Confusão em interpretação faz artistas perderem benefício da Lei Aldir Blanc

Microempreendedores individuais tentam ampliar prazo para recurso
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Confusão em interpretação faz artistas perderem benefício da Lei Aldir Blanc

Às vésperas da liberação do recurso da Lei Aldir Blanc, alguns artistas friburguenses que estão impossibilitados de atuar por causa da pandemia da Covid-19 estão na bronca com a Prefeitura de Nova Friburgo. O motivo é o edital a que eles foram submetidos para realizar o cadastro e receber o auxílio emergencial.

Segundo um dos artistas friburguenses que preferiu não se identificar, uma das grandes confusões é com relação aos microempreendedores individuais (MEIs). Segundo o artista, constava no edital que estes profissionais também poderiam solicitar o auxílio emergencial. Após receber a notícia de que a solicitação foi indeferida e que teriam que fazer contato com a prefeitura, obteve como resposta que os artistas cadastrados como  MEIs não poderiam fazer a solicitação.

“Quando fizeram as primeiras avaliações, todos os artistas que são MEIs e que cumpriram os requisitos foram habilitados. Depois na conferência de documentos, a prefeitura informou que não aceitaria procedimentos como o certificado de MEI. Não aceitaram e indeferiram todos com esse documento. Pediram para todos uma procuração, mesmo aqueles que são MEIs. Se somos empreendedores individuais, essa procuração é para nós mesmos, o que é, no mínimo, cômico”, ironizou.

“A Prefeitura de Nova Friburgo deu prazos curtos para recorrer, apenas um canal oficial de informações e sem resposta satisfatória. Nunca respondem claramente, no caso das documentações, não falam o porquê de não ter sido aceito o pedido do auxílio, nem se fala como proceder, só respondem de forma genérica para não se comprometerem”, continuou o artista.

Ainda segundo ele, na última segunda-feira, 7, o município voltou a informar que os artistas que são MEIs não poderiam participar do inciso II do edital e eles temem ser boicotados por conta do curto prazo para entrar com recurso. “Estamos ficando sem saída. Está cada vez mais difícil sobreviver nesse caos”, observou.  

Ainda de acordo com o artista, em reuniões virtuais e ainda pessoalmente, o secretário municipal de Cultura, Mário José Bastos Jorge, teria afirmados que os MEIs estariam aptos a participar do processo, mas teve sua solicitação indeferida. “Eu mandei meu recurso. Mandei os documentos que caíram no indeferimento e expliquei que o ato constitutivo não existe para MEIs. Ainda falei que o registro desse certificado não existe para cartório e que procuração para si mesmo não existe , mas que mesmo assim eu enviei.”

Segundo o presidente da Associação dos Profissionais de Eventos de Nova Friburgo (Apenf), Raphael Lack, que representa pouco mais de 200 membros, a entidade tem conversado com o município e tentado uma solução que contemple todos os artistas. “Estamos tentando resolver com a Secretaria de Cultura, mas é uma situação complicada. Entendemos que não existe má vontade da prefeitura conosco, mas os prazos são pequenos, tanto para secretaria dar conta dessa lei que tem um prazo a ser executada se não o dinheiro é devolvido para a Federação, quanto para nós profissionais. O Marinho disse que está tentando alongar um pouco o prazo da lei, para conseguir que as pessoas se encontrem nos editais”, disse. 

De fato, segundo Raphael, o edital não mostrou uma clareza e por isso houve confusão.  “Houve uma pequena confusão de algumas pessoas que são MEI e se cadastraram no inciso II da lei que só contempla microempresas ou empresas de pequeno e médio porte, mas não contempla o MEI. Inicialmente entendia-se que eles seriam contemplados, mas de fato parece que não pode. É uma lei difícil, genérica, não é muito fechada. Estamos aguardando a prefeitura informar se essas pessoas indeferidas no Inciso II e fizeram seu cadastro como MEIs têm um prazo um pouco maior para entrar no Anexo III e aí sim serem contemplados”, disse o presidente da Apenf.

Entramos em contato com a Secretaria de Cultura, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos retorno.

 

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