Um estudo feito por uma equipe técnica da Secretaria estadual de Saúde e anunciado nesta segunda-feira, 22, recomenda que os cinco hospitais de campanha que ainda não foram inaugurados no Estado do Rio não sejam abertos. Das sete unidades de campanha prometidas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, apenas duas foram entregues, e com atraso: as unidades do Maracanã e de São Gonçalo. As cinco unidades que ainda não foram entregues são as de Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes e Casimiro de Abreu. O prazo inicial para a entrega destes hospitais era dia 30 de abril.
Entre os motivos apontados pela equipe para justificar a recomendação, estão a taxa de ocupação nos leitos das três esferas de Governo no Rio de Janeiro - cerca de um terço está em uso. Especificamente para a Covid-19, segundo o relatório, a ocupação na rede estadual é de 59,9% para UTI e 56,7% para enfermaria (ambos para adultos).
A equipe garante ainda que "considerando a possibilidade de uma segunda onda de infectados após a flexibilização de setores da economia, ainda assim podemos ofertar assistência à população com a ativação dos leitos que ora se encontram impedidos". Outro motivo para a não abertura dos cinco hospitais de campanha no Estado do Rio apontado pelo documento é o custo mensal dos leitos dessas unidades. Segundo o estudo, o custo - incluindo o de pessoal - por leito de UTI no hospital de apoio é de R$ 43.780,82; no de enfermaria, também com pessoal, é de R$ 33.951,45.
Indefinição desde maio
Em maio, o agora ex-secretário Estadual de Saúde, Fernando Ferry – que pediu exoneração do cargo e foi substituído pelo coronel médico do Corpo de Bombeiros, Alex Bousquet -, já havia dito que algumas unidades atrasadas poderiam não ser entregues. Segundo ele, à época, o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia poderiam tornar as unidades desnecessárias.
De R$ 1 bilhão que o Governo do Estado destinou para o combate à Covid-19, R$ 836 milhões foram destinados à organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). Desse montante - e antes de ter recebido o primeiro leito dos sete hospitais contratados -, o Estado já tinha adiantado R$ 256 milhões.
Os responsáveis pela organização social chegaram a afirmar, em uma nota oficial, que ficariam "felizes" se as obras dos hospitais de campanha do Estado paralisassem. Já no início deste mês de junho, o governador Wilson Witzel assinou um decreto afastando a organização social Iabas da construção e gestão dos hospitais.
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