De acordo com dados do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgados esta semana, pessoas que recebem o auxílio emergencial, que vem sendo pago pelo Governo Federal a quem ficou impossibilitado de obter a renda mensal devido a pandemia da Covid-19, tiveram seus rendimentos aumentados em 24% em relação ao que recebiam antes da liberação das parcelas de R$ 600.
O impacto do auxílio emergencial é ainda maior no caso dos trabalhadores informais, cuja elevação de renda proporcionada pelo benefício chegou a 50%. A pesquisa destaca que “para os que receberam o auxílio emergencial, o acréscimo de renda, até agora, mais do que compensou as perdas de renda derivadas da crise. Isso não significa que o auxílio emergencial seja excessivo, mas sim que o nível de pobreza e desigualdade do Brasil é muito alto”.
O levantamento mostra que alguns profissionais foram mais afetados pela pandemia, como cabeleireiros e manicures, que perderam, sem levar em conta o auxílio emergencial, 42% da renda usual. Vendedores ambulantes (-38%), motoristas (-36%), vendedores a domicílio (-33%), e artesãos, costureiros e sapateiros (-33%), também tiveram quedas acentuadas de rendimento.
De acordo com o estudo, o auxílio emergencial já foi pago a cerca de 64 milhões de brasileiros, de um total de 104 milhões de solicitações. “O número de pessoas que solicitaram o auxílio mostra que o volume de recursos do Bolsa Família pode não ser suficiente. Existe uma parcela da população bastante vulnerável, que não está sendo atendida”, destacou o coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, e um dos autores do estudo, Lauro Gonzalez.
“São pessoas que não são pobres suficientemente para estarem no Bolsa Família, mas que são pobres também e estão sujeitas aos efeitos negativos de choques, como esse que tivemos com a pandemia. Um mecanismo mais adequado para corrigir isso seria alguma coisa na linha de uma renda básica, abrangendo um número maior de pessoas”, acrescentou.
O estudo foi feito com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 realizada em junho de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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