Nova Friburgo ainda não foi contemplada com vacina Qdenga

Município já contabiliza cinco óbitos e 1.284 casos positivos. Neste sábado tem Dia D de mobilização no Loteamento Santo André
sexta-feira, 26 de abril de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

A Prefeitura de Nova Friburgo, por meio do Comitê de Mobilização de Combate à Dengue, realiza neste sábado, 27, mais um Dia D que será promovido na cidade para combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. A ação será realizada no loteamento Santo André, no distrito de Conselheiro Paulino. Nesta sexta-feira, 26, ação semelhante foi realizada no distrito de São Pedro da Serra com ações de limpeza e conscientização de moradores e turistas sobre a importância de evitar a proliferação de focos do mosquito transmissor, como o acúmulo de lixo, água parada, entulho e a falta de capina em terrenos baldios.  

Preocupação com o avanço da doença

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo divulgou na noite da última quarta-feira, 24, o boletim semanal que mostra o avanço da epidemia de dengue no município. O boletim reúne dados estatísticos sobre a doença no período de 1º de janeiro até o último dia 24. Há cinco óbitos confirmados em decorrência da dengue. Outras três mortes continuam em investigação pela Comissão de Investigação de Óbito da Secretaria estadual de Saúde (SES/RJ).

Em relação ao boletim divulgado pela prefeitura no último dia 16, foram registradas mais três mortes por dengue em apenas uma semana. Todos os pacientes eram idosos e possuíam comorbidades (doenças crônicas). A Secretaria Municipal de Saúde informou que as vítimas fatais são dois homens e uma mulher. Duas dessas vítimas têm idade entre 70 e 79 anos e a outra, mais de 80 anos.     
 

Dados do último boletim 

  • 2.998 casos notificados

  • 1.284 casos positivos 

  • 1.709 casos negativos 

  • 5 óbitos 

A equipe da Subsecretaria de Vigilância em Saúde e o Comitê de Combate ao Aedes aegypti, da prefeitura, continuam monitorando o cenário epidemiológico e promovendo ações de enfrentamento que incluem a capacitação de servidores públicos e moradores de bairros e distritos friburguenses, realização de mutirões de limpeza e verificação de focos do mosquito, remoção de veículos abandonados nas ruas da cidade e as visitas domiciliares feitas pelas equipes de agentes de combate às endemias.

“É hora de todos agirem. Junte-se a nós e não deixe água parada. Em caso de suspeita, procure uma unidade de saúde mais próxima e não se automedique”, recomenda a Secretaria Municipal de Saúde em postagens nas redes sociais.

Vacinação é ampliada para mais 625 municípios

Mais 625 municípios brasileiros em seis estados começaram a receber vacinas contra a dengue a partir desta sexta-feira, 26. Com isso, o total de cidades contempladas com o imunizante chega a 1.330, em 25 estados. Os novos estados contemplados são: Alagoas, Ceará, Sergipe, Piauí, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Infelizmente, até o momento nenhum município da Região Serrana do Rio de Janeiro foi contemplado com a Qdenga. 

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, as novas regiões foram definidas de acordo com a lista de prioridades já pactuada no início do ano.

Até a última terça-feira, 23, foram enviadas aos estados 1.682.139 doses de vacinas, com o registro de aplicação de 810.686 doses - 48,19% do total. Em abril, foram registradas 117.530 vacinas aplicadas, o que mostra uma redução significativa em relação a março (463.481 doses aplicadas). 

Segundo a secretária, a queda pode ser explicada pelo atraso no registro da aplicação pelos municípios. “Algumas prefeituras fazem a vacinação e usam sistemas próprios e, por isso, demoram para enviar dados para a rede nacional de saúde”, observa Maciel.  

Novos municípios contemplados no Estado do Rio 

Pelo menos 13 municípios da região noroeste fluminense foram contemplados com doses da Qdenga. A medida vem em resposta à necessidade de combate contínuo contra a doença. Com base nos dados divulgados pelo órgão, os municípios contemplados receberão um total de 19.656 doses da vacina. Essa distribuição visa a fortalecer a proteção das populações locais, em um momento em que a prevenção se torna ainda mais crucial para garantir a saúde pública.

