Ele fez história e se tornou um dos pilotos de Nova Friburgo mais vitoriosos no Down Hill. Algumas páginas de A VOZ DA SERRA já foram dedicadas para reportar as conquistas de Bruno Baeta na modalidade, seja em competições de nível estadual, nacional ou internacional. Ao aliar a pegada da velocidade da categoria à estratégia e preparo físico, o ciclista passou a brilhar também no Enduro.
Baeta foi um dos friburguenses presentes ao Sense Enduro Cup, evento realizado em Campos do Jordão, São Paulo, durante os últimos dias 2 e 4. Com um total de 39,3 quilômetros e 1.835 metros de elevação (altimetria), a prova única contou com uma especial cronometrada (Prólogo) no último sábado, 4, e quatro especiais cronometradas no domingo, 5.
Com o tempo total de 22:06.027, Baeta faturou o título da categoria Master B (40 a 49 anos, para nascidos de 1973 a 1982). O segundo colocado, Luiz Júnior, obteve 22:14.006 e o terceiro, Gustavo Amorim, fechou com 22:34.883. “Foi uma das provas mais duras que já participei. Foram três especiais, mais o prólogo, que teve no sábado. Neste dia, tem que ser feito o percurso para a realização das Especiais 1, 2 e 3. Então, foram quase 40 quilômetros, com ganho de 1.700 metros de altimetria. No domingo, fizemos novamente valendo, as Especiais 1, 2 e 3. Foram dois dias bem puxados, mas nos dedicamos muito bem. Muita gente desistiu e foi penalizada, pois o Enduro é parecido com o Down Hill, mas você faz várias pistas em um dia, as chamadas especiais”, explica.
Além de Bruno Baeta, outros pilotos de Nova Friburgo marcaram presença no evento: Daniel Hollick, André Vellinha, Rafael Vassalo e Vlando Vilas Boas. Todos eles tiveram que enfrentar uma concorrência pesada nas respectivas categorias, e bolar uma estratégia adequada para todos os momentos da prova.
Os trajetos percorridos pelos competidores foram compostos por, ao menos, 70% de declives nos estágios cronometrados. Respeitando as configurações da modalidade Mountain Bike Enduro, o percurso foi formado por trilhas, estradas e caminhos rurais, e apresentou variações de desnível consideráveis.
“É preciso se deslocar pedalando, não tem carro para subir. E você precisa cumprir um tempo, que já está contando e vai te atrasando. É preciso ter uma estratégia muito boa para não se cansar muito no deslocamento, se alimentar corretamente, andar firme nos cronometrados. Na E1 eu fiquei em segundo, na E2 eu fiquei em quarto lugar e liderei a E3. Nas duas especiais mais longas, a E1 e a E3, eu consegui andar bem, abrindo uma diferença sobre os concorrentes. A logística do Enduro é muito maneira, porque é preciso ter a pegada do downhill e estar muito bem fisicamente”, reforça o campeão da Master B.
O Mountain Bike Enduro é uma das modalidades de Mountain Bike que mais cresce no Brasil, sendo considerada pelos atletas uma espécie muito completa do esporte, pois une características do XC e do Down Hill. Multicampeão nesta última, Baeta conta como fez para aliar a técnica desenvolvida ao longo dos anos com as especificidades da nova categoria.
“Eu foquei bastante. Mantive os treinos de mountain bike, disputei provas de Down Hill e treinei o Enduro. Fiz trilhas na serra pedalando, voltei para casa correndo. Então, eu foquei bem, e consegui me alimentar bem durante a prova, de hora em hora. Claro que eu senti fisicamente, mas consegui ficar cansado e não perder a pegada agressiva. Geralmente a pessoa vai cansando e afrouxando”, avalia.
No enduro, cada atleta possui o seu horário definido para largada, ou seja, ela é individual, devendo ser respeitado o intervalo de 30 segundos a três minutos entre cada competidor (com exceção no caso de atrasos).
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