As obras de recuperação do imóvel do antigo fórum Júlio Vieira Zamith, na Praça Getúlio Vargas chegaram ao fim. Agora, o governo do Estado entrega um prédio totalmente renovado para a população friburguense. Foram investidos R$ 523.940,59 — provenientes do Programa de Manutenção Continuada, do Estado do Rio —, na reforma do prédio, que pertence ao Estado, mas está cedido para o município.
O prédio abriga, além dos cartórios eleitorais, a Oficina Escola de Artes. Na inauguração da obra, nesta sexta-feira, 11, às 19h, os alunos dos cursos vão participar de apresentação de dança, além de expor desenhos e pinturas.
A intervenção no prédio começou em novembro do 2022. Foram realizadas: troca total do telhado, colocação e impermeabilização das calhas; recuperação de madeiramento e tacos soltos no teatro e salas de aula; reparo em gessos; pinturas interna, externa e de portas e janelas; revisão e manutenção elétrica; e execução das bases de alvenaria para instalação de caixas d'água, pintura de todo o pédio. Enquanto as obras eram realizadas, os alunos tiveram aulas na Usina Cultural e na Biblioteca Municipal.
De acordo com a prefeitura, as salas de aula estão completamente renovadas para receber alunos com mais conforto e melhor estrutura. O espaço ganhou ainda um mini teatro para futuras apresentações artísticas.
Obras do Centro de Arte ainda sem previsão para o início
Enquanto o prédio do antigo fórum foi totalmente restaurado, a novela sobre a reforma do Centro de Arte, que fica no mesmo quarteirão, na Praça Getúlio Vargas, parece não ter fim. O espaço está fechado há 11 anos, desde que foi atingido severamente pela enchente em janeiro de 2011. Naquela ocasião, o espaço foi totalmente tomado e destruído pela lama. E nunca mais suas cortinas se abriram para espetáculos teatrais, musicais, exposições e tantas outras manifestações artísticas que lá eram realizadas.
De acordo com o governo municipal, o 6º Grupamento de Bombeiros Militares negou o último pedido de aprovação de projeto contra incêndio e pânico do casarão da Fundação D. João VI, feito pela Prefeitura, que engloba o Centro de Arte.
“O projeto apresentado com o número de cadeiras solicitado pelos artistas, 75 lugares, foi negado e não foi aberta mais oportunidade para se aprovar esse projeto no grupamento local. O projeto foi refeito para apresentação no Comando Geral dos Bombeiros, na capital. Com esse pedido, a expectativa é de que, tendo essa aprovação, o projeto contra incêndio e pânico possa ter continuidade. O projeto arquitetônico de alterações internas já está concluído há bastante tempo.”
A prefeitura informou que houve necessidade de encaminhar o projeto para o Rio de Janeiro, porque, quando há metragem maior que 900m2 de área e capacidade de movimento de público muito grande, isso é avaliado pelo Bombeiro do Rio, que tem um setor de análise de projetos para shows, eventos, etc. A nota disse que “o nível de exigência sobe também. É preciso incluir mais itens de proteção que tornam o projeto mais caro de execução.”
A prefeitura finalizou a nota informando que “não tem previsão de quando será feita a licitação e a obra, porque não se sabe quanto tempo levará para se aprovar o projeto contra incêndio e pânico no Rio de Janeiro. Além da questão financeira, que também ficará mais cara, devido às mudanças que o município foi obrigado a fazer para que o projeto possa avançar.”
Luta dos artistas já dura longos anos
Conforme mostrado em várias matérias de A Voz da Serra, os artistas promoveram protestos durante todos esses longos quase 12 anos de fechamento do Centro de Arte. Governos se sucederam e muitas promessas, também.
“Em setembro de 2020, exaustos que estávamos de tanta espera, iniciamos o Movimento Volta Centro de Arte. A adesão nas redes sociais e presencialmente, foi grande. Foi convocada uma reunião online e os artistas puderam tomar ciência de que no projeto de reforma, o "novo" teatro, teria 47 cadeiras, um número pequeno de espectadores, que impactaria as produções locais, inviabilizando as atividades”, explicou Daniela Santi. Mesmo com a discordância da classe artística a licitação foi publicada no Diário Oficial do município.
Com a mudança de governo em 2021, foi criada uma comissão legalmente constituída, com representantes da classe artística, poder público e Fundação D. João VI, que é responsável pelo prédio onde está o Centro de Arte, para elaboração de um novo projeto, que contemplasse mais lugares, oferecendo a segurança necessária exigida pelo Corpo de Bombeiros, e acompanhamento de todo o processo.
“Um novo projeto foi apresentado, contemplando 73 cadeiras, mais duas especiais. O projeto foi levado diversas vezes ao Corpo de Bombeiros. Entre idas e vindas para ajustes, finalmente, em dezembro de 2021, recebemos a notícia de que estava aprovado”, relatou Daniela.
Mas, a empresa licitada em 2020 não faria mais a obra, por alegações orçamentárias, então seria publicada nova chamada, para a licitação. Na ocasião, a Prefeitura de Nova Friburgo informou através de nota que “o projeto (de reforma do Centro de Arte) que foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros continha um erro na aprovação, o que não permitiu que a prefeitura desse continuidade aos trâmites burocráticos para licitação. Quando o erro foi detectado pelas equipes técnicas da Secretaria de Cultura e da Fundação D. João VI, o Corpo de Bombeiros foi informado, mas a permissão já havia sido revogada e o processo teve de voltar ao início.
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