Não é segredo para ninguém que o polo de moda íntima de Nova Friburgo é um dos principais motores da economia friburguense. Setor pujante, gera milhares de empregos diretos e indiretos e, há alguns anos, responde por boa parte da produção estadual e nacional de lingerie. Aliás, quem nunca ouviu falar que Nova Friburgo é a capital da moda íntima? Mas você sabia que esse título é algo informal e não há nada que oficialize essa alcunha?
Mas o que já é de conhecimento geral pode ser oficializado em breve. Isso é o que propõe o projeto de lei de autoria do deputado federal Luiz Antônio Corrêa, do PL-RJ. A proposta visa tornar oficial essa intitulação do município, dando mais visibilidade ao setor, aos empresários e às milhares de costureiras que ajudam a incrementar a economia local. O deputado Luiz Antônio destaca ainda que o polo de moda íntima de Nova Friburgo atrai compradores de diversos estados e municípios e é responsável por 25% da produção de moda íntima do Brasil, além de sediar a Fevest, a mais importante feira brasileira do setor de moda íntima, praia, fitness e matéria-prima.
Só para ter uma ideia, Nova Friburgo conta com aproximadamente 1.300 confecções, que produzem cerca de 114 milhões de peças por ano. Além disso, o setor gera em torno de 20 mil empregos, sendo dez mil diretos e outros dez mil indiretos, movimentando não apenas a economia local, mas de toda a região. A cidade conta com aproximadamente 160 lojas do segmento lingerie, moda praia, fitness e roupas de dormir.
A oficialização do título de Capital Nacional da Moda Íntima pode gerar inúmeros benefícios ao setor, sobretudo de mídia, já que irá se consolidar como o mais importante polo do segmento no Brasil, atraindo compradores, investimentos, potencializando ainda mais eventos como a Fevest, possibilitando que trabalhadores e empresários do setor cresçam, se desenvolvam e impulsionem a economia de Nova Friburgo, sempre muito dependente das confecções e indústrias do setor metal mecânico.
Sindvest comemora
Com mais de 40 anos de experiência em ações que trazem benefícios para o segmento, o Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindvest) celebra a possibilidade de oficializar essa intitulação, sobretudo porque atua com foco no fortalecimento do polo produtivo das indústrias do vestuário com reivindicações estratégicas para o setor de confecção.
“Será um orgulho depois de várias décadas de trabalho receber oficialmente o título de Capital Nacional da Moda Íntima. É uma forma de reconhecimento ao excelente trabalho desenvolvido pelos friburguenses. Esse título, mesmo antes de ser oficialmente reconhecido em Brasília, já era utilizado pela cidade, e vem em boa hora para reforçar a nossa imagem, como indústrias de alta qualidade e um produto que se destaca no mercado pelo design, pelo conforto e pela beleza”, afirmou Marcelo Porto, presidente do Sindvest.
Marcelo Porto destaca ainda que a confirmação do título viria numa boa hora, já que o polo de moda íntima friburguense ainda está se reerguendo do baque recente com a paralisação das atividades devido a pandemia de Covid-19. Sem poder produzir e, consequentemente, vender, muitas confecções amargaram prejuízos e foram obrigadas a demitir, um cenário crítico, talvez nunca antes visto no setor.
“Nesses quase dois meses de retomada percebemos um mercado quem tem sim pedido para produção, em uma época que não esperávamos. Nossa expectativa é de crescimento e de uma tentativa de recuperação dos quase 90 dias paralisados”, pontuou Marcelo Porto.
Basta conferir o Balcão de Empregos de Nova Friburgo e as principais páginas relacionadas a emprego ou ao polo de moda íntima para constatar as inúmeras oportunidades de trabalho que estão sendo oferecidas na cidade dentro do segmento. Um movimento que sugere que a retomada está sendo em ritmo acelerado, certamente mais veloz que a de outros setores da economia.
Nova Friburgo, a legítima
Sem a oficialização do título de Capital Nacional da Moda Íntima, Nova Friburgo está sujeita a perder a intitulação. E quem está de olho na alcunha é a cidade de Juruaia, localizada no sudoeste de Minas Gerais, a 413 quilômetros da capital Belo Horizonte. A cidade possui cerca de dez mil habitantes e mais de 300 confecções que vendem, juntas, cerca de dois milhões de peças por mês, especialmente, no atacado. De uns tempos para cá, o município mineiro se auto intitulou a Capital da Moda Íntima, para ciúme dos friburguenses.
De acordo com a Associação Comercial e Industrial de Juruaia (Aciju) o crescimento médio anual do setor é de 20% e o faturamento mensal supera R$ 20 milhões. A cidade possui a maior renda per capita do sul de Minas Gerais e, segundo a própria entidade, é responsável por 15% da produção nacional de peças íntimas, o que já a colocaria abaixo de Nova Friburgo em termos de volume de produção.
O maior sutiã do Brasil
Em 2015, os empresários da cidade de Juruaia se uniram e confeccionaram um sutiã de 15,7 metros de largura, cinco metros de altura e pouco mais de três metros de comprimento de cada bojo, 300 vezes maior que a peça do tamanho comum. O sutiã, que, até então, era considerado o maior do Brasil, ficava exposto na praça da cidade.
Só que no ano passado, uma empresa do polo de moda íntima friburguense resolveu bater esse recorde e trazer para Nova Friburgo o título de “maior sutiã do Brasil”. Inaugurado no Dia dos Namorados, o sutiã gigante tem 16 metros de comprimento e 5,8 metros de altura. A peça rosa gigante, produzida pela confecção Art Íntima Lingerie, fica às margens da RJ-116, na altura do antigo hotel Vale do Luar, no bairro Ponte da Saudade e segue lá até hoje como uma espécie de cartão de visitas aos inúmeros turistas que visitam a cidade.
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