Seis novos casos de variantes da Covid-19, incluindo a Delta, já foram detectados em Nova Friburgo. Pela primeira vez, foram registrados infectados com a cepa Delta, indiana, considerada a mais contagiosa do coronavírus hoje no mundo.
Segundo informaram a Secretaria de Saúde e a Subsecretaria de Vigilância em Saúde nesta quarta-feira, 4, os quatro casos da variante Delta, a B1.617-2, são de dois homens e duas mulheres, com idades entre 1 ano e 49 anos. Eles são moradores dos bairros Cascatinha, Nova Suíça, Olaria e de um quarto endereço não identificado.
Os outros dois casos de variantes encontrados são da cepa brasileira P1, a de Manaus, denominada Gama, que infectaram um homem e uma mulher de 30 a 49 anos, moradores de Conselheiro Paulino e do Loteamento São Jorge.
Os casos foram descobertos, segundo a prefeitura, após o sequenciamento genômico feito pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ) com as amostras coletadas e enviadas à capital pelo município.
A prefeitura destaca que todos os contaminados tiveram os sintomas em junho e julho e todos já passaram pelo período de infecção e transmissão. Segundo a Vigilância Epidemiológica, todos passam bem.
Segundo o portal de notícias G1, a variante Delta já é responsável por quase a metade dos casos de Covid-19 hoje na cidade do Rio. Um estudo divulgado nesta terça-feira, 3, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) detectou que 45% das amostras de pacientes cariocas tinham a cepa Delta do coronavírus.
Ainda segundo a SES, de todas as amostras coletadas no estado inteiro, e não só na capital, a Delta foi encontrada em 26%. Duas semanas atrás, esse percentual estava em 16,6%.
A secretaria afirma que a variante está em circulação no estado com tendência de aumento e em conversão para se tornar a mais frequente no lugar da Gama, de origem brasileira.
Saiba mais sobre a Delta
A variante Delta foi identificada pela primeira vez na Índia, em outubro passado, e passou a se e alastrar pelo Reino Unido e pelo mundo em alta velocidade. Isso ocorreu, segundo os infectologistas, porque provavelmente a B.1.617 se tornou mais transmissível após mutações sofridas desde a sua descoberta.
Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Quanto mais o vírus circula, mais ele faz replicações, e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético.
A nova mutação do coronavírus é até 70% mais contagiosa, com maior poder de infecção do que doenças como ebola, H1N1 e catapora.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta semana que, com o avanço da variante Delta em todo o mundo, a pandemia está longe do fim. As novas variantes desafiam a eficácia de vacinas. Contudo, estudos indicam que a imunização completa, com as duas doses, continua sendo eficaz, sobretudo se mantidas medidas como o distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras.
A OMS já alertou que a variante Delta será dominante no Brasil dentro de algumas semanas. Por enquanto, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul já identificaram transmissão comunitária do vírus. Com o avanço da Delta, espera-se um aumento de casos.
Nas últimas semanas, a variante Delta fez o número global de casos de Covid-19 crescer em 80%. A maior parte do mundo observa o aumento brusco de infecções, particularmente regiões com baixo índice de vacinação, como Ásia e África. Na África, por exemplo, apenas 1,5% da população está vacinada. Na Europa, mesmo com recente e expressivo aumento de casos, as mortes não seguem no mesmo ritmo. Isso porque a imunização completa no continente beira os 50%, comprovando a eficácia dos imunizantes.
A Delta apresenta uma modificação na proteína que fica na superfície do vírus, responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.
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