Uma pessoa codependente focaliza nos problemas, sentimentos, necessidades e desejos de outras pessoas, e minimiza ou ignora os seus próprios. Ela vê outras pessoas como mais importantes do que ela mesma e prioriza cuidar delas para se sentir necessária, amada ou de valor. É normal precisar e confiar nos outros, porém um codependente é excessivamente dependente dos outros emocionalmente porque busca assim ter sua identidade e senso de valor.
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Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
A ciência é importante, claro, para trazer novas verdades através das pesquisas. Mas nós médicos não podemos perder de vista a humanidade do paciente, o fato de que ali diante de nós está uma pessoa com tantas características subjetivas, peculiaridades, formas de pensar e de sentir diferentes, afeto próprio, inserção na realidade da vida do modo e na possibilidade dele, entre outros fatores. Sem compreensão profunda do todo da pessoa, fica mais difícil acertar o tratamento.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que as doenças mentais nos adultos são doenças crônicas das crianças e adolescentes. Releia esta frase. O que a OMS está dizendo? Que sofrimentos mentais de um adulto têm que ver com o que ocorreu na educação emocional desta pessoa quando ela era criança e adolescente.
Existe um problema na natureza humana que, entre outros, é o egoísmo. Também existe um conflito na Natureza, por exemplo, as folhas caem mortas. Observamos na sociedade dificuldades graves como a violência, a corrupção que priva a população de benefícios a que tem direito, a injustiça social com muitos ricos em contraste com pobres. Vemos diferentes filosofias e religiões que pregam coisas opostas, às vezes citando a mesma fonte de um determinado texto religioso.
Estamos caminhando a passos largos para a perda da liberdade. Virá angústia entre as nações. Já sentimos isso. Já tivemos uma “amostra grátis” com a pandemia. Saúde mental se liga com liberdade. Qualquer tipo de coerção, seja familiar, institucional, política, ideológica, é oposto de saúde mental e de liberdade.
Esta semana, desde segunda-feira, 19, até amanhã, 23, estamos apresentando uma série especial sobre saúde emocional na TV Novo Tempo, sendo que a cada dia abordamos um tema diferente. Falamos sobre suicídio, depressão, ansiedade, transtorno-obsessivo compulsivo e trauma. Para assistir basta entrar no You Tube em www.youtube.com/vidaesaudent e em cada tema apresentamos as causas, sintomas, temos um depoimento real de pessoas que passaram por estes sofrimentos, e respondemos perguntas ao vivo de telespectadores.
A família continua sendo importante para nossa vida e construção da sociedade. Segundo a filosofia judaico-cristã, ela foi idealizada por Deus, o Criador do Universo. Segundo o relato bíblico da Criação, duas instituições divinas permaneceram após a queda de Adão e Eva: o sábado como dia especial comemorativo da Criação que identifica o Deus Criador, e o casamento (família). Um detalhe: muitos líderes religiosos afirmam em suas pregações que o sábado como dia separado para adoração, é para os judeus. Mas ele foi instituído como dia especial muito tempo antes de ter surgido o povo judeu.
O perdão tem ganhos e perdas. Quando você perdoa não dá para não ter uma perda. A traição conjugal é ao mesmo tempo um sintoma de problemas sérios no casamento, revela talvez que a vítima não conseguia suprir algo que o infiel precisava, como também revela a fraqueza moral do traidor. E o indivíduo não conseguia suprir tanto por limitações pessoais, temporárias ou não, como pelo fato de o traidor poder não ter oferecido espaço para receber o que queria e que acabou buscando fora.
Não é fácil olhar a nós mesmos e entender nossos defeitos de comportamento, de caráter. Mas não tem como melhorar como pessoa se não conseguirmos ter a visão de nosso próprio comportamento. A vida sempre permite surgir alguma luz sobre nós mesmos em nossa consciência. Podemos aceitá-la ou rejeitá-la. Se aceitamos a visão pessoal, o que somos em áreas anteriormente encobertas para nós mesmos, e encaramos esta dor, podemos evoluir para virmos a ser feitos melhores pessoas.
Já ouviu falar nos sete pecados capitais? Também foram chamados de pecados mortais. São eles: orgulho ou soberba, inveja, ira, indolência ou preguiça, ganância ou avareza, concupiscência ou luxúria e gula. Estes sete pecados ou vícios descrevem a condição humana e foram elaborados por movimentos monásticos orientais e depois incorporados pelo Catolicismo com a finalidade de educar os membros desta igreja a compreenderem e controlar estes instintos básicos e, assim, se aproximarem de Deus. Para cada um destes vícios existe uma virtude oposta.