Sabemos que a cada nova geração, nos deparamos com choques culturais em relação às gerações passadas. Por isso o desafio de educar aqueles que não apenas estão no início de suas vidas, mas que também carregam toda uma mentalidade nova de acordo com o seu contexto social.
Estamos na segunda década do século 21, e nós, adultos, sentimos certa dificuldade em acompanhar os ritmos acelerados de tantas transformações. Imagine então preparar as crianças para um futuro mais imprevisível do que costuma ser e apenas vislumbrar profissões que sequer ainda existem.
Então, qual o real significado de ser criança nos dias de hoje? Com certeza, uma grande oportunidade que envolve outros parâmetros de estilo de vida. Nesse novo contexto, é preciso ter em mente a essência por trás das necessidades desse momento. Mas, não de maneira arbitrária e sim com foco no desenvolvimento que permita florescer em uma sociedade que terá suas próprias exigências únicas.
Então, o que representa ser criança no século 21?
Antigamente, as crianças eram vistas como seres submissos a seus pais. Hoje entendemos que a criança não apenas é única, em que as regras não se aplicam de maneira uniforme, mas também com personalidade e opiniões próprias que devem ser levadas em consideração.
Dessa forma, sabemos que a educação superprotetora ou controladora, no lugar de torná-las pessoas melhores, tende a diminuir sua capacidade de autonomia e também de aprendizagem.
Um mundo de rápida evolução e incertezas
Para as crianças de gerações passadas, era comum crescer em lares com pais casados e total disponibilidade de um deles, geralmente a mãe. Já hoje, aumenta-se tanto o número de divórcios quanto a quantidade dos responsáveis que trabalham fora. Sendo esses lares estruturados emocionalmente ou não, é notório que os filhos convivem menos com os seus pais.
A primeira consequência desse fato é que as crianças estão crescendo cada vez mais livres. Logo, entende-se que elas também precisam ativar seu protagonismo a partir do autoconhecimento e das responsabilidades que começam a assumir.
Um outro fator de influência é o fácil acesso a muitas informações através da internet. Como esse cenário se difundiu em larga escala a partir dos anos 2000, as crianças também começam a poder entender e refletir sobre coisas que antes elas descobriam apenas mais tarde. Assim, precisam ser maduras o bastante não só para absorver como também filtrar todo esse conhecimento.
No caminho contrário, crianças que são muito dependentes de seus pais e educadores, dificilmente irão se adequar a esse século que convida à uma expansão de nossa independência, com múltiplas possibilidades de escolha à vista.
Foco no bem-estar e no estilo de vida
A criança [e os jovens] de hoje também é menos orientada para resultados e mais voltada ao seu bem-estar. Diferente da corrida por status e reconhecimento profissional, hoje é recorrente a busca por propósitos.
Inclusive não só a nível profissional, mas de uma forma que integre todo o seu estilo de vida. Conceitos éticos também entram em pauta e tornam os jovens motivados por sua consciência. Assim, temas como a sustentabilidade e política passam a fazer parte dos interesses e das buscas pessoais.
Diante de tantos problemas emergentes que também são consequência de um movimento de aceleração constante, as pessoas tendem a se voltar para si. No individual, ideia é que agora mais do que nunca, possamos tentar diminuir o ritmo em quantidade e focar na qualidade. Isso porque a sociedade voltada para o trabalho e a exploração, originou questões como os problemas psicológicos, econômicos e ambientais.
Sendo assim, ser criança — jovem, adolescente —, hoje não tem, necessariamente, que assumir um papel pré-estabelecido e funcional, mas, ter direito de escolha, de ser feliz. E você, em que realmente acredita que também significa ser criança neste presente e futuro próximos? (Fonte: educador360.com)
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