Bancos de Leite Humano

O valor da promoção e da proteção do aleitamento materno
sexta-feira, 01 de agosto de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)
Doar leite materno é um gesto de amor que salva vidas. Para muitos bebês internados em unidades neonatais, o leite humano é o principal recurso para sobreviver e se desenvolver de forma saudável. No Brasil, todos os anos cerca de 150 mil litros de leite humano são coletados, processados e distribuídos para recém-nascidos, especialmente prematuros e de baixo peso, por meio da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH).

Ação estratégica de saúde pública coloca o Brasil como referência mundial na coleta e distribuição de leite humano
A importância desse trabalho, muitas vezes silencioso, se revela nos números e nas histórias de vida preservadas. Trata-se de uma ação estratégica de saúde pública que coloca o Brasil como referência mundial na coleta e distribuição de leite humano.

Uma rede que salva vidas

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano é considerada a maior e mais complexa do mundo, com mais de 200 unidades, entre bancos e postos de coleta, espalhados por todos os estados brasileiros. A iniciativa teve início em 1943, com a criação do primeiro banco de leite no então Instituto Nacional de Puericultura, hoje Instituto Fernandes Figueira (IFF), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Em 2001, o trabalho da rBLH foi reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) como uma das ações mais efetivas na redução da mortalidade infantil global. A metodologia e a tecnologia desenvolvidas no Brasil hoje são replicadas em mais de 20 países nas Américas, Europa e África, transformando o país em um modelo de cooperação internacional na área de saúde neonatal.

Gesto simples transforma realidades

Toda mulher que amamenta e está saudável pode ser uma doadora de leite humano. Não há exigência de quantidade mínima, e a coleta pode ser feita de forma simples e segura, até mesmo em casa. Segundo a Fiocruz, um único litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, apenas 1 ml já é suficiente para nutri-lo a cada mamada.

O leite doado é destinado principalmente a bebês que estão internados em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIs), muitos dos quais não podem ser alimentados diretamente por suas mães, seja por condições de saúde, ausência temporária ou dificuldade na produção do leite. Além de alimentar, o leite humano doado fortalece o sistema imunológico do bebê, reduz o risco de infecções graves e contribui para o desenvolvimento neurológico e emocional.

Benefícios para mãe e bebê

Os benefícios do aleitamento materno não se restringem apenas aos bebês. Para as mães, a amamentação prolongada ajuda a reduzir o risco de câncer de mama e de ovário, contribui para o espaçamento entre as gestações e pode auxiliar na recuperação pós-parto. A prática também fortalece o vínculo emocional entre mãe e filho, promovendo segurança e afetividade.

Segundo a OPAS/OMS, amamentar na primeira hora de vida é essencial. Esse contato imediato protege o bebê contra infecções e reduz significativamente o risco de mortalidade neonatal.

Como doar

A doação de leite começa com a decisão de ajudar. O primeiro passo é procurar o banco de leite humano mais próximo, o que pode ser feito pelo site da rBLH (www.rblh.fiocruz.br) ou pelo telefone 136, do Disque Saúde. Após o contato, a doadora receberá as orientações necessárias para realizar a coleta de forma segura.

A coleta pode ser feita em casa, desde que sejam seguidos alguns cuidados de higiene pessoal e preparo do ambiente. É fundamental lavar bem as mãos e os braços até o cotovelo com água e sabão, lavar as mamas apenas com água, cobrir os cabelos com touca ou lenço, e usar máscara sobre nariz e boca. O leite deve ser armazenado em frascos de vidro previamente esterilizados e mantido sob refrigeração até a entrega no banco de leite ou coleta domiciliar, quando disponível.

Exames e critérios para doação

Para garantir a segurança dos bebês que vão receber o leite, algumas condições são exigidas das doadoras. Os critérios podem variar conforme o banco, mas geralmente incluem: 
  • Exames de sangue para detectar doenças infectocontagiosas como HIV, hepatites B e C, sífilis e HTLV;
  • Avaliação médica, para assegurar que a doadora está saudável;
  • Histórico de saúde e uso de medicamentos, que possam interferir na qualidade do leite;
  • Informações sobre estilo de vida, como consumo de álcool, tabaco e outras substâncias; 
  • A maioria dos bancos oferece suporte completo às doadoras, incluindo acompanhamento, orientações técnicas e até material para a coleta.

 Nova Friburgo

O Banco de Leite Humano de Nova Friburgo segue em pleno funcionamento, atuando de forma contínua na coleta, processamento e distribuição do leite materno doado. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, campanhas de incentivo e conscientização são realizadas ao longo do ano, com ações que buscam esclarecer a população sobre a importância da doação e acolher as mulheres dispostas a ajudar.

Serviço

Mulheres interessadas em doar leite humano em Nova Friburgo devem procurar diretamente o Hospital Maternidade Municipal ou entrar em contato com o setor responsável pelos telefones: (22) 2522-9345 | (22) 2522-0514.

 

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 80 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: