Acidentes com animais peçonhentos representam um grave problema de saúde pública, especialmente em países tropicais como o Brasil. As sequelas causadas, principalmente pela picada de cobras, trazem impactos sociais e econômicos devido ao comprometimento da capacidade de trabalho das vítimas.
Calor e chuva são fatores que aumentam a possibilidade de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e cobras. Eles podem ser encontrados em mata fechada e trilhas, mas, nesta época do ano, eles também podem buscar abrigo inclusive dentro de residências.
Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são serpentes, escorpiões, aranhas, mariposas e suas larvas, abelhas, formigas e vespas, besouros, lacraias, peixes, águas-vivas e caravelas. Em áreas urbanas se concentra a maioria dos acidentes com escorpiões, seguidos de aranhas e abelhas. Já em áreas rurais, a maior incidência de casos também envolve escorpiões, seguidos de serpentes e aranhas. Dependendo da espécie do animal e da gravidade da picada, os acidentes podem levar até mesmo à morte, caso a pessoa não seja socorrida e receba o tratamento adequado a tempo.
Por isso, em caso de qualquer picada de animal peçonhento, a recomendação é procurar atendimento médico imediatamente. Todos os casos devem ser notificados, segundo o Ministério da Saúde, pois essas informações podem auxiliar nas estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.
Prevenção
O Instituto Butantan, que realiza estudos sobre animais peçonhentos no país, recomenda medidas de prevenção aos acidentes. Para evitar o contato com cobras, devem ser utilizados calçados fechados, preferencialmente de cano alto, ao andar em ambientes como matos, trilhas e florestas. O uso de luvas grossas, ao manipular folhas secas, lixo, lenha e entulhos, também contribui para reduzir os riscos de picadas.
A manutenção de ambientes como quintais e jardins limpos e com a grama aparada ajuda a evitar a presença de aranhas, escorpiões e lacraias.
O contato pode ser evitado com o uso de calçados e luvas durante atividades de jardinagem. Deve-se evitar colocar as mãos em buracos, sob pedras e em troncos podres. Dentro de casa, procure manter afastadas das paredes camas e berços além de sacudir e verificar roupas e sapatos antes de usá-los.
O contato das taturanas (lagartas) com a pele pode causar queimaduras na pele. A prevenção dos acidentes inclui o cuidado ao manipular troncos de árvores, plantas no jardim e na limpeza de folhas.
Maioria das aranhas nas cidades não é venenosa
A maior parte das aranhas que aparecem em ambientes como residências e comércios é inofensiva, de acordo com o Instituto Butantan. Entre as espécies que podem causar problemas à saúde estão a aranha-marrom e a aranha armadeira.
O veneno da aranha-marrom pode causar necrose no local da picada e, sem o tratamento adequado, pode levar à morte. Com cerca de três centímetros de comprimento, a espécie tem hábitos noturnos e costuma viver atrás de móveis, encostada em paredes ou em garagens e porões.
Já as armadeiras podem atingir até 17 centímetros de comprimento, vivem entre as folhas e galhos dos arbustos ao redor das casas. Elas podem sair à noite para caçar insetos, quando há o maior risco de contato com as pessoas em locais como armários e sapatos.
Cinco espécies de escorpiões têm relevância no Brasil
Nos acidentes com escorpiões, o envenenamento acontece a partir do contato com o ferrão. Predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, os escorpiões apresentam maior incidência nos meses quentes e úmidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, ao menos cinco espécies do gênero Tityus têm importância em saúde pública no Brasil: escorpião-amarelo (T. serrulatus), escorpião-marrom (T. bahiensis), escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) e o escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus).
Amplamente distribuído pelo país, o escorpião-amarelo representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e fácil adaptação ao meio urbano.
As medidas de prevenção são semelhantes às recomendadas contra as aranhas, incluindo o combate à proliferação de baratas e evitar colocar as mãos sem luvas em buracos, sob pedras e troncos podres.
Recomendações para prevenir acidentes
Em casa
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Manter a casa sempre limpa, removendo lixo, entulho e material de construção. Deve-se manter rebocados muros e paredes;
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Outra recomendação é manter a grama aparada e os arredores da casa limpos, para evitar o surgimento de insetos que podem servir de alimento para os animais peçonhentos, como baratas;
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Não deixe que plantas trepadeiras se encostem na casa e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro;
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Limpe regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (este último sempre com uso de equipamentos de proteção individual);
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Vede frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
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Utilize telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
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É preciso ter cuidado ao entrar em locais que estão fechados há muito tempo, como casas de veraneio, mantendo algumas precauções: bata os colchões e a roupa de cama antes de usá-los e balance cuidadosamente roupas, sapatos e toalhas que ficaram no imóvel durante o período em que permaneceu fechado;
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Afaste as camas das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários;
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Limpe o interior e o exterior da casa usando luvas, botas e calças compridas;
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Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas;
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Caso encontre algum animal peçonhento dentro de casa, afaste-se dele sem assustá-lo e entre em contato com o centro de controle de zoonoses.
Fora de casa
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Se estiver em algum lugar ao ar livre, verifique cuidadosamente a área ao redor de onde você pretende se instalar;
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Não monte acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores (plantações, pastos ou matos) que, por conseguinte, podem atrair serpentes;
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Evite piqueniques às margens de rios, lagos ou lagoas;
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Em regiões de mato alto, use sempre calça comprida e botas;
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Próximo a matas e na beira de estradas, evite deixar as portas do carro abertas, principalmente ao anoitecer;
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Nunca pegue animais peçonhentos com as mãos.
(Com informações da CNN e Unimed Paraná)
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