Estado do Rio vai ganhar maior fábrica de vacinas da América Latina

Complexo de Biotecnologia em Saúde vai quadruplicar capacidade de produção anual de imunizantes e fármacos da Fiocruz
segunda-feira, 07 de dezembro de 2020
por Jornal A Voz da Serra
A sede da Fiocruz, no Rio
A sede da Fiocruz, no Rio

O governador em exercício do Estado do Rio, Cláudio Castro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, assinaram, na última quinta-feira, 3, a escritura definitiva do terreno onde será instalado o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no distrito industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense. O espaço, cedido pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), receberá a maior fábrica de vacinas da América Latina, que vai quadruplicar a capacidade de produção anual de frascos de imunizantes e biofármacos da Fiocruz.

O complexo será implantado em uma área de 580 mil metros quadrados. Serão nove prédios, englobando setores de processamento, embalagem, armazenamento de matéria-prima e produtos finais, controle e garantia da qualidade, e centrais de tratamento de resíduos e efluentes. No local, serão produzidas todas as vacinas da Fiocruz. A previsão é que a fábrica esteja pronta em 2023.

“Quando se tem os governo federal, estadual e municipal alinhados, trabalhando em parceria, é o povo que ganha. Esse ato conjunto coloca o Estado do Rio na vanguarda quando o assunto é fabricação de vacinas, sem contar a geração de emprego, riqueza e ciência que esse empreendimento vai trazer”, destacou o governador.

Segundo Nísia Trindade, o projeto é prioritário para a Fiocruz, para o Ministério da Saúde e para o desenvolvimento do estado do Rio. “A Fiocruz só tem a comemorar. O Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde tem um valor estratégico para o Brasil e para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que a necessidade de ampliar a oferta de vacinas tem se mostrado, atualmente, um dos elementos centrais, principalmente diante das emergências sanitárias que temos vivido. Este é o maior investimento tecnológico em saúde pública no contexto contemporâneo do país. O CIBS ocupa um lugar estratégico no futuro da Fiocruz e tem destacada importância para o Ministério da Saúde e para o desenvolvimento econômico do estado do Rio. Com esse empreendimento, o país dá um passo fundamental para conquistar sua autonomia na produção e oferta de vacinas”,  ressaltou.

Já o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, enfatizou a importância para o Brasil ter um grande centro para reforçar o programa nacional de imunização: “Estamos vendo nascer o maior centro de produtos biológicos da América Latina. É um novo sistema e um novo processo, e esse investimento será um marco para a saúde pública do Brasil. Temos pesquisadores, cientistas, profissionais de saúde e estudantes direcionados a cuidar do que temos de mais precioso, a vida. Nós vamos poder produzir com a Fiocruz, a curto prazo, para 2021, as vacinas para combater a Covid-19, e com certeza, para um futuro próximo, nós teremos condições de fazer frente a outras ameaças que o Brasil tenha na área de saúde”, afirmou. 

O presidente da Codin, Fábio Galvão, lembrou que o projeto também vai ajudar o Rio a se desenvolver, gerando emprego e renda: “A Fiocruz vai se instalar em um distrito industrial onde há toda uma perspectiva de novas produções de fármacos e vacinas, e também vai atrair a cadeia produtiva, com a necessidade de insumos e equipamentos. Além da pandemia e da saúde pública, que é o nosso foco, também teremos geração de emprego e renda para a população fluminense”, observou. A expectativa é da criação de cinco mil empregos na construção civil. Outros 1.500 postos de trabalho podem ser gerados com o complexo em funcionamento nas atividades de produção de vacinas e biofármacos.O novo empreendimento vai atrair também novas empresas para o local, considerando a cadeia de suprimentos necessária para o grande volume de produção de vacinas e biofármacos que serão produzidos. 

A iniciativa foi lançada em 2010. Nesse período houve investimentos por parte do Governo Federal da ordem de R$1 bilhão. Dentre os serviços que foram realizados no local estão: terraplanagem, estaqueamentos de toda área, construções dos blocos e cintas e aquisição de grandes equipamentos de processo e compensação ambiental da área.

 

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TAGS: saúde