As doses destinadas para aplicação da segunda dose (D2) serão enviadas posteriormente considerando o intervalo recomendado de três meses para completar o esquema da vacinação. 

Quantidade de doses para cada município 

  • Itaperuna - 5.788

  • Natividade - 872

  • Italva - 767

  • Bom Jesus do Itabapoana - 2.054

  • Santo Antônio de Pádua - 2.337

  • Porciúncula - 1.124

  • Miracema - 1.747

  • São José de Ubá - 403

  • Itaocara - 1.162

  • Cardoso Moreira - 865

  • Cambuci - 801

  • Laje do Muriaé - 415

  • Varre-Sai - 723

  • Aperibé - 599

Casos

O número de casos prováveis de dengue chegou a 3.852.901 nos quatro primeiros meses de 2024. Os óbitos confirmados no período pela doença somaram 1.792, além de 2.216 mortes em investigação. 

Até agora, o Distrito Federal e dez estados apresentam tendência de queda no número de registros da doença: Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. 

Outros dez apresentam tendência de estabilidade: Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima e Rio Grande do Sul. 

Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Sergipe e Tocantins continuam com tendência de aumento no número de casos. Em relação à semana passada, o estado de Tocantins entrou nessa lista. 

Antecipação da epidemia

O Ministério da Saúde já se prepara para que um novo aumento de casos de dengue comece a acontecer a partir de novembro deste ano. Segundo a secretária Ethel, assim como houve uma antecipação no pico de casos neste ano, é possível que isso ocorra também em 2025. 

“Teremos um tempo pequeno de preparação porque neste momento os nossos modelos matemáticos entendem que podemos começar a epidemia de 2025 ainda em novembro de 2024. Por isso, estamos atuando na epidemia atual e já nos preparando por conta de um curto espaço que teremos entre a epidemia de 2024 e 2025”, disse a secretária.

Sintomas 

O Ministério da Saúde define a dengue como uma doença febril aguda, sistêmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos pacientes se recupera, mas parte deles pode progredir para formas graves da doença.

A quase totalidade dos óbitos por dengue é classificada pela pasta como evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.

Os sinais clássicos da dengue são febre, geralmente junto com dor no corpo, dor atrás dos olhos, mal-estar e prostração. É uma febre que chega a 38° ou 39°. Tudo bem associado.

Após o período febril, entretanto, é preciso manter a atenção. Com o declínio da febre após os primeiros dias, alguns sinais classificados como de alarme podem estar presentes e marcam o início da piora do paciente.

O agravamento da dengue acontece em torno do terceiro ao quinto dia, quando a febre desaparece. É interessante porque, geralmente, quando a febre desaparece, a gente acha que está melhorando. Mas, no caso da dengue, pode ser um sinal de que a coisa pode piorar.

Testagem 

Quem apresentar sintomas típicos da dengue como febre alta (até 40 graus) e intermitente que dure entre dois a sete dias, dores de cabeça e no corpo em geral, principalmente nas articulações e no fundo dos olhos, fadiga e mal estar em geral deve procurar atendimento médico sem se automedicar em casa. 

A rede pública de saúde oferece testes rápidos e gratuitos para detecção da dengue a partir do terceiro dia do aparecimento dos sintomas da doença. Os testes são realizados gratuitamente a partir de amostras de sangue colhidas em postos montados no Hospital Raul Sertã e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no distrito de Conselheiro Paulino, com funcionamento 24 horas por dia.

Automedicação

Com os sistemas de saúde públicos e particulares sobrecarregados, o paciente, muitas vezes, opta por tomar medicamentos por conta própria. Entretanto, a automedicação, apesar de ser vista como uma solução para o alívio imediato dos sintomas, deve ser feita com cautela para que não haja consequências mais graves – sobretudo em casos de dengue.

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