Segunda sem lei

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

quarta-feira, 06 de abril de 2022

Segunda sem lei
Ela está de volta. Após dois anos, a mais famosa segunda-feira da região retornou. A Segunda sem Lei do Bar do Vovô, em Lumiar, teve seu retorno na última segunda-feira, 4. Com dois anos sem promover o evento devido à pandemia, o espaço ficou pequeno para tanta saudade que foi devidamente afastada ao som de sambas clássicos, forró pé de serra e MPB.

Mais de uma década
Conduziram o retorno, os de sempre das clássicas segundas sem lei de outrora: Jorginho, Ivan Sartorio, Wlad e Sua Gente, Thadeu Camargo e muitos convidados. Dercy Klein, o Vovô, respeitou a pandemia e estava resistente quanto ao retorno, para voltar só de forma responsável. Com os números de casos da doença quase zerados e a maioria da população vacinada, ele liberou o retorno somente nesta semana. A Segunda sem Lei é uma tradição de mais de dez anos e atrai não só turistas, como friburguenses de todas as partes.

Bar do Vovô
O Bar do Vovô é um patrimônio cultural de Lumiar e de Nova Friburgo e já foi consagrado, inclusive, com o Diploma Estadual de Cultura, Heloneida Studart. Nesse retorno, a novidade é o couvert artístico solidário. Mas se engana quem acha que o dinheiro arrecadado vai para os músicos. Esse fica por conta do bar. O valor será revertido para instituições de caridade. Diversão com responsabilidade.    

História de Lumiar
A Segunda sem Lei, começou de forma despretensiosa. Músicos tiveram vontade de cantar e tocar violão na varanda do bar. Quando se repetiu e se repetiu de novo e mais uma vez, de repente virou evento. Sempre com casa cheia para apreciar música, cerveja bem gelada, petiscos, gente de paz e feliz de todas as idades e de todos os lugares.

Novos tempos
Com o avanço do mundo digital, é natural que em algum momento, os crimes cibernéticos superariam os físicos. Estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) registraram, pela primeira vez em duas décadas, mais casos de estelionato que de roubos nos dois meses que iniciam o ano. Foram 18.655 golpes aplicados em solo fluminense em janeiro e fevereiro, superando os 16.169 assaltos computados no mesmo período, incluídos aí quaisquer tipos de roubo, desde o celular levado nas ruas até a carga tomada por criminosos.

Crimes de estelionato
O total de estelionatos no primeiro bimestre de 2022 atingiu o patamar mais alto da série histórica, iniciada em 2003. O número de estelionatos equivale, em média, a uma ocorrência a cada quatro minutos. Em 2018, por exemplo, a comparação entre os dois crimes revelava um cenário completamente diferente. Na ocasião, os dois primeiros meses do ano registraram 40.612 assaltos, número oito vezes maior que os 4.952 estelionatos.

Superando roubos físicos
Os roubos desaceleram gradualmente e os golpes não pararam de subir, em ritmo veloz, quase quadruplicando. Na comparação com 2021 - que já havia registrado números altos: 8.090 em janeiro e fevereiro - o aumento foi de 130,6%. As vítimas quase sempre são pegas pela internet. Os crimes desse tipo mais comuns são: golpe do boleto falso; via SMS; perfil falso; investimento; marketing multinível; golpe do emprego; golpe do suporte técnico e golpe via WhatsApp.

Causa animal
Diante das escassas políticas públicas para os animais e uma demanda cada vez mais crescente, nasceu o grupo Animal Comunitário, idealizado pelo ativista da causa, Gecimar de Souza. O que se percebe é que diante da inércia municipal, muitas pessoas colaboram com a causa, mas estão exaustas, com falta de recursos e diante de uma inflação galopante, acumulando até dívidas. 

Animal Comunitário
Tendo em vista esse cenário, o grupo lançou uma campanha para arrecadação de recursos para serem na totalidade divididos com as diversas pessoas que atuam no acolhimento e salvamento dos pets. Uma corrida de 25 quilômetros será realizada no aniversário da cidade, 16 de maio, saindo do Paissandu até o município vizinho de Bom Jardim.

Bilhetes de colaboração
Todo esforço é incremento a uma rifa, com milhares de números, com cada bilhete custando R$ 10. As pessoas não precisam correr no dia. O sorteio ocorrerá em 18 de maio e distribuirá prêmios doados por empresas apoiadoras. A pretensão é arrecadar R$ 30 mil. Para saber como ajudar, os melhores canais são as redes sociais: Animal Comunitário.  

Corrente de solidariedade
Um friburguense que foi trabalhar no Estados Unidos sofreu um grave acidente de trabalho e amigos estão pedindo ajuda através de uma vaquinha virtual para ajudar nos custos do tratamento. Rodrigo Canella Borges estudou a vida inteira em Nova Friburgo, se formando em engenharia mecânica pela Uerj/IPRJ. Ele está internado em um hospital em Indiana, após sofrer queimaduras enquanto soldava uma peça. Ele sofreu queimaduras de graus 2 e 3 em 27% do corpo.

Ajuda de todas as partes
Nos Estados Unidos não há sistema público de saúde como no Brasil. O tratamento está estimado em R$ 240 mil, já convertendo do dólar para a o real. Rodrigo chegou a ficar em coma induzido, corre risco de perder a visão, mas sua recuperação e vontade de viver têm surpreendido a equipe médica. Ele é casado e sua esposa está grávida de nove meses. Ele é o único provedor da família, o que levou os amigos ainda mais a buscar ajuda.

Qualquer ajuda
Ele já fez uma cirurgia e outras estão programadas. O caso é grave. Até o fechamento desta edição, a vaquinha virtual já havia arrecadado mais de R$ 25 mil. O problema é que o real vale quase cinco vezes menos que o dólar. Foi feita uma vaquinha também nos EUA. Mas brasileiros tem dificuldades de doar por lá. Por isso, foi criada a arrecadação por aqui, pelo site Vakinha, id: 2776388 em favor de Rodrigo Canella. Quem preferir também pode colaborar pelo Pix do pai de Rodrigo: 95701729753 – Marcos Inácio Borges.      

Palavreando
“A vida não tem graça só. A vida pede que nos unamos a quem nos traz certo brilho ao olhar. Para que os dias sejam mais agradáveis. Para que as dificuldades sejam mais leves. Para que o caminho seja mais iluminado. Caminhar de mãos dadas é um prazer imenso que nos faz lâmpadas ambulantes. Feixes de luz transitando no escuro. Estrelas nos jardins, nas ruas, nas horas dos dias”.

 

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