Quanto mais cumprirmos as restrições, mais cedo elas serão extintas

Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Festejar o dia 22 de abril em homenagem ao Dia da Terra pela quinquagésima vez, e da maneira como nos conduzimos, é sinal de que esses 50 anos ainda não produziram o efeito desejado para a preservação do planeta. O Caderno Z nos mostra um panorama para reflexão e destaca: “Em 2019, o planeta atingiu esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a série histórica”. De uma forma universal, diferente de tudo o que já se viu, a humanidade atravessa a crise do coronavírus que vem se juntar aos degradantes ataques ao meio ambiente, produzidos impiedosamente, pelas mãos humanas. Isabela Braga, bióloga e cientista climática, nos deixa um pouco de otimismo: “Precisamos ser resilientes diante das atuais mudanças em nosso dia a dia de encontrar formas mais respeitosas de conviver uns com os outros e a natureza”.

O futuro está comprometido, mas, se tivermos constantes cuidados e atenções, o planeta terá chance de prosseguir e nos cabe essa missão. Com medidas simples podemos fazer a diferença “economizando água e energia, cuidando do lixo etc. Wanderson Nogueira, em “Nossa Casa Terra, em guerra outra vez” nos convida a pensar novas atitudes: “É imperativa a nossa profunda mudança de relação com a nossa casa – esse lugar chamado Terra – assim como tudo que tem nela, especialmente, com nós mesmos”.

O ambiente natural sempre foi atração dos observadores da natureza e, por essa razão, há divergências de opiniões sobre a proibição da prática de montanhismo no Pico da Caledônia. Há os que concordam com a medida, incentivando o isolamento social e há os que são contra, alegando que muito pior estão as filas em bancos, em supermercados etc. Realmente está difícil, porque a questão envolve outros debates dentro da medida. Enquanto isso, o Nova Friburgo Futebol Clube celebrou 106 anos, sem festa, porém com muitos planos e as perspectivas são promissoras, de acordo com o seu presidente, Luiz Fernando Bachini.

Com o decreto do prefeito Renato Bravo determinando o uso de máscaras, mais de 40 confecções se cadastraram só no primeiro dia e a projeção é de que cada empresa confeccione até dez mil peças em tamanhos variados entre P, M e G. A prefeitura pretende distribuir cinco máscaras por morador. Ninguém deveria se aborrecer com as medidas de quarentena e as restrições das atividades. Quanto mais cumprirmos as regras, mais cedo elas serão extintas. Estudos são feitos para que os prejuízos econômicos sejam abrandados. Como exemplo, sobre as mensalidades das instituições de ensino privado. Uma videoconferência com mais de 80 envolvidos foi realizada para debater “o turismo pós-pandemia”. Pensar no depois já é um bom sinal. Por enquanto, é só pensar, gente!

Todos os setores da indústria e do comércio estão afetados. Não está folgado para os indivíduos, para as famílias. O efeito dominó é inclemente e a “flexibilização” no Estado do Rio, depois que os hospitais de campanha estiverem em funcionamento, pode ser uma faca de dois gumes. Quanto menos demandas para os hospitais não seria melhor?

Sempre procuro fazer a coluna de modo o mais impessoal possível. Mas, como todos os setores estão afetados, também o meu lado emocional está à flor da pele. Por isso mesmo, achei assustadora a projeção de 400 mortos para Nova Friburgo, vítima do coronavírus, e a naturalidade como os números são passados pelos especialistas em “prognósticos”. O secretário municipal de Saúde, Marcelo Braune, entrevistado por A VOZ DA SERRA, confirmou a projeção dos especialistas, insistindo que o isolamento social deverá continuar.

O jornal entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro solicitando detalhes da projeção. A explicação veio no sentido de que “o número de óbitos citado seria um prognóstico pessimista caso não fosse tomada alguma ação preventiva”.

Sinceramente, eu preferia pular esse pedaço e falar de flores, de estrelas e de passarinhos. Contudo, como a pandemia é imperativa e requer o empenho de todos, eu prefiro contar que minha neta Júlia, de 4 anos, abriu o jornal A VOZ DA SERRA deste fim de semana e, em alto e bom som, decretou: “Ninguém sai de casa por causa do coronavírus!”.

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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