Escolas municipais não voltam nesta segunda-feira, nem mudando a bandeira

Já colégios particulares devem retornar ao modo presencial e serão fiscalizado pela Vigilância Sanitária, se bandeira permitir
quinta-feira, 04 de março de 2021
por Jornal A Voz da Serra
Escolas municipais não voltam nesta segunda-feira, nem mudando a bandeira

De acordo com o decreto municipal publicado no início de fevereiro, às unidades de ensino de Nova Friburgo estarão liberadas para o retorno presencial das atividades na próxima segunda-feira, 8. No entanto, este retorno está condicionado ao bandeiramento que dita as regras para o funcionamento de diversos setores no município.

Em entrevista para A VOZ DA SERRA, a assessora técnica da Secretaria Municipal de Educação, Juliana Moura (foto), explica que o retorno das atividades tem sido planejado com cuidado e segurança para que pais, alunos e profissionais de educação possam retornar aos poucos à normalidade.

Apesar de já decretado, o município ainda não concluiu os estudos que viabilizem o retorno e, por isso, as 121 escolas municipais não devem retornar neste primeiro momento, até que todas as unidades sejam vistoriadas.

A VOZ DA SERRA: O retorno das aulas presenciais está condicionado ao bandeiramento?

Juliana Moura: Através do decreto que tornou a educação atividade essencial, foi previsto de acordo com o calendário a autorização para o retorno das aulas presenciais a partir de 8 de março (próxima segunda-feira). As escolas privadas e públicas estão se preparando para o retorno. Na situação das escolas públicas, foi montada uma comissão para avaliação da infraestrutura de todas as unidades. A comissão é formada pela Defesa Civil, Escritório de Gerenciamento de Projetos, secretarias de Obras, Serviços Públicos, Vigilância em Saúde e Educação. Em caso de bandeira vermelha e bandeira roxa não haverá aulas presenciais.

Até o momento, quantas escolas municipais foram vistoriadas?

Até a última terça-feira, 2, foram vistoriadas 63 unidades do total de 121. A previsão é terminar até o próximo dia 20. Através desse levantamento poderemos ver quais unidades municipais estarão aptas para voltar de imediato e quais terão que passar por alguma adequação. Na rede municipal o retorno não vai acontecer na próxima semana, caso o bandeiramento permita. Estamos trabalhando na intenção do retorno na última semana de março.

Com o retorno das aulas presenciais condicionado ao bandeiramento, isso significa que em uma determinada semana as aulas podem funcionar no modo presencial e, na semana seguinte, voltar ao ensino remoto, por exemplo. As aulas presenciais dependerão dessa “gangorra” por conta do bandeiramento semanal?

O bandeiramento será o indicador para que se realizem as aulas presenciais ou sejam suspensas.

O possível retorno presencial das instituições particulares e a continuidade do ensino municipal no modelo remoto pode agravar o abismo socioeducativo?

Os estudos e atividades remotas vão continuar acontecendo. O retorno presencial é facultativo aos pais. Independentemente da forma de ensino, os objetivos são os mesmos tanto para quem está no modelo remoto quanto para quem está no modo presencial.

Quem fiscalizará as escolas particulares?

Ficará a cargo da Vigilância Sanitária fiscalizar as 50 unidades particulares.

Quais estudos foram avaliados no município e que parâmetros foram utilizados para viabilizar a volta às aulas presenciais?

(Ainda) estamos fazendo esse levantamento. No ato do prefeito que torna a educação essencial, são as demandas que chegam através da Defensoria Pública, da Vara da Infância e da Juventude, da Secretaria de Assistência Social, são fatores múltiplos na sociedade e que implicam na saúde mental, apontamentos municipais e baseados em estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), Unicef, Unesco, Fiocruz que norteiam nosso entendimento para o retorno. Nós também (prefeitura) temos dados municipais de bastante relevância até para que a gente não aumente os disparos sociais que existem.

Que dados são esses? Como foi feito esse estudo no município?

Os estudos estão sendo feitos pela Comissão, levando em consideração também os dados divulgados diariamente pela Secretaria de Saúde.

Como o grupo avaliou o impacto que as aulas presenciais terão no transporte público, além do aumento significativo da circulação de pessoas nas ruas, quando a recomendação continua a ser de distanciamento?

O município também realiza estudos quanto ao horário de entrada e saída dos alunos e funcionários das escolas que necessitam usar o transporte público para não aumentar em determinados horários o fluxo de passageiros. O horário de funcionamento das unidades está sendo revisto.

Como será a fiscalização já com as aulas presenciais acontecendo e qual será o protocolo caso haja um caso positivo de Covid no setor?

Ainda estamos fechando esse manual do protocolo de retorno com as orientações. À exemplo do que aconteceu na semana passada, tivemos uma funcionária da Secretaria de Educação que testou positivo para Covid. Nesse caso, ela foi afastada e foi feita a sanitização do ambiente. No caso das crianças terá um check list com medidas de higiene a ser observado pelos pais na saída de casa, na chegada à escola e no retorno ao lar.

A vacina é um pedido dos profissionais de Educação. A classe está na iminência de ser imunizada?

É um desejo que a vacina chegue para todos, mas a gente sabe que existem questões da Secretaria de Saúde que estão além da questão municipal. Os professores não estão na listagem de prioridades no país. Essa não é uma luta única do município.

Há algum tipo de pressão para o retorno das aulas presenciais?

A gente percebe que existe na sociedade, por parte dos pais de alunos, esse desejo, porque a escola tem uma representatividade além do estudo convencional. Quando o segmento se fechou, na verdade, uma parte da história de todos ficou em “stand by” e de certa forma, principalmente, os alunos têm sentido isso. É uma percepção na minha visão de professora.

E quanto aos profissionais da Educação que condicionam o retorno seguro à vacinação da classe, como a prefeitura vai conciliar o pedido deles a fim de ter um equilíbrio entre as partes?

É mais um desafio. Entendemos que o campo ideal seria que a classe estivesse blindada, mas não é possível. Vamos sempre ouvir os servidores e profissionais da educação, mas sobretudo existe um entendimento em que o serviço público e a educação sendo essencial, assim como outros segmentos, tiveram que apesar do risco atuarem em suas frentes de trabalho, é chegado o momento que a gente se vê na retomada das atividades escolares presenciais. 

 

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