Rio Macaé

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

sexta-feira, 01 de abril de 2022

Rio Macaé
Voltou com força a possibilidade de construção de uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) no Rio Macaé. Atentos a esse processo, moradores do distrito de Lumiar (Nova Friburgo) e Sana (Macaé) estão recriando o movimento Rio Macaé Livre para impedir o avanço dessa intenção. O movimento foi parte importante para impedir, em 2016, que três PCHs fossem construídas no Rio - um dos mais preservados do Estado.

Três PCHs
À época, a empresa interessada em construir as três PCHs acabou desistindo da intenção, após forte pressão política e popular. Mas agora, uma nova empresa, a Ipar, avançou na busca por retomar o processo de construção. No entanto, se diz interessada em apenas uma das três PCHs, a intitulada Macaé que fica a cinco quilômetros de Casimiro de Abreu, município que, segundo o projeto, seria beneficiado com abastecimento de água autossuficiente.

Benefícios x malefícios
O projeto defende que a PCH tem impacto ambiental mínimo e que não afeta a Área de Proteção Ambiental do Sana. Ainda defende que o empreendedor possui há anos uma fazenda na área da PCH pretendida e que, por isso, tem responsabilidade ambiental com o local. Os estudos mais apurados do impacto ambiental estão em curso e a empresa argumenta que haverá geração de mais de 150 empregos diretos com os estudos, obras e funcionamento da hidrelétrica.

Implosão de rocha
Os líderes do movimento contra a barragem apontam o desmatamento, a necessidade de implosão de uma rocha para abertura de um túnel que mudará o ecossistema e que os supostos benefícios de uma hidrelétrica são muito menores que o impacto ambiental que causa. Apontam ainda que hidrelétricas são modelos abandonados em países mais desenvolvidos para a geração de energia.

Abastecimento de Casimiro de Abreu
Segundo o projeto, seriam gerados 17,7 MW de potência instalada e 92 mil MWh por ano. O município de Casimiro de Abreu consome 80 mil MWh por ano, ou seja, energia suficiente para abastecer o município inteiro. Chama a atenção que em 2017 o Governo Federal ampliou a sua reserva biológica na região, contemplando o espaço onde se pretende instalar a hidrelétrica. No decreto presidencial, houve especificação que autoriza esse tipo de implantação.

Decreto contestável?
O mesmo decreto, no entanto, especifica que edificações, estradas e afins só poderão ser feitos com novas autorizações. Isso chama a atenção dos que protestam, pois o decreto, sob pretexto de ampliar a reserva biológica, especifica a autorização da atividade que se quer impedir. O movimento já realizou uma reunião para organizar os protestos. Um perfil foi criado para as redes sociais. O objetivo é também chamar a atenção das autoridades locais e da mídia dos municípios de Nova Friburgo, Casimiro de Abreu, Macaé e Rio das Ostras.

Mobilização contra
Por sua vez, a empresa que toca o projeto, entende que tem respondido a todos os questionamentos feitos pelos Ministérios Públicos, Instituto estadual do Ambiente (Inea) e demais órgãos de controle e que esses não tem apresentado restrições. Defende que se realizem audiências públicas a partir da conclusão do estudo de impacto ambiental. Fato é que são antigas as tentativas de construção de PCHs ao longo do Rio Macaé e que até o momento a mobilização das pessoas tem conseguido impedir. No entanto, nunca se esteve tão próximo de acontecer. A conferir.

Censurada
A artista, Elis Pinto, vítima de censura nos eventos do Dia da Mulher, está com um movimento de apoio através de uma rifa de duas impressões em A3 da série “Elas também matam. A artista, muito conhecida na região de Lumiar e São Pedro da Serra tem seguido com suas exposições em que trabalha muito o nu feminino na quebra de paradigmas e preconceitos.

Reparação
O episódio ocorrido no mês passado segue dando enredo. Várias notas de repúdio se acumulam, com severas críticas ao argumento do governo municipal quanto a utilização do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para a retirada das peças de exposição. Sustentam que foi censura, possivelmente por cunho religioso. Nesse sentido, foi organizado um protesto com arte, e, outros eventos estão programados para combater a censura recorrente e cobrar do governo municipal a aplicação do ECA contra a prostituição infantil e os abusos cometidos contra as crianças.       

Palavreando
“Há certo encantamento despertando entre um bocejo e outro. Há magia no real. Por isso, identificamos razões para prosseguir. Na coleção de fases, vez em quando, haverá desinteresse, mas nossa natureza é de instigáveis: vamos em frente”.

Os ensaios de carnaval seguem em ritmo acelerado. Na semana em que se celebrou o aniversário de duas agremiações, Imperatriz de Olaria e Globo de Ouro, o encontro é na Alunos do Samba. A escola de Conselheiro Paulino recebe neste domingo, 3, os passistas de todas as agremiações que desfilam na sexta-feira, 13, e sábado, 14 de maio do carnaval friburguense desse ano. Em tempo: amanhã, 2, a Imperatriz de Olaria apresenta em sua quadra os protótipos de suas fantasias para o desfile. A Vilage realiza seu ensaio geral neste domingo, 3, às 16h. Já a Unidos da Saudade está com cadastro para as fantasias que serão destinadas à comunidade. A roxo e branco realiza, tradicionalmente, seu ensaios nas noites de quinta-feira.

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