Quem não fez pelo menos uma mudança em casa neste período de pandemia? Quem não trocou um móvel de lugar, comprou uma peça decorativa ou mesmo um puff, trocou almofadas, botou umas mantas novas e mais coloridas nos sofás, pintou uma parede, tudo para tornar sua morada um lugar mais aconchegante?
Essa movimentação toda tem uma boa explicação: nunca passamos tanto tempo em casa tendo que conviver da forma mais íntima e muitas vezes até solitária com nosso “lar, doce lar”. E aí entram, também, com força total, plantinhas e hortas.
Em maio de 2020 os termos “horta em casa” atingiram picos de pesquisa no Google, chegando a ficar em quarto lugar entre os assuntos mais procurados. Ou seja, dois meses depois do início da pandemia era grande o número de pessoas buscando informação para começar ou intensificar a presença de plantas, flores e hortas em casa.
O interesse não se restringiu ao início do período de isolamento. A busca foi generalizada, se espalhando por todo o país, com as pesquisas na internet seguindo em alta, com picos em outubro e novembro.
Arquitetos/paisagistas perceberam o crescente interesse, principalmente por plantas ornamentais para espaços com pouca luminosidade tipo as samambaias, as suculentas. E também pelos temperinhos verdes e aromáticos para hortas, como alecrim, manjericão, tomilho, salsinha e hortelã, tomate cereja.
“Com o isolamento social as pessoas passaram a ter mais tempo dentro de casa e acabaram se conectando mais com os espaços, buscando melhorar a qualidade do ambiente por meio de decoração e de plantas. As plantas dentro de casa criam uma atmosfera mais viva e agradável para se estar, além de ser interessante poder acompanhar o crescimento e desenvolvimento delas”, avaliam.
Segundo funcionários de floriculturas, o consumidor mudou na pandemia. “Primeiro vieram pessoas que não sabiam nada de plantas, que estavam começando a se interessar pelo assunto. Depois de observar as plantas e flores, queriam saber tudo sobre como cuidar delas, que vasos utilizar, quantas vezes por semana regar. O comércio de plantas, folhagens, vasos, adubos começou a se destacar a partir de maio e não parou mais de crescer. Mas, em relação às flores para arranjos e decoração de eventos o problema continua, sem aniversários, eventos e confraternizações”, citou G. Soares, proprietária de floricultura situada no centro da cidade.
Então, é o seguinte…
Existe uma tendência de relacionarmos a palavra meio-ambiente com grandes florestas, como a Amazônia, o que não está errado. Mas o meio ambiente está em tudo: parques, praças, bosques, arborização das ruas, jardins, hortas, tudo isso faz parte do verde urbano e é muito importante na manutenção da vida, da saúde e do bem-estar.
São espaços que contribuem para a biodiversidade e para os serviços ambientais que a natureza proporciona, como diminuição da temperatura e da poluição, retenção da água de chuvas e do barulho etc.
Simplesmente, não há vida humana sem natureza. Então, cada pedacinho dela, mesmo que seja o jardim da sua casa, ou um canto de sua sala, tudo vale a pena e precisa ser preservado.
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