Neste 22 de maio celebra-se o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre a necessidade de proteger os ecossistemas, as espécies e os recursos naturais do planeta. Para Nova Friburgo e Estado do Rio de Janeiro, a ocasião reforça a importância estratégica da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e, ao mesmo tempo, um dos mais ameaçados.
A Mata Atlântica cobre, atualmente, apenas cerca de 31% de sua vegetação nativa original. Segundo dados recentes do MapBiomas, entre 1985 e 2023, o bioma perdeu aproximadamente 3,7 milhões de hectares de cobertura vegetal, o equivalente a 10% do total. Apesar disso, há sinais que indicam caminhos de recuperação: nos últimos 39 anos, apenas três estados apresentaram aumento na área de vegetação nativa: São Paulo, Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro.
Este dado é particularmente relevante para a Região Serrana, onde Nova Friburgo está inserida. O município abriga importantes remanescentes de Mata Atlântica, que desempenham papel fundamental na proteção de nascentes, na regulação do clima e na preservação de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.
A Mata Atlântica e Nova Friburgo: uma relação vital
Em Nova Friburgo, a presença do bioma molda o relevo, o clima e a própria identidade cultural e econômica do município. As matas e áreas de conservação, como o Parque Estadual dos Três Picos, não são apenas atrativos turísticos, mas também essenciais para a manutenção da qualidade de vida da população. A vegetação protege encostas contra deslizamentos, regula o ciclo hídrico e mantém a fertilidade do solo.
(Foto: Banco de imagens - Alerj)
Contudo, os desafios são grandes. A pressão pelo avanço urbano, os empreendimentos imobiliários em áreas de preservação e o desmatamento ilegal continuam ameaçando a integridade dos remanescentes florestais. A perda de biodiversidade impacta não apenas a fauna e a flora, mas também a segurança hídrica e climática de toda a região.
Educação ambiental ganha reforço com nova lei estadual
Neste contexto, a educação ambiental surge como ferramenta essencial para transformar a relação da sociedade com o meio ambiente. Recentemente, o Estado do Rio de Janeiro deu um passo importante nesse sentido com a sanção da lei 10.784/25, que estabelece a obrigatoriedade de atividades pedagógicas nas escolas públicas sobre mudanças climáticas, justiça social e racismo ambiental.
A proposta, de autoria da deputada estadual Marina do MST (PT) e sancionada pelo governador em exercício Thiago Pampolha, prevê que as escolas promovam palestras, eventos e vivências externas, com o objetivo de proporcionar maior contato com a natureza e estimular a reflexão sobre temas cruciais para o presente e o futuro das próximas gerações.
Entre os conteúdos previstos na lei estão: ecologia, povos indígenas, preservação da camada de ozônio, redução de desastres naturais, urbanismo, aquecimento global, justiça climática, transição energética e a história dos movimentos climáticos. As escolas também poderão convidar especialistas para palestras e organizar atividades de campo, enriquecendo a formação dos alunos.
Dia da Biodiversidade: reflexão e ação
O Dia Internacional da Biodiversidade convida governos, organizações e cidadãos a refletirem sobre o impacto de suas ações no meio ambiente e sobre a necessidade de promover políticas públicas que garantam a proteção dos ecossistemas.
Neste 22 de maio, a data serve como lembrete de que, embora as estatísticas sobre a devastação da Mata Atlântica sejam alarmantes, existem caminhos para a regeneração e para a construção de uma relação mais harmoniosa entre sociedade e natureza. A recuperação da cobertura vegetal no Estado do Rio e o fortalecimento da educação ambiental são exemplos concretos de como políticas públicas podem gerar impactos positivos e inspirar novas iniciativas.
Para a população de Nova Friburgo, a proteção da Mata Atlântica não é apenas uma causa ambiental, mas uma necessidade vital para a segurança hídrica, a estabilidade climática e o desenvolvimento sustentável do município. Preservar o bioma é garantir qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.
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