um erro de planejamento”. Ainda de acordo com Luciana, como não havia projeto pronto para seu pleno funcionamento, “não havia como dar continuidade a um trabalho que nunca existiu. Mas, agora sim, existe uma comissão engajada, com o apoio total do prefeito Johnny. Estamos empenhados para que o projeto de castração seja concretizado. Os animais merecem esse tipo de cuidado, as famílias carentes merecem e os protetores que tanto lutam por isso, também merecem”, finalizou a subsecretária.
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