Casarão do Lazareto: licitação para reforma marcada para agosto

Imóvel foi cedido pelo Estado ao município, em junho de 2022, e deve abrigar uma Casa de Cultura
quinta-feira, 20 de julho de 2023
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Arte: Secom)
(Arte: Secom)

A licitação para reforma do casarão do Lazareto, que está abandonado há anos e iria ser demolido, está marcada para 9 de agosto. A obra de revitalização do imóvel está estimada em R$ 1.489.487,13 e tem previsão de seis meses de duração. O projeto foi desenvolvido pela Fundação Dom João VI, que também será responsável pelos recursos para a reconstrução. No local deverá ser instalada uma casa de cultura.

No fim de 2019, um laudo da Defesa Civil obtido com exclusividade por A VOZ DA SERRA já indicava o risco de o casarão desabar. Como se não bastasse a péssima situação estrutural, com grandes rachaduras e até uma árvore crescendo no telhado, o entorno do imóvel já estava tomado por lixo de todo tipo.

A origem do casarão

Segundo historiadores, o casarão foi erguido no fim do século 19 para servir como uma espécie de hospital para pacientes com doenças infectocontagiosas como a febre amarela. Foi construído no alto do bairro justamente para que ficasse isolado da cidade. Os fundos do casarão serviam como cemitério. Os pacientes internados que morriam no hospital eram sepultados ali, de modo a isolá-los da população para evitar o contágio. Com a evolução da medicina, o hospital  foi aos poucos sendo desativado.

A região do Lazareto, um pequeno loteamento com acesso pela Rua Benjamin Constant, entre o bairro Duas Pedras e o Loteamento São Cristóvão, foi duramente atingida pela enxurrada de janeiro de 2011. Situado em área bem íngreme, o Lazareto é cercado por grandes rochas. Moradores ficaram  perplexos com a força avassaladora da enxurrada, que desprendeu pedras do alto de uma encosta, deixando outras aparentemente vulneráveis a novas quedas. Dezenas de casas ficaram interditadas.

Casarão da Vila Amélia: obras em andamento 

Outro imóvel histórico, desapropriado pela prefeitura e que já começou a ser reformado é o casarão do bairro Vila Amélia, onde funcionou a 151ª Delegacia de Polícia Civil. O imóvel deve abrigar o futuro Museu de Nova Friburgo, que tem previsão de ficar pronto em maio de 2024. De acordo com a Prefeitura de Nova Friburgo, há alguns estudos sobre o projeto do museu, mas, foi preciso dividi-lo, por se tratar do imóvel ser um bem tombado pelo município. 

Em nota, a prefeitura informou que “inicialmente foi feito um mapeamento dos danos causados na estrutura do casarão, que orientou as intervenções iniciais, como limpeza e retirada de entulhos, demolição de parte da carceragem, etc. Na segunda etapa será feito um mapeamento de danos mais detalhado, com prospecções de janelas nas pinturas de paredes e do forro para identificar as cores originais do imóvel. Isso também vai determinar as intervenções em relação ao forro, piso, troca de madeiramento de piso, a técnica que vai ser utilizada para isso, bem como o que será feito no telhado. Somente após essas etapas as obras começarão de fato.”

A prefeitura informou também que as intervenções fazem parte de um convênio estabelecido entre a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) e a Prefeitura de Nova Friburgo. A nota disse ainda que “as obras referentes ao Casarão Vila Amélia são oriundas da adesão por parte da Prefeitura de Nova Friburgo à ata de manutenção da Emop, visando a adequação, modernização e adaptação de todo o espaço. A empresa gestora do contrato é a empreiteira MPE Engenharia, mesma empresa que hoje faz as obras do Hospital do Câncer, na Ponte da Saudade. A Emop segue com o apoio técnico do contrato.”

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