Na noite da última quarta-feira, 3, o governo federal encaminhou um documento à Corte do Supremo Tribunal Federal (STF) incluindo a classe dos trabalhadores da área de educação na lista dos serviços essenciais. Isso significa que estes trabalhadores farão parte do grupo prioritário de vacinação contra Covid-19 no país.
Por meio de nota, a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde disse entender que o ambiente de escolas e universidades é potencialmente arriscado para a infecção por Covid-19. Citou que, "principalmente no ensino básico, esses profissionais possuem contato com muitos alunos simultaneamente, é de extrema relevância a vacinação dos trabalhadores da educação".
A informação acima vai de encontro ao que se tem publicado nos últimos meses, dando campo para estudos internacionais que dizem justamente o contrário. De acordo com esses estudos, as instituições de ensino são seguras e não são vetores de transmissão. Segundo a revista Nature, os cientistas acreditam que isso ocorre porque aquelas que têm idade inferior a 12 e 14 anos são menos suscetíveis do que os adultos. Além disso, uma vez infectadas, as crianças, incluindo as com menos de cinco anos, têm menos probabilidade de transmitir o vírus a alguém. Uma das mais conceituadas revistas científicas, The Lancet Child & Adolescent Health, sugere que escolas podem reabrir onde houver outras formas de se controlar a pandemia, como o distanciamento social.
No entanto, todos os estudos realizados dizem respeito a países de Primeiro Mundo, em que boa parte da população tem acesso a políticas públicas básicas e, portanto, não se aplicam ao Brasil.
O documento do Ministério da Saúde destacou ainda que o fechamento das escolas no ano de 2020 impossibilitou evidências mais robustas sobre seu papel nas cadeias de transmissão e que é preciso também avaliar os impactos psicossociais e socioeconômicos da interrupção das aulas:
“É importante promover a proteção dos trabalhadores da educação, principalmente em um contexto de retomada das atividades. No entanto, sua priorização não deve se dar em detrimento dos grupos de maior risco de agravar e morrer pela doença. Impende destacar ainda que os trabalhadores da educação que estiverem dentro de algumas das condições de risco agravantes da covid-19 serão priorizados nos respectivos grupos característicos", destacou.
Mesmo com o divulgado e alertado pelo Ministério da Saúde, o município de Friburgo deve continuar com o planejamento de retorno às aulas presenciais, caso o bandeiramento permita.
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