A família Pinto de Faria quase inteira possui um passado belíssimo, atrelado ao futebol amador de Nova Friburgo. E até mesmo profissional, com história em grandes e tradicionais clubes do Brasil. O sobrenome Pinto de Faria e o desporto friburguense, no entanto, ficaram órfãos de um destes grandes nomes. No último sábado, 7, Zé Pinto morreu aos 73 anos de idade.
Grande ídolo da história do Fluminense de Friburgo e um dos maiores da seleção do município, seu corpo foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério São João Batista. Geralmente vestindo a camisa de número oito, Zé Pinto chamava a atenção por ser dono de um chute potente, além da capacidade de passar pelos adversários com dribles. Além do antigo azulino de Nova Friburgo, passou por clubes como Madureira, no Rio de Janeiro, e Internacional, de Porto Alegre, um dos gigantes do futebol brasileiro.
Além das conquistas e atuações memoráveis, Zé Pinto entrou para a história ao marcar o gol mais rápido que se tem conhecimento até hoje: aos dois segundos, numa partida entre o antigo Fluminense e o Serrano. A partida foi válida pelo Campeonato Friburguense e realizada no Estádio Raul Sertã (atualmente um estacionamento rotativo no centro de Friburgo). Zé Pinto percebeu o goleiro desatento e, na saída de bola, foi rápido e certeiro. O gol foi reportado na época pelo Jornal dos Sports. Com o registro, houve reconhecimento da Fifa pelo feito.
Zé Pinto é integrante de uma família de desportistas de sucesso. Um dos irmãos, Larry, é ídolo do Internacional e acumulou passagens pela Seleção Brasileira. Ele foi o sexto maior artilheiro do Colorado, com 176 gols. Deu os primeiros dribles no Friburgo Futebol Clube, antes de se transferir para o Fluminense, no Rio de Janeiro e, depois, para o Internacional.
Conhecido como “O cerebral”, marcou quatro gols na inauguração do estádio olímpico, do rival Grêmio, no Grenal. Seu feito nunca mais foi repetido. O jogo terminou 6 a 2 para o Internacional, em 1954. Entre as conquistas, comandou a seleção que conquistou o Pan-Americano de 1956, no México; foi campeão gaúcho por duas vezes; e jogou pela seleção brasileira nas olimpíadas de Helsinque, na Finlândia, em 1952.
Outro irmão de Zé Pinto, Rostain foi zagueiro e ídolo do Comercial de Ribeirão Preto-SP nos anos 70. Defendeu alguns clubes importantes, como o Fluminense, onde foi tricampeão carioca juvenil nos anos de 1966, 67 e 68. Também vestiu as cores do Flamengo, Grêmio, Comercial-SP e Portuguesa. Jogou ainda pelo Friburguense e times de menor expressão, à exemplo do Batatais-SP.
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