Seu amigo-familiar está vivo! Confie em Deus!

A Voz da Diocese

a voz da diocese

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 06 de novembro de 2023

Celebramos na quinta-feira passada, 2, o Dia de Finados, denominado "Comemoração de todos os fiéis defuntos" e no último domingo, 5,  a "Solenidade de Todos os Santos", os que já adentraram a glória e a felicidade eterna no Reino celeste, junto a Deus. As duas temáticas celebradas se unem no sentido do que deve ser o destino de todos os cristãos, filhos de Deus e pela vontade do Senhor, Criador e Redentor, o fim alcançado de toda a humanidade, sua imagem e semelhança. 

O que devemos saber sobre os que partiram? A nossa Igreja Católica, através do seu Magistério, apoiado na Sagrada Escritura e Sagrada Tradição, responde.

A morte - é um acontecimento natural, consequência de nossa fragilidade corporal, ou efeito das contingências de nossas relações de vida em sociedade, provocado muitas vezes por acidentes, violência, injustiças e pelo pecado de omissão dos que deveriam promover e garantir a vida. Todos nós, em algum momento de nossa existência, teremos esta passagem. Mas não é o fim.

O eu humano não morre, pois é espiritual e o princípio espiritual psicossomático não se desgasta com a matéria. O nosso eu psico-corporal é superior e continua vivo. "As almas dos justos estão nas mãos de Deus e nas as atingem nenhum tormento. Parecem mortos aos olhos dos insensatos...mas estão em paz, ... a esperança deles está cheia de imortalidade" ( Sabedoria, 3, 1-4).

E o que acontece com nossos parentes e amigos?  Eles vão após a morte, espiritualmente para o encontro com Cristo, Deus feito homem, Senhor da Vida. "Não queremos, irmãos que fiquem na ignorância a respeito dos mortos, não se deixem levar pela tristeza, como os outros que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que Deus levará, por meio de Jesus, junto com Ele os que morreram" ( 1 Tessalonicenses 4,13-15). "Eu sou a ressurreição e a vida, Todo aquele que crê em mim, mesmo se morrer, viverá e todo o que vive e crê em mim, jamais morrerá" ( João 11,25-26).

E os nossos familiares e amigos voltarão para este mundo em outros corpos? Ou eles se comunicarão conosco do além? Não. Temos apenas uma única existência nesta terra, como nos diz a Bíblia."Foi determinado que o homem morra uma só vez e logo em seguida venha o juízo" ( Hebreus 9,27). O homem morre uma só vez. Isto quer dizer que tem uma só vida neste mundo. E em seguida vem o nosso encontro com Deus ( o juízo particular) diante do Senhor da vida, quando todas as nossas ações serão avaliadas perante o Amor e a Verdade, diante dos olhos e coração de Cristo. Ninguém tem que voltar para pagar pecados, pois os pecados já foram todos lavados de nossas vidas pela cruz redentora de Jesus Cristo, uma vez por todas, quando morreu por nós.

"Sabeis, igualmente, que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados e nele não há pecado"(1 João 3,5. " Ele que se entregou a si mesmo por nós para nos remir de toda maldade e purificar para si um povo todo seu, consagrado às boas obras" (Tito 2,14). Confira também 1 Pedro 1, 9  e Isaías 53,4-5. Por isso, o próprio ladrão que tinha muitos pecados e crimes, no alto da cruz, arrependido, foi perdoado por Jesus que lhe disse "Ainda hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23,43). Alcançou a salvação eterna naquele mesmo dia, sem precisar pagar nada, pois foi totalmente lavado pelo sangue redentor do Senhor da misericórdia.

Nem mesmo os nossos entes queridos que partiram  se comunicarão conosco, pois já estão numa outra dimensão, fora do nosso espaço e  tempo. Como o próprio Cristo ensinou na parábola do rico e do pobre Lázaro ( LUCAS 16, 19-31). Temos, contudo uma comunhão espiritual com aqueles que já estão na comunidade celeste, através da oração e da missa, onde estão unidas a Igreja triunfante na glória e a Igreja militante, peregrina na terra, oferecendo os frutos espirituais da graça de Deus e as indulgências à Igreja que se purifica antes da entrada definitiva para a união com a presença puríssima do Senhor.

E o que é o Céu ou a vida celeste bem-aventurada? Não é um lugar "lá em cima", mas é a união para sempre, no aprofundamento da verdade e do amor com Deus, através do Cristo, Deus feito homem e com os irmãos que "lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro" ( Apocalipse 7,14), ou seja se santificaram e foram purificados pelo sangue redentor de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O que celebramos no dia de Todos os Santos. Este céu começa aqui na terra para quem já tem essa união de amor com Deus e com os irmãos, com tribulações, e só teremos a plena felicidade quando passarmos deste mundo para os Seus braços. Essa união definitiva e feliz é uma estado espiritual de comunhão com o Senhor, na realização e paz eterna. E na comunhão dos santos, quem já alcançou intercede por quem ainda peregrina e luta na terra pela salvação de todos.

E o que é o inferno ou a perdição eterna? Também não é um lugar "lá em baixo", nem experiência física (não há mais físico) mas é a separação eterna do homem com Deus, por própria opção do homem que se coloca contra Deus. Este estado espiritual de negação e afastamento do Senhor que é o sentido profundo e realizador  da Vida já começa também aqui no coração daqueles que se opõem a Deus, que rejeitam a Sua graça até o fim e que é definitivo após a morte, no vazio e frustração eterna, na ausência da felicidade de Deus e já sem as ilusões e "compensações" da terra que já traziam também "o fogo" interior do vazio de Deus e do sofrimento espiritual das consequências do mal.

A possibilidade desta perdição existe, a partir do livre arbítrio do homem. Deus propõe a salvação, não a impõe. Mas se até no último momento alguém se arrepende, Ele o envolve com sua misericórdia infinita e o salva, como fez com o ladrão na cruz. O Magistério da Igreja nunca afirmou, nem genericamente que alguém tenha fechado esta possibilidade desta negação até o fim. Será que alguém conseguiu resistir à misericórdia e à graça de Deus até o final de sua vida? Não sabemos e nem podemos julgar.É competência somente de Deus. Rezamos para que todos se salvem e tenham a adesão ao Senhor, mesmo que seja  na etapa final de suas vidas, no descortinar da Verdade às suas consciências, na última fronteira com o estado eterno.

E o purgatório? Quando morremos ainda carregamos conosco os efeitos dos vícios e infidelidades ao Amor de Deus.

Antes de entrarmos na comunhão com o Senhor puríssimo e santíssimo é necessária uma purificação destas falhas pela força do próprio amor de Deus para que sejamos totalmente santificados. Estas pequenas infidelidades e distrações do caminho não nos tiraram da adoração e seguimento do Senhor.

Por isto já estão direcionados para o céu os que se purificam. É o estado espiritual de sofrimento positivo no sentido de perceber diante do grande Amor e Verdade que é Deus que poderia amá-lO mais, servi-lO melhor com os dons que Ele mesmo concedeu e não ter se desviado por vezes do sentido maior da existência , apegando-se a coisas efêmeras e secundárias da terra.

A Bíblia nos diz que "é um pensamento bom e religioso rezar pelos mortos(...)para que sejam livres de seus pecados " ( 2 Macabeus 12, 43-46). A nossa Igreja ensina a mesma coisa ( confira Catecismo da Igreja Católica n° 1030). E a melhor oração que podemos fazer pelos nossos entes queridos é a Santa Missa, entregando-os à misericórdia do Deus da vida.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

Publicidade
TAGS:

A Voz da Diocese

a voz da diocese

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.