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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

O Caderno Z é sempre um banho de emoções para a nossa alma. Como diz o ditado, para bom entendedor meia palavra bastaria para entendermos a imigração japonesa. Entretanto, um caderno inteiro de narrativas é algo assim extraordinário. Não é sem razão que Nova Friburgo recebeu de braços abertos a chegada dos japoneses. Povo amável e de cultura incomparável, o Japão se faz presente no desenvolvimento de nosso município, em vários setores, além da agricultura. Assim como semearam as cerejeiras, eles plantaram amor em todas as suas habilidades e modos de viver.

Basta uma leitura no texto “A história de meu pai (uma pequena parte dela...)” em que Guilherme Kato faz uma bela homenagem ao seu pai, e a emoção nos salta aos olhos. Não fui aluna do professor Hideo Kato, mas ele foi o primeiro ídolo de meu irmão, que teve a chance de tê-lo como “mestre” na Usabra. Eu garanto que essa narrativa mexeu com as emoções de muita gente. Que belo exemplo de força de vontade. De vendedor de caquis, o professor Kato é agora o próprio “vendedor de sonhos”, pois nos inspira motivação e a busca pelo melhor de nosso âmago. Parabéns aos seus filhos por perpetuarem uma história tão empolgante e verdadeira. É como se brotasse no coração da gente um espelho para a contemplação de novos ideais.

Tamanha emoção trouxe a indústria cinematográfica japonesa que eu não me contive nas lembranças do herói National Kid que povoou o mundo sobrenatural da minha infância. Há um quê de cerejeiras no Caderno Z e Wanderson Nogueira nos inspira: “A flor da cerejeira nos dá como lição algo que carregamos, desapercebidamente, dentro de nós mesmos: é preciso  aproveitar cada momento. O tempo escapa velozmente, e se apenas passamos pelas horas como os ponteiros de um relógio, sequer, experimentamos as estações...”. Cada estação tem seus ensinamentos!

Das cerejeiras passamos para as cerejas do bolo histórico de Nova Friburgo. Conforme diz Girlan Guilland, nossa cidade tem datas relevantes que merecem celebrações o ano inteiro. Só na presente edição do jornal, dois destaques importantes. A Associação Comercial Industrial e Agrícola de Nova Friburgo festeja os 90 anos de sua sede, na Avenida Alberto Braune. Para bons ouvintes, as paredes falam sim. Por si só, elas registram a história que passa diante de sua bela e conservada arquitetura e, da mesma forma, abriga a memória da relevante atuação da Acianf na cidade. Parabéns!

Outro marco importante é a celebração dos 100 anos da Sociedade Esportiva Friburguense, o clube de história imponente, fundado em 18 de junho de 1921. Com trajeto glorioso a partir de sua criação como Sociedade Alemã de Escola e Culto, a nossa SEF chega ao centenário trazendo, em seu legado, muito da cultura alemã e do empenho de abnegadas diretorias e sócios de todos os tempos. Gerações e mais gerações desfrutaram de suas atividades, no esporte e lazer, dos tradicionais bailes da Musa dos Jogos Florais, das domingueiras dançantes na década de 70 e muito mais. Reconhecido de utilidade pública em setembro de 79, o clube está firme, forte e atuante. Salve!

Enquanto ficamos no aguardo do desenrolar da notícia da derrubada de  12.560 metros de área de Mata Atlântica para a construção de condomínio entre os bairros Tingly e Suíço, vamos nos alarmando com as variantes do coronavírus. A infectologista Patricia Hottz alertou sobre a importância da vacinação, ressaltando que “não importa a vacina”, pois todas são eficazes para a sonhada “imunização de rebanho”. O perigo e os cuidados continuam e já somamos mais de 650 mortes no município. Que desolação!

E o inverno, oficialmente, chega colocando as manguinhas de fora. Cerejeiras em exuberância, céu azul intenso, chocolate quente, sopas saborosas e massas são algumas delícias da estação. A elegância se sobressai com botas, casacos, luvas, cachecóis e tudo o mais que se tiver direito. Mesmo havendo dias muito frios ainda pela frente, para mim, o pior já passou, pois o inverno é prenúncio de primavera!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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