Salve as brenhas do Morro Queimado!

Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 18 de maio de 2021

Eis que a nossa “Princesa dos Órgãos, gentil, completou 203 anos no último domingo, 16, e ainda tão jovem e cheia de responsabilidades. O Caderno Z é um colar de pérolas adornado pelas joias da natureza. Regina Lo Bianco ilustra a capa, “nesta plaga onde o amor e a poesia, são como as flores nativas também”. É evidente que sentimos falta de um 16 de maio na Avenida Alberto Braune em meio aos festejos: desfiles, bandas, bandeiras, escolas, agremiações, colônias e muita alegria naquelas manhãs azuladas de um ventinho soprando nas orelhas. Basta “um olhar sobre a cidade”, como no texto de Daniela Mendes, que entendemos as mudanças decorrentes dos tempos e seus desígnios.

Em “Flagrantes das ruas de Nova Friburgo”, as fotos irradiam um pouco do cotidiano friburguense e as máscaras são o elemento comum em todas as fotografias, até nas estátuas. A pandemia mudou a cara de todos nós, mas a natureza mostra suas faces. O céu azul, as montanhas, riachos e roupa no varal emolduram o “doce anelo de nossa esperança....”

A história de uma cidade se consolida no prêmio das mentes iluminadas, e Carlos Jayme Jaccoud pertence a essa plêiade de ilustres historiadores. A reprodução de sua narrativa sobre a gripe espanhola em 1918, documentada pela Fundação D. João VI é um precioso documento. No registro: “com a rapidez com que a gripe chegou ela se foi”. Houve missa “pelo término da terrível epidemia”. Que chegue, então, o nosso tempo de ação de graças pelo fim da Covid-19. Saindo do Z, vamos com Wanderson Nogueira, em “confissões de um sonhador: “Com união da nossa história com o presente, o futuro e todos aqueles que reconhecem a necessidade de ousar...”.

Na edição comemorativa dos 203 anos de nossa cidade, muitas felicitações de renomadas empresas friburguenses falam por todos nós. São votos de força e de esperança, tudo o que precisamos para vencer o momento tenebroso da pandemia do coronavírus. Ao contrário do atual cenário, em 16 de maio de 1971, a coluna “Há 50 anos” nos mostrou como era comemorado, com pompa e circunstância, o 153º aniversário do município.

Movidos por sentimentos de pesar, fechamos a semana com 566 mortos, um índice muito alto, que nos assusta. O cotidiano tem que prosseguir com suas demandas e coisa alguma nos garante uma segurança 100% eficaz. Protocolos são experimentações e até mesmo a ciência ainda busca soluções mais definidas. Na reportagem de Christiane Coelho, o historiador Edson Lisboa relata episódios de enfrentamentos em outras epidemias e um dado curioso sobre “um remédio caseiro” para a gripe espanhola em 1918: “cachaça com limão e mel”, o que fez surgir a famosa “caipirinha”.

Com a bandeira vermelha, indicadora de risco alto, as aulas presencias voltam gradativamente em algumas escolas municipais. E, por enquanto, não se programa a vacinação dos professores e demais profissionais da educação. Vamos batendo nessa tecla até que haja prioridade para os guerreiros do setor educacional. E por falar em guerreiros, um viva para os assistentes sociais que celebram sua data festiva em 15 de maio. Na reportagem de Christiane Coelho, a assistente Ana Olivia Verly ressalta: “Não atendemos somente a classe mais vulnerável no que é pertinente à renda, qualquer pessoa pode estar vivenciando uma situação de vulnerabilidade”.

A VOZ DA SERRA nos trouxe uma edição lindíssima, com todas as páginas ilustradas por fotos trabalhadas pela nossa chefe da diagramação, Deise Silva. Que primor apaixonante! Eu adorei. Que beleza também encontrar o artista plástico Mário Moreira, meu professor por tabela, que nos apresentou “Praça Getúlio Vargas ontem e hoje...”, possibilitando “uma visão das mudanças dos espaços urbanos ao longo da história”. Lindo demais! E com Girlan Guilland, vamos “por um olhar de futuro”, pois, “nossos problemas não podem suplantar a poderosa força de sermos criativos, de nos superarmos e tentarmos sempre avançar”. Como na charge de Silvério: Força, Coragem e Esperança! “Salve as brenhas do Morro Queimado...”.  Parabéns, Nova Friburgo!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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