Após os mais variados cancelamentos de provas e competições de praticamente todas as modalidades esportivas espalhadas pelo mundo, a natação brasileira iniciou o seu único campeonato presencial da temporada. O Troféu Brasil de Natação começou na quarta-feira, 9, e prossegue até o próximo sábado, 12, na piscina do Clube de Regatas Vasco da Gama, no Rio de Janeiro.
Exceção no Calendário Nacional de Natação de 2020, o torneio contará com a participação de alguns dos mais importantes nomes da modalidade do Brasil, e terá também a presença de alguns estrangeiros. Neste seleto grupo estaria a friburguense Jhennifer Alves. No entanto, a diretoria do Pinheiros, clube do qual ela faz parte, decidiu por não participar do Troféu Brasil de Natação. A diretoria do clube alegou preocupação com o seu grupo de atletas devido à pandemia da Covid-19.
O clube Pinheiros participaria do Troféu Brasil de Natação com um total de 36 nadadores e alguns dos melhores atletas do país. O clube ainda está inscrito em outras duas competições neste fim de ano, uma tomada de tempo que acontecerá na Unisanta, em Santos no próximo fim de semana, e os campeonatos paulistas marcados para o município de Bauru, na semana seguinte. Ambas as competições estão “confirmadas por enquanto”, e os casos serão analisados pontualmente, ou seja, dia a dia.
Desta forma, Jhennifer Alves perde a oportunidade de aproveitar o embalo do recente bom resultado conquistado em Budapeste, na Hungria. Medalhista em várias das principais competições pelo mundo, alcançou o décimo recorde sul-americano na carreira durante a disputa da ISL.
A marca foi batida defendendo o Toronto Titans, na primeira rodada de skins da semifinal 2. Jhennifer nadou 29.91, batendo assim, pela terceira vez, a marca sul-americana dos 50 metros peito em piscina curta. Ao todo são seis recordes em piscina longa e quatro em piscina curta. Vale destacar que ela já era a detentora do principal tempo anterior da prova (30s00).
O bom desempenho ainda rendeu uma boa premiação à nadadora: algo em torno de 3.968 dólares, sendo este o 14º maior valor pago dentre os pouco mais de 20 brasileiros participantes da competição.
Troféu Brasil e os protocolos
Para a realização do Troféu Brasil em tempos de pandemia, o departamento médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou os protocolos que serão seguidos no torneio. Entre as orientações, está a obrigatoriedade de um exame PCR negativo, ou IgG+ 72 horas antes, para todos os envolvidos na competição.
A competição reunirá alguns dos principais atletas do Brasil e será seletiva para o Campeonato Sul-Americano de Esportes Aquáticos marcado para 2021. As orientações médicas são fundamentais para a prevenção à Covid-19.
“Fizemos um protocolo muito seguro que visa a saúde e a segurança dos atletas e comissão técnica. Todos que vão para o Rio de Janeiro devem apresentar um teste negativo e, chegando lá, tanto nos hotéis, como no local da competição teremos todos os cuidados de higiene e distanciamento social. Inclusive separando horários de entrada de atletas que competirão na etapa daqueles que irão apenas treinar”, disse o médico da CBDA, Rodrigo Brochetto.
O Troféu Brasil terá, no máximo, 350 pessoas envolvidas em toda a competição. O objetivo é limitar ao máximo todo o acesso e controle das equipes e evitar que haja um fluxo ainda maior de pessoas no Vasco da Gama.
“A segurança dos atletas, staff e demais envolvidos é a prioridade número um da CBDA. Para isso, estamos seguindo os protocolos de segurança desenvolvidos pela nossa junta médica, que tem larga experiência nas áreas de treinamentos e eventos competitivos. Fazer por fazer não é nossa intenção. Estamos fazendo, pois é um clamor da comunidade aquática, mas, ao mesmo tempo, estamos realizando essa competição presencial, pois sabemos que os protocolos que desenvolvemos são bastante seguros e irão reduzir drasticamente a possibilidade de contágio”, disse o diretor de natação da CBDA, Eduardo Fischer.
